Resumo Guerra Guaranítica
Por: cleitontrebien • 21/4/2017 • Trabalho acadêmico • 1.002 Palavras (5 Páginas) • 759 Visualizações
RESUMO: GUERRA GUARANÍTICA
No momento em que os cabildos, caciques de missiones e jesuítas contestaram
cláusulas do tratado de Madri, as cortes ibéricas passaram a considerar a possibilidade que se
estava criando um estado autônomo. A deflagração da Guerra Guaranítica confirmou esse
aspecto. Após vencerem a guerra, portugueses e espanhóis iniciaram o processo de destruição
dos povos do projeto missioneiro.
Indígenas perderam seus bens e riquezas milenares, aumentaram a população de
excluídos com o território colonial passando à propriedade privada. De uma maneira geral, a
sociedade missioneira representou a fusão entre americanos e ibéricos. Porém, as diferentes
culturas e a soberania que seria imposta por Portugal e Espanha, além das divisões de espaço
devido ao tratado de Madri, criou um ponto de conflito.
Esses conflitos acabaram resultando na Guerra Guaranítica, que é conhecido como um
dos mais trágicos temas de toda a história missioneira, pois acabou com as propriedades dos
povos e colocou milhares de índios na condição de subalternos.
O cenário principal dessa guerra aconteceu na fronteira sudoeste da província, mais
especificamente na região dos Sete Povos existentes no atual Rio Grande do Sul. Ocorrida de
1753 a 1756, os índios guaranis que haviam se rebelado foram completamente derrotados
depois da morte de seu líder, Sepé Tiaraju, na batalha de Caiboaté.
A parte mais polêmica do tratado de Madri trocava os territórios do Santíssimo
Sacramento, de propriedade Portuguesa e com o fator do rio da Prata, pelos Sete Povos, de
propriedade até então espanhola e que compreendia em mais da metade do território do Rio
Grande do Sul, com suas cidades e ervais. Desde o inicio, a companhia de Jesus foi veemente
contraria ao tratado, referente as questões indígenas. Alguns fatores como a franquia exclusiva
da navegação aos espanhóis, e a condenação do novo ministro português quanto á entrega do
território de Sacramento deu aos Jesuítas esperanças de que o tratado fosse revogado, o que
era a causa de tantos sacrifícios de guaranis. Porém, o gabinete português resolveu cumprir o
tratado. Ainda assim, em setembro de 1751 uma equipe de engenheiros, astrônomos,
geógrafos e cartógrafos do reino traziam o que havia de mais moderno em equipamentos,
grande parte comprados na Inglaterra.
Para execução desses trabalhos, dois comissários foram nomeados, Gomes Freire de
Andrada, governador do Rio de Janeiro e do Mato Grosso pelo lado português, e o marquês de
Valdelírios, pelo lado espanhol. Gomes Freire navegou do Rio de Janeiro até a ilha de Santa
Catarina, seguindo algumas embarcações que vinha despachando á mais de 30 dias. Enquanto
isso, Valdelírios saiu de Cádiz, na Espanha, para Castillos Grande, onde o encontro estava
marcado. Atracou inicialmente em Buenos Aires, depois atravessou o rio da Prata, e seguiu de
Montevidéu para as conferências. Gomes Freire desembarcou em Imbituba, seguiu em marcha
para Laguna, passou para Garopaba em uma canoa, e depois seguiu o caminho do litoral para a
vila de Rio Grande. Ali juntou seu exército, oriundos do Rio de Janeiro, Santos, Santa Catarina,
e Rio Grande do Sul. A princípio, esse exército deveria escoltar os demarcadores das novas
terras. Os comissários ficaram em Castillos de agosto até dezembro, onde executaram ajustes
no tratado de limites, fixaram os primeiros marcos vindos da Europa, e constituíram as três
partidas demarcadoras. Os missioneiros, (guaranis cristianizados), já sabiam nesse momento
da junção das comissões a sul de seu território. Os guaranis então fecharam a fronteira
meridional da redução dos marcadores, que assumiu uma dimensão maior e
consequentemente trágica. Quando receberam a ordem para migrarem para o lado ocidental
do Rio Uruguai, algumas lideranças foram contra, alegando os inúmeros prejuízos que teriam
ao deixar pra trás sua fonte de tributos e sua economia (baseada em gado, lavouras e ervais).
Tentaram recorrer ao governador de Buenos Aires, Andonaegui, mas não adiantou.
Entre os fatores que enfraqueceram as defesas guaranis podemos citar doenças, como
a varíola, alianças firmadas entre os exércitos ibero-americanos, conflitos internos entre as
lideranças tanto indígenas como missioneiras, e até alguns antigos rivais dos guaranis, como
Guenoas, Charruas e Minuanos. Os missioneiros ainda acusavam os padres de os terem
vendidos, já que os mesmos receberam uma quantia em dinheiro pra fazer a transmigração.
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