Relatório De Estágio Supervisionado
Artigo: Relatório De Estágio Supervisionado. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Nayara.Santos • 12/9/2013 • 2.900 Palavras (12 Páginas) • 848 Visualizações
INTRODUÇÃO
É de comum acordo que o estágio é o momento de aprendizado prático, em meio a gama de conhecimentos teóricos vivenciado nas universidades. Mas compreender exatamente o que é o estágio, perpassa este conceito empírico e culmina em observações mais profundas na realização desta etapa de aprendizado.
Dessa forma Bianchi (2002) diz que "o estágio é um período de estudos práticos para aprendizagem, experiência e envolve, ainda, supervisão, revisão, correção e exame cuidadoso".
Observa-se então, que estão imbuídos no estágio algo além da vivência prática, mas ainda, um estudo dessa vivência que engloba em seu desfeche supervisão, revisão, correção e exame. Kulcsar (in: FAZENDA... [et al] 1994) referindo-se ao estágio em magistério, diz que o estágio deverá proporcionar o engajamento do estagiário na realidade, para que este possa perceber os desafios que a carreira profissional lhe oferecerá e este possa assim, refletir maduramente sobre a profissão que vai assumir.
A autora complementa ainda dizendo que "esse envolvimento, em situações reais, vividas, visará primordialmente a integração do saber com o fazer." Essa visão atribui ao estágio um caráter reflexivo, o qual coloca o acadêmico frente as constantes do dia-a-dia profissional para que este possa, a partir do conhecimento adquirido, compreender bem o contexto da profissão que irá exercer.
Apesar de essas idéias serem atribuídas ao estágio em magistério, elas compreendem perfeitamente as necessidades da formação em serviço social ou a qualquer outra formação.
Dessa forma evidencia-se o estágio como uma estratégia reflexiva da formação profissional que complementa o processo de ensino/aprendizagem, dando ênfase à prática.
Como observado nestes dois autores o estágio proporciona além do aprendizado prático da profissão, reflexão e revisão teórica e também avaliação, oferecidas ao acadêmico por meio da participação em situações reais de trabalho. Em serviço social não é muito diferente.
Buriolla (2001) diz que o estágio é campo de treinamento, espaço de aprendizagem do fazer concreto do serviço social.
O estágio é o lócus onde a identidade profissional do aluno é gerada, construída e referida; volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e crítica e, por isso, deve ser planejado gradativamente e sistematicamente. (BURIOLLA, 2001, p. 13).
O estágio pode ser desenvolvido em órgãos públicos e/ou privados, instituições de ensino dependendo do curso de formação dentre outros, sob coordenação e responsabilidade da universidade através do supervisor acadêmico, e em cursos como o serviço social conta ainda com o apoio do supervisor de campo.
Essa fase de aprendizado consiste na preparação do acadêmico para a inserção no mercado de trabalho, inter-relacionando e integrando a formação acadêmica mais especificamente a teoria aprendida em sala - com a prática profissional.
Assim, o acadêmico insere-se no campo com o propósito de apreender sua profissão, a realidade prática e sua ligação com a teoria, bem como o emprego das técnicas e instrumentos comuns ao cotidiano da profissão.
É nessa perspectiva que o estágio dá sua devida contribuição à formação do acadêmico, na sua inserção à vivência prático-profissional, na aplicação do conhecimento teórico, na vivência real com o cotidiano do exercício da profissão, no emprego de técnicas e instrumentos que se vinculam à realização desta como base para um aprendizado completo da formação profissional.
MATERIAIS E MÉTODOS
Este artigo, é parte inicial da pesquisa desenvolvida no Trabalho de Conclusão de Curso TCC o qual está sendo desenvolvido a partir de uma análise sob abordagem qualitativa do desenvolvimento do estágio em serviço social, com fundamentação teórica sobre a temática, atribuindo ao estágio a parte fundamental para a formação profissional em bases práticas aliados ao suporte teórico apreendido em sala. Este trabalho partiu da experiência vivenciada pelo pesquisador, que de maneira prática, a atribuiu como fonte de enriquecimento deste trabalho, o qual conta ainda com suporte bibliográfico de Abreu (2001), Bianchi (2002), Buriolla (2001 e 2003), Ferrarine (2003) Kulcsar (1994) e algumas informações sobre a legislação extraídas do site da Presidência da Republica.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No serviço social o estágio também se configura como local de aprendizado da prática profissional, momento de refletir a teoria sobre a prática, e ainda, de descobertas das peculiaridades que envolvem a profissão.
São estas peculiaridades que ganham destaque quando trata-se de estágio em serviço social, pois como afirma Ferrarine (2003) o serviço social é constituído, constituinte e constitutivo das relações sociais capitalistas, relações estas, portadoras de interesses antagônicos, incompatíveis e irreconciliáveis. Devido a estas características expressas por Ferrarine, a formação em serviço social ganha elementos próprios, os quais fazem do estágio momentos de duvidas, questionamentos e incertezas aos estagiários.
Uma constante duvida que surge durante o estágio é referida aos instrumentos ou a instrumentalidade que dispõe a profissão, bem como sua aplicabilidade que varia de acordo com o campo, e em alguns nem chegam a serem utilizados.
É improvável determinar ao certo o uso dos instrumentos do serviço social no estágio, pois estes dependem de variáveis, das ações executadas no campo, e ainda da própria instituição que abriga o serviço social.
Os instrumentos comuns do serviço social como cadastro sócio-econômico, parecer social - este exclusivo do serviço social -, visitas domiciliares, projetos, dentre outros, podem ou não serem utilizados nas ações desenvolvidas pelo assistes social, o conjunto de variações mencionadas, o perfil do profissional e a própria ação efetivada pelo campo é que vão determinar.
É nesse momento que se torna indispensável à presença do supervisor de campo, pois é ele quem guiará o acadêmico para o conhecimento e uso dos instrumentos e para o conhecimento e realização das ações dentro do campo. Mas, via de regra, é ai que surge um outro questionamento no desenvolver do estágio, a participação do supervisor, que seria o ponto chave para que o acadêmico compreenda bem a prática profissional e seus entorno.
É certo que o estágio em serviço social só se configura como tal, sob supervisão de um profissional, assistente social, que esteja devidamente regularizado
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