Resenha Um Grito De Justiça

Resenha: “DAENS – Um grito de justiça”.

O filme retrata os anos de 1980, fazendo uma reflexão sobre a revolução industrial através do trajeto do Padre Daens, que auxilia na luta dos trabalhadores de uma fábrica têxtil por melhores condições de vida e de trabalho.

A história acontece na Bélgica, num momento em que os operários viviam em péssimas condições: moradias desumanas, jornadas de trabalho abusivas, salários ínfimos, desvalorização do trabalho feminino e exploração do trabalho infantil. Daens defendia veementemente os operários em sua luta por melhores condições sociais e contestava com vigor a exploração do trabalho infantil. Nesse período histórico começa o embate entre capitalismo e socialismo, de modo que as lutas de classes se tornam mais freqüentes e consistentes. Os ambientes de trabalho não ofereciam as mínimas condições de trabalho, ou seja, não ofereciam condições de trabalho alguma, sendo locais escuros e insalubres, onde muitas crianças de 7 anos ou menos trabalhavam por mixaria.

O filme também aponta a Igreja Católica como grande mediadora nas situações de crise, entretanto Padre Daens parece ser um mártir em uma missão solitária, tendo em vista que a Igreja se posiciona contra suas atitudes, mostrando que sempre deve haver um mártir religioso a lutar pelo povo independente de todas as condições adversas. No filme, nem mesmo “o grito de justiça” dos injustiçados operários é suficiente para despertar a Igreja Católica de seu torpor. Durante sua vida na cidade, o Padre Daens fica dividido entre sua carreira religiosa e a luta política ao lado dos menos favorecidos. A despeito do que a Igreja esperava, Daens opta por lutar pela justiça e melhores condições de vida dos operários. Através do jornal católico Daens denuncia as injustiças sociais e estimula a luta social, candidatando-se, em seguida, a deputado e ensina à população o poder do voto, estimulando a luta pelo sufrágio universal.

Como resultado Padre Daens é afastado de suas funções eclesiásticas, numa clara demonstração de intolerância e parceria com a elite dominante. Posicionando-se, de modo velado, a favor de toda a injustiça e exploração social. Mas independente da posição da Igreja Católica, Daens estimulou o nascimento de algo nos operários: a busca pela justiça. E os operários evoluíram da luta quebrando máquinas pela luta contra o sistema, conseguindo melhorias e posteriormente a criação de leis trabalhistas.

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