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Sahlins

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Por:   •  30/9/2013  •  Seminário  •  846 Palavras (4 Páginas)  •  166 Visualizações

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O filme A Guerra do Fogo apresenta uma visão do que seria a origem da humanidade, expondo uma sociedade marcada pela escassez e perigos da vida diária resultando em uma luta pela sobrevivência e pelo fogo, este que representava um símbolo de poder e segurança de vida para quem o possuísse/dominasse devido às condições ecológicas na qual estavam expostas. Para SAHLINS essa sociedade de caçadores e coletores é uma sociedade afluente, e não deve ser vistas como sofredoras ou inferiores nem em um continuo esforço pela sobrevivência como o filme nos mostra, na realidade essa sociedade possui em seu meio ambiente tudo o que necessita para se manter viva; compreendendo assim que o armazenamento de suprimentos não énecessário por o terem em abundancia; “A desvantagem potencial da armazenagem é justamente envolver a contradição entre riqueza e mobilidade” visto que eram nômades o acumulo de cargas atrapalharia seu processo migratório.

Sendo assim, se diferem da nossa sociedade capitalista onde consumimos bens e serviços na maioria das vezes em quantidades maiores do que precisamos além de termos necessidades/desejos diferentes das que as sociedades de caçadores e coletores teriam que suprir, ou seja, a visão de pobreza, onde o trabalho era constante e não havia tempo para laser ou outras atividades sociais com relação aos primitivos é um olhar etnocêntrico, ao observar de forma holística e livre de idéias pré concebidas o contexto: necessidade x suficiência, compreenderá que esta sociedade não está estagnada nesta idéia e que possui alimentos, formas de laser (ociosidade, sexo), relações sociais, entre outros em abundancia.

“Os caçadores e coletores possuem a força de suas fraquezas. Movimento e limitação periódicos na riqueza e na população são ao mesmo tempo imperativos da pratica econômica e das adaptações criativas. São de qualquer modo necessidades transformadas em virtudes.” SAHLINS, 1972. É bem verdade que momentos escassos e difíceis foram enfrentados pelos caçadores e coletores, toda via segundo SAHLINS eles vivem relativamente bem, e sua relação trabalho/descanso eram bem mais confortáveis do que a realidade de muitos trabalhadores industriais com suas necessidades infinitas.

Podemos observar outra sociedade que é vista como “sofredora” e “não sabe utilizar os recursos que dispõem” do ponto de vista ocidental. Com relação ao amor a vaca e a consagração da mesma, como símbolo de tudo o que é vivo pelos indianos, percebemos que essa sociedade é compreendida como se não soubessem aproveitar o recurso natural excedente ( carne de vaca ) e morressem de fome dividindo com as vacas o alimento escasso e espaço social e que seria um “desperdício” de tempo a manutenção das vacas debilitadas em periodos difíceis no qual seria conveniente, na lógica “americana” por exemplo; vende-las ou desfazer se delas , porem mesmo em situações precárias elas são veneradas por seu dono e retribuem com toda sua força de trabalho até os últimos segundos de sua vida dando tudo de si ( leite, esterco,estrume) e podendo ainda recuperar-se de uma má fase, aumentando ainda mais a fé de seu dono.

Essa relação entre o homem e a vaca tem uma lógica que é melhor compreendida por aqueles que se propõem a analisar qual sentido tem a veneração e amos incondicional as vacas, para aquela sociedade manter um excedente considerável

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