Resenha do filme 12 anos de escravidão
Resenha: Resenha do filme 12 anos de escravidão. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: paulaj • 4/9/2014 • Resenha • 460 Palavras (2 Páginas) • 474 Visualizações
RESENHA DO FILME 12 ANOS DE ESCRAVIDÃO
12 Anos de Escravidão dá uma amostra dos terríveis atos de maldades que milhões de seres humanos, subjugados por outros seres humanos, sofreram por séculos nos Estados Unidos e em outras partes do mundo, numa das práticas mais infames da história. Encenado de forma extremamente realista e mesmo assim fascinante pelo diretor britânico Steve McQueen, vale por anos de aulas de história. Mais do que isso, nos faz refletir sobre o nosso presente.
O drama é baseado no relato de Solomon Northup (Chiwettel Ejiotor), um músico negro livre que em 1841 vivia no estado de Nova York e é atraído por uma proposta de trabalho em Washington, capital americana, onde é sequestrado e vendido como escravo por um traficante de pessoas que ironicamente se chama Freeeman (Paul Giamatti). Tem seu nome trocado, e passa de dono em dono, sendo que o último deles, Edwin Epps (Michael Fassbender) o conduz com violência física e psicológica. Rapidamente, Northup compreende que para sobreviver, deve renunciar a sua identidade, e enquanto busca uma oportunidade para escapar, observa o modo como compatriotas negros são tratados. Ele cria um vínculo com Patsey (Lupita Nyong’o), jovem escrava que é objeto de amor do seu dono, Epps, e por isso atrai o ódio da esposa deste, interpretada por Sarah Paulson.
O elenco é extraordinário, com grandes atuações de Ejiofor, Fassbender. Giamatti, Nyong’o, Paulson, entre outros. Enquanto Ejiotor transmite brilhantemente os diferentes estágios psicológicos por que Northup passa ao longo da narrativa, da confiança de um homem bem sucedido e feliz, a estupefação de ser aprisionado, ao desespero de ver sua vida por um fio, à conformidade e aniquilação total de sua individualidade, o personagem de Fassbender, Epps, parece estar sempre a uma respiração de uma explosão de violência e, apesar de seu amor por Patsey, não hesita em torturá-la brutalmente, numa sequência de puro horror.
Não por acaso, 12 Anos de Escravidão foi indicado a nove Oscar, incluindo melhor filme, direção, roteiro adaptado, ator principal e coadjuvante, sendo o favorito para levar a estatueta dourada em várias dessas categorias. Com apenas três longas-metragens no currículo, o diretor Steve McQueen demonstra um total domínio da linguagem cinematográfica, com todos os elementos encaixando para um resultado coeso e poderoso.
Conhecido por obras intimistas (Fome, 2008 eShame, 2011) o diretor transforma a trajetória de Northup em um épico, tornando a trajetória de apenas um homem uma história com que muitas pessoas podem se identificar. Apesar de ter optado por uma adaptação bastante próxima ao texto original, imprime sua marca, criando algumas sequências em que sutilmente transmite de forma inequívoca o martírio daqueles homens e mulheres cujo único “erro” foi ter nascido com uma cor de pele diferente daqueles que os dominavam.
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