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Sociologia Na Educação

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Por:   •  16/10/2014  •  Artigo  •  1.551 Palavras (7 Páginas)  •  193 Visualizações

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SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO

Reflexão do Filme “Entre os muros da escola” e as questões de ensino, da cultura e da sociedade:

O filme, “Entre os Muros da Escola” (2008), uma produção francesa dirigida por Laurent Cantet, tendo no elenco François Bégaudeau, professor na vida real eescritor do livro que inspirou o filme, oportuniza identificar as teorias curriculares envolvidas na prática docente, a partir dos seguintes aspectos: o papel do currículo na escola pública e as dificuldades dos discentes frente aos grandes desafios da escolaridade. Outro fator importante são as relações existentes entre professor-aluno e aluno-aluno que orientam e desafiam todo o tempo do filme contribuindo para a compreensão da educação escolar pública. No filme francês “Entre os Muros da Escola” podemos ver de maneira clara a ideologia tradicional, o papel da escola tão somente uma reprodutora do conhecimento adquirido, onde os conhecimentos são transmitidos desconsiderando a realidade e cultura dos educandos.

Percebemos que não há uma reflexão a respeito dos conteúdos; isto fica explicito no momento em que o professor Marin esta ensinando o “imperfeito do subjuntivo”, um termo da norma culta. Uma aluna questiona o seu uso no cotidiano, alegando que ninguém usa aquele tempo, o professor explica que é uma maneira diferente de falar, mas não diz em que situações e com qual finalidade, não apresentam, por exemplo, que a linguagem é um marcador social. Numa outra cena uma aluna no fim do ano letivo diz ao professor que não aprendeu nada, não compreendeu nada do que foi ensinado, sendo assim se ela obteve boas notas e foi promovida tudo se deveu a memorização do conteúdo e não ao seu entendimento.

Asreflexões aqui apresentadas são baseadas no cotidiano apresentado no filme acima citado. Os elementos que constituem as reflexões permitem compreender as relações entre o currículo, cultura e sociedade enquanto elementos de poder estabelecidos na escola pública representada no filme: “Entre os muros da Escola”, sobretudo retrata as diferenças culturais e sociais geradoras de conflitos entre aluno-professor neste cenário educacional. Além disso, é possível afirmar que a linguagem é o centro norteador dos entraves cultuais no cotidiano da sala de aula, evidência de um choque de civilização. Neste contexto, a construção da ideologia na sociedade revelada produz efeitos de verdade no interior da escola. Por outro lado, não podemos esquecer que o exercício da repressão na escola apresentada no filme. Tais repressões são manifestadas através do controle sob o comportamento do aluno como expressão de poder. Sendo assim, o poder institucionalizado atravessa o corpo social e tem por função reprimir. Posto isto, o filme: “Entre os muros da Escola” aborda os problemas sobre a aquisição dos conhecimentos impostos pela escola e as dificuldades dos docentes e discentes frente aos desafios da educação. Entretanto, as relações conturbadas entre professor-aluno e aluno-aluno possibilitam a compreensão do cotidiano nesta escola pública.

A partir do filme: “Entre os muros da escola” a percepção que temos sobre a educaçãoescolar pública nos países chamados de “primeiro mundo” revela uma realidade comum no âmbito escolar do ensino público, alunos indisciplinados, provocadores, rebeldes, atrevidos, sem limites. Enfrentam a autoridade dos professores e reclamam de tudo e forjam discussões sem sentido para desestruturar o professor. E assim, não acontece aprendizagem comprometendo todo processo de ensino-aprendizagem. No que se refere ao processo de escolarização do povo brasileiro sofremos um processo de colonização portuguesa onde foi imposto um modelo europeu mediado pelos jesuítas em desrespeito à cultura aqui estabelecida. Percebemos que na escola francesa a prioridade é a cultura local renegando as dos demais países. Não existe a preocupação com as diferenças culturais ali existentes. Na escola, os alunos asiáticos, africanos, latinos americanos a todos são impostos um currículo ignorando assim, suas diferenças culturais. Desse modo, a realidade da escola francesa mantém sua inflexibilidade e suas imposições, da mesma forma que, a escola pública brasileira também discrimina e excluem os indivíduos, demonstrando uma falsa aparência de democrática e inclusiva. A educação escolar francesa se assemelha com a brasileira, primeiro: são adolescentes oriundos das camadas populares com problemas diversos, sejam eles econômicos, políticos, sociais, psicológicos ou emocionais.

Na visão do filme “Entre os Muros da Escola” oaluno é o objeto do ensino, cabe a ele somente ouvir, memorizar e reproduzir aquilo que foi estudado em sala de aula, tendo um comportamento adequado, quieto e submisso e só se posicionando se for solicitado. A relação professor e aluno são verticais, este mantém um distanciamento do educando, detendo o poder decisório quanto à metodologia, conteúdo, avaliação, forma de interação na aula, etc.

O Currículo escolar visto no filme é inflexível, as aulas são exclusivamente expositivas, as atividades sempre individuais, o professor já traz o conteúdo pronto e o aluno se limita exclusivamente a escutá-lo, e também disciplinar. Numa determinada sequência o professor de historia propõe um trabalho interdisciplinar entre a sua matéria e a disciplina de francês, onde os alunos poderiam ler algum autor do Antigo Regime, assunto das aulas de historia; o professor de francês se nega a partir de vários argumentos, mostrando a sua relutância nesta nova proposta.

No filme a prática docente exercida pelo professor Marin, demonstra ser inútil para a vida dos educandos, pois não aborda elementos de sua realidade nem de seus interesses. A rigidez autoritária do educador e a falta de flexibilidade curricular levam a indisciplina na sala de aula e o distanciamento afetivo do aluno para com o professor.

A escola que queremos promover é aquela pautada na formação de um sujeito ativo e atuante, lutando pelos seus ideais ebuscando uma formação melhor dentro da sociedade, a partir da teoria critica. A escola é o local que leva o aluno a refletir sobre a diversidade cultural,

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