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Sociologia

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Por:   •  27/3/2015  •  793 Palavras (4 Páginas)  •  151 Visualizações

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O lugar pode ser confundido como espaço, e por muitas vezes é tomado dessa forma no uso cotidiano das palavras. O espaço, por sua vez, é usualmente ligado – de alguma forma – à idéia de tempo. Os gregos já ligavam tempo e espaço, e todo conhecimento moderno nas ciências naturais – e mais especificamente na física – emergiu com base nos conceitos de tempo e espaço.

O lugar tradicional

O lugar tradicional é aquele onde atua a solidariedade mecânica. Com o conceito de solidariedade mecânica, Durkheim (1978) buscou demarcar um modo de vida que já não é unânime em nossos tempos.

Uma localidade tradicional também é aquela associada à Gemeinschaft, ou simplesmente comunidade. Tonnies (1988) definiu a comunidade como a forma de sociabilidade pré- moderna, e mais especificamente, pré-industrial.

A cultura relativamente homogênea, entre os fatores, as relações de parentesco bastante restritas, os costumes herdados e repassados, sentimentos morais e religiosos. Os laços são ainda, no nível comunitário, pessoais e afetivos, mas também éticos.

Reservamos o termo ‘lugar antropológico’ àquela construção concreta e simbólica do espaço que não poderia dar conta, somente por ela, das vicissitudes e contradições da vida social, mas à qual se referem todos aqueles a quem ela designa um lugar, por mais humilde e modesto que seja. (...) Esses lugares têm pelo menos três características comuns. Eles se pretendem (pretendem-nos) identitários, relacionais e históricos. O projeto da casa, as regras de residência, os guardiões da aldeia, os altares, as praças públicas, o recorte das terras correspondem para cada um a um conjunto de possibilidades, prescrições e proibições cujo conteúdo é, ao mesmo tempo, espacial e social. Nascer é nascer num lugar, ser designado à residência. (p.51- 52)

Estes lugares são caracterizados por serem altamente identitários. Uma pessoa que nasce num lugar tradicional, ou antropológico como disse Augé, tem sua vida demarcada pelo território.

Esses espaços comunitários, de vivência traduzida em identidades definidas localmente, são os espaços dos lugares tradicionais. Mas isso não significa que apenas onde exista tradição existem lugares deste tipo. Mesmo numa cultura pós-tradicional, onde a tradição não tem mais tanto peso - onde ela deixa de ser tão rigorosa como em outros tempos ou lugares - existem lugares, em sentido tradicional – com seus ritos e representações, traduzindo-se em sentimentos morais e identitários.

O não-lugar

As culturas deixaram de se fechar em si mesmas, dando início a um processo de hibridização cultural mais intenso que outrora (HALL, 1998). Dentro de algum tempo todos os diversos pontos do globo puderam ser conhecidos e alcançados, todos os lugares se tornaram acessíveis, e com as hibridizações, novos lugares e significados surgiram e se multiplicaram em diversas regiões.

A modernidade opera uma separação entre espaço e lugar, ambos passam a ser distintos. Giddens (1991) nos fala de esvaziamento do espaço. Para ele o lugar, enquanto cenário em que convergem o ambiente físico e as atividades sociais, passa a ser dissociado do espaço. Diversas atividades passam a independer da localidade. Giddens nos fala aqui desse espaço vazio.

Giddens sugere que dois elementos favoreceram o que ele chama de espaço vazio, são eles: a percepção dos locais como múltiplos,

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