Transformações No Mundo Do Trabalho
Artigos Científicos: Transformações No Mundo Do Trabalho. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: manuelaonofre • 11/9/2013 • 4.364 Palavras (18 Páginas) • 311 Visualizações
COLTEC – Colégio Técnico da UFMG
Transformações no Mundo do Trabalho
Bruno Lizardo
Luís Henrique Diniz
Manuela Onofre
Mariana Dutra
Thais Mollyen
Emanuelle Amorim
Professora: Rogata Soares
Turma: 304
Belo Horizonte - 2012
Introdução
A partir da metade do século XX, em consequência da Segunda Guerra Mundial, grandes avanços no âmbito tecnológico influenciaram nas relações de trabalho. O período que antecedeu a guerra tinha produção baseada em indústrias têxteis que funcionavam basicamente a partir de máquinas a vapor. Com a necessidade de uma produção em massa de armamentos, os processos dentro de uma indústria mudaram. Agora a eletricidade e o petróleo são as formas de energia que movimentam as máquinas e um sistema de transporte de grande rapidez e capacidade de deslocamento, como as vias aéreas e rodovias, se somam às vias marítimas e ferrovias.
Ocorreram mudanças significativas no processo industrial que visavam o aumento e a massificação da produção. Os modelos utilizados da década de 1950 até os dias atuais variaram do Fordismo/Taylorismo ao Toyotismo, não excludentes. Os primeiros, com o objetivo de acabar com o desperdício, a ociosidade operária, desenvolveram uma técnica que buscava racionalizar o trabalho operário-máquina, utilizando a divisão do trabalho, ou seja, cada grupo de operários se ‘’especializava’’ em uma parte da produção, com isso deixavam de saber desde o inicio até o fim do produto. Contudo, esses operários não tinham mão de obra qualificada, e para que aceitassem o novo modelo, os industriais premiavam os operários que produzissem além da média. Ou seja, o modelo Fordista-Taylorista fazia o trabalho ser especializado, fragmentado, pouco qualificado, intenso, rotineiro, insalubre e hierarquizado.
Já o Toyotismo surge no Japão onde o cenário era totalmente desfavorável à implementação do sistema Fordista, que requer enormes investimentos e grande quantidade de mão de obra, o que não era possível no Japão, pois este tinha pouco mercado consumidor e pouca matéria prima. O Toyotismo tinha como elemento principal a flexibilização da produção. Ao contrário do modelo fordista, que produzia muito e estocava essa produção, no toyotismo só se produzia o necessário, reduzindo ao máximo os estoques. Essa flexibilização tinha como objetivo a produção de um bem exatamente no momento em que ele fosse demandado, no chamado Just in Time. Dessa forma, ao trabalhar com pequenos lotes, pretende-se que a qualidade dos produtos seja a máxima possível. Essa é outra característica do modelo japonês: a Qualidade Total.
As relações trabalho/trabalhador também sofreram grandes mudanças em consequência da Segunda Guerra Mundial. Os direitos dos mesmos foram adquiridos ao longo do século XX em resposta às péssimas condições a que os trabalhadores eram submetidos. Surgindo, assim, lutas do movimento operário, principalmente no pós Segunda Guerra. Durante esse período a democracia política vigorou na maioria dos países do primeiro mundo e em muitos do terceiro (denominação usada no período). Visando uma aliança entre política social e econômica, John Keynes propõe o Estado de Bem-Estar Social (WelfareState), que dá garantia de sobrevivência, moradia, saúde e educação e incentiva o trabalhador na produção. Porém, este começa a se desgastar devido à crise de 70, dando lugar ao neoliberalismo.
Sem a intervenção do governo na economia, o mercado se acende, o que deveria criar muitos empregos. Entretanto, percebe-se que o desenvolvimento tecnológico combinado com o novo modelo de produção vigente provoca o temido desemprego estrutural, onde há muito mais trabalhadores do que vagas disponíveis. Este tipo de problema é enfrentado pela sociedade capitalista até hoje, e não se sabe muito bem como reverter isso, já que a contenção de gastos e avanços tecnológicos é desejada pelos grandes empresários, detentores de grande parte das oportunidades de trabalho para os proletariados.
Durante este texto, pretendemos esclarecer como todos esses processos ocorreram ao longo dos anos a partir de 1950 e como foram determinantes para a situação do trabalhador nos dias de hoje.
Desenvolvimento
Nas décadas de 50 e 60, o modelo de produção predominante era o Fordismo/Taylorismo, esse modelo juntamente ao capitalismo desencadeou um intenso consumismo. Os trabalhadores produziam mais, o lucro das fábricas aumentava, o salário dos trabalhadores subia, as ofertas de crédito aumentavam, o consumo aumentava, e esse ciclo se repetia. Devido a isso, essas duas décadas ficaram conhecidas como os Anos Dourados, entrando em maior evidência nos anos 60. A tecnologia aumenta, a produção e os produtos passam a ser mais sofisticados e modernos, e enquanto antes as indústrias produziam para atender as necessidades da população, agora a prioridade se torna produzir e depois incitar as necessidades dos consumidores. Então é criado um novo conceito para necessidade, ao invés de ser o que precisamos para nossa sobrevivência, passa a ser o que nos dizem que precisamos. Assim a publicidade começa a aumentar e supervalorizar seus produtos nas propagandas, dizendo que para ser feliz é preciso ter tal coisa, para ser mais bela é preciso ter outra, entre outros tipos.
Para aumentar a produção, os industriais ofereciam um abono salarial para o funcionário que produzisse além da média. Para receber essas premiações, esses se submetiam a uma maior carga horária e a uma condição insalubre, devido ao trabalho repetitivo.
Apesar dessas más condições de trabalho, o seu poder de compra aumentava, o que os deixava satisfeitos, de forma que não reivindicavam seus direitos da maneira como poderiam. Os sindicatos, então, tinham boa relação com o Estado e contato direto com este, devido ao WelfareState, que atingiu o seu auge nas décadas de 50 e 60 (juntamente com o consumo) devido a um aumento dos salários quase na mesma proporção da produtividade. Esse aumento permitiu uma melhoria considerável do poder aquisitivo dos trabalhadores, que puderam adquirir bens de consumo duráveis e gozar de um status
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