Antopologia do Espelho - Muniz Sodré
Por: Lorena Fiori • 23/11/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 477 Palavras (2 Páginas) • 373 Visualizações
Em a Antropologia do Espelho podemos entender o básico para compreender os fenômenos da comunicação contemporânea. Muniz Sodré nos ajuda a refletir sobre as mudanças de interesses e costumes que midiatização da sociedade gerou.
O livro fala do processo em que as relações sociais são articuladas com novas formas de sentir. A mídia passa a exigir e cria um novo “bios”, uma nova forma de vida, o bios midiático, que vêm se juntar aos três outros apontados por Aristóteles: bios theoretikos (vida contemplativa), bios politikos (vida política) e bios apolaustikos (vida prazerosa, do corpo). E também em um novo “ethos”, o ethos midiatizado. O ethos é uma consciência atuante e objetiva, na qual se manifesta a compreensão, a intepretação simbólica e a regulação da existência humana, dinamizada em um ambiente cognitivo. Ou seja, a midiatização da sociedade sugere uma aptidão particular da vida, um novo modo de se sentir, um bios especifico.
Para Muniz Sodré a globalização só tem de global a velocidade de deslocamentos de capital e de informações, pode ser considerada como um outro nome para a “teledistribuição” mundial de pessoas e coisas. E a comunicação, que representava vínculo, neste novo contexto, passa a designar a aceleração do processo de circulação de informação. Processo que implica, em um novo tipo de formalização da vida, em novos protocolos de sentido, saber e contabilização da realidade. O conhecimento ingressa e novo registro, no qual velhas e novas formas de representação interagem em um mesmo ambiente.
Sodré pontua que, embora introduzam novas variáveis técnicas, econômicas e políticas, as transformações tecnológicas da informação apresentam-se francamente conservadoras das velhas estruturas de poder. Segundo ele, a democratização não seria alcançada pela multiplicação técnica de canais. Dessa maneira, o termo mais adequado para descrever o momento não seria “Revolução Tecnológica” e sim, “Mutação Tecnológica”. Afinal, trata-se da hibridização e rotinização de processos e recursos técnicos já existentes de outras formas e da veloz reciclagem de conteúdo.
Em uma sociedade midiatizada, a tecnologia participa ativamente no processo de conhecimento. Porém, para Muniz Sodré, a fascinação exagerada e centralizada na atividade midiática e nas proezas da computação vem da prática que dedica à inovação em si mesma um poder mágico e soberano de solucionar problemas, independente das condições humanas e sociais.
A comunicação cobrirá um amplo espectro de práticas de veiculação - o que Sodré chamou de midiatização e cujos dispositivos têm natureza basicamente vinda da sociedade de vinculação (na qual é pautada em formas diversas de comunicação mutua entre os indivíduos, vinda da sociedade) que correspondem a práticas teóricas relativas à posição de observação das práticas de veiculação e as estratégias de vinculação.
Em Antropológica do Espelho, Muniz Sodré destaca que o campo comunicacional requer um novo sistema de inteligibilidade para a compreensão da diversidade dos fenômenos comunicacionais e lamenta o fato de que a mão-de-obra técnica do bios midiático costume desprezar a teoria.
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