Tratengberg

Maurício Tragtenbergfoi um sociólogo e professor brasileiro. Criticou as universidades capitalistas do século XX (década de 1950 ao final da década de 1970), pela falsa neutralidade, pois eram na verdade, instituições de classes. Somente os donos do capital tinham acesso a essas universidades, não havia preocupação se a pessoa tinha talento ou vontade de estudar e sim se possuía capital ou não. Para encobrir a falsa neutralidade foram desenvolvidas ideologias de um saber neutro, científico e objetivo.

A finalidade do conhecimento não era levada em consideração, os estudantes eram estritamente técnicos, apenas transformavam os meios em fins. Ao adquirirem o conhecimento, o diploma, eram utilizados a mando das forças capitalistas para praticarem atos mesmo que antiéticos, independentemente das consequências. Tudo girava em torno dos interesses da classe burguesa e do governo. Por exemplo, fabricações de armas químicas, armas biológicas, bombas, que posteriormente foram utilizadas em guerras.

Os professores eram vigiados para garantir a imposição de uma pedagogia repressiva que inibia o livre pensamento dos estudantes e o direito de questionar para passar a imagem de que o professor sabia tudo e o aluno nada. Era difundido apenas conceitos interessantes para o governo, fechando a mente dos estudantes, praticamente eram domesticados. Isso acontecia porque a sociedade estava em crise, vivendo num período de repressão governamental.

Tragtenberg, inpirado em Paulo Freire e sua obra “Pedagogia do oprimido”, propõe como saída, a prática de uma pedagogia libertária, na qual, haja uma democratização do ensino, participação dos professores nos métodos de ensino e que seja aberto a todos independentemente do seu nível social. O questionamento sobre a relação de poder sobre o processo educativo, de que forma a instituição está atuando no papel de disciplinador, pois é um órgão que exerce grande influência na ética profissional dos nossos futuros médicos, advogados, professores dentre tantos outros profissionais importantes.

As relações que estabelecemos com a filosofia de Epicuro aparecem na forma de Philia com a preocupação de Tragtenberg em relação aos alunos, quer conscientizá-los de que estão sendo prejudicados, que estão sendo vítimas de um ensino enganoso que só querem adestrá-los para serem facilmente controlados sem questionar, sem se opor ao governo e à classe burguesa. Assim, demonstra um amor em relação à humanidade e o conhecimento verdadeiro que deseja que os estudantes adquiram seria uma forma de clinamen , uma ferramenta para poder se desviar e possibilitar a utilização do Pharmacon , livrando-se das falsas crenças, as falsas ideologiasimpostas pelas universidades e de uma neutralidade inexistente. O Pharmacon relaciona-se com a pedagogia libertária, somente aplicando-a que os estudantes se fortalecerão para resistir às imposições injustas e lutar contra os fatalismos.

“O domínio dos deuses” fala sobre a ocupação da Gália pelos romanos no ano 50 antes de Cristo e a resistência de uma pequena aldeia de gauleses irredutíveis que viviam em plena harmonia em meio à natureza.

César, o imperador, pretendia dominar de qualquer maneira esta aldeia e contratou um arquiteto chamado Compassus para estudar os projetos e desenvolvê-lo a fim de conquistar seu objetivo. Os escravos eram os responsáveis por derrubar as árvores da floresta que cercava a aldeia. Mas a cada árvore derrubada era replantada pelos gauleses com sementes mágicas distribuídas por um druída, o Panoramix.

Até que um dos escravos foi conversar com o sábio e explicou que se não concluíssem seu trabalho, não conquistariam a liberdade. Então, Panoramix concordou em deixar que derrubassem as árvores e ainda deu uma poção mágica para que tomasse junto com os outros escravos para torná-los mais fortes. Sua intenção era ajudar os escravos e posteriormente dar uma lição aos romanos.

A poção fez com que os escravos se conscientizassem da forma que estavam sendo manipulados e começaram a fazer exigências por melhores condições e até negociaram um salário. Ao terminarem seu trabalho, foram libertos mas nem sabiam o que fazercom a própria liberdade e acabaram seguiram outros ex-escravos.

Os romanos pensando ter obtido finalmente a vitória, construíram uma espécie de conjunto habitacional denominado Domínio dos Deuses e algumas famílias romanas mudaram-se para lá por meio de algumas pressões sofridas por César.

Os romanos começaram a visitar a aldeia dos gauleses e as madames achavam os produtos muito interessantes e baratos. Os gauleses ao perceberem foram aumentando o preço dos seus produtos, porém, a competição no mercado também aumentou e então a guerra começou por disputa de preços mas no sentido de quem venderia mais barato.

A grande harmonia existente anteriormente foi abalada e então os gauleses resolveram dar um basta nos romanos. Um dos gauleses, o Asterix teve a idéia de hospedar no Dominio dos deuses, um músico chamado Chatotorix . Ao anoitecer, o músico começou a ensaiar cantando muito alto e tocando seus instrumentos causando um barulho insuportável. No dia seguinte, as famílias hospedadas voltaram para Roma. Compassus temendo César, teve a idéia de colocar os próprios guardas para morar no Domínio dos deuses. Para isso, contou com a