FIGURAS DE LINGUAGEM – FIGURAS DE SINTÁXE

REDAÇÃO PUBLICITÁRIA I

FIGURAS DE LINGUAGEM – FIGURAS DE SINTÁXE

FACULDADES INTEGRADAS TORRICELLI

Guarulhos – SP

2011

Elipse

Elipse é um termo entendido pelo contexto ou por elementos gramaticais presentes na frase com a intenção de tornar o texto mais elegante e conciso. Trata-se da omissão de palavras que podem ser facilmente subentendidas. Por exemplo:

“Quanta maldade na Terra”

“Risco de vida.”

Entende-se que as frases queiram dizer:

“Quanta maldade há na Terra.”

“Risco de perder a vida.”

A elipse é utilizada em alguns textos publicitários para produzir, deste modo, um texto mais econômico e compacto, extraindo uma ou mais palavras, mas sem tirar o significado que elas teriam no texto.

Um exemplo de elipse num texto publicitário é o da Benegrip:

“É gripe? Benegrip!?

Pleonasmo

Pleonasmo é uma figura de linguagem, um vício, é uma redundância proposital ou não. É a repetição de um termo já expresso ou de uma idéia já sugerida para fins de clareza ou ênfase. O pleonasmo de valor expressivo e o de valor negativo são considerados como erros de gramática, o uso deles é desnecessário na frase.

        Exemplos de pleonasmos utilizados de forma errada:

“Subir para cima”; “descer para baixo”; “vi a cena com meus próprios olhos”; “Prefeitura Municipal”.

O pleonasmo é uma redundância em uma expressão, enfatizando-a. Na publicidade é utilizado propositalmente no intuito de enfatizar uma ideia ou conceito. Por exemplo, o slogan da Tostines:

“Vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?”

A redundância serve para enfatizar a qualidade do produto.

Anacoluto

Anacoluto é uma figura de linguagem que vem a ser uma irregularidade gramatical, é como se a frase perdesse o seu sentido. Consiste na ordem lógica da frase, pode haver uma quebra na estrutura da frase, para introduzir uma palavra, uma expressão, ou até mesmo uma idéia, por isso também é chamado de “frase quebrada”.

        Exemplo de “frase quebrada” ou  anacoluto:

“O relógio da parede eu estou acostumado com ele, mas você precisa mais de relógio do que eu.”

        

Um exemplo de anacoluto na publicidade está em um antigo anúncio da Kolinos em que a imagem mostra uma criança sorrindo e o texto diz:

“Eu faço como mamãe...

Para ter dentes sadios só uso Kolinos”

Onomatopéia

Onomatopéia é a imitação de um som com um fonema ou uma palavra. Imitar o canto dos pássaros, o som da natureza, quando dizemos que ao tocar a campanhinha faz “tin dom’’ ou ao bater na porta faz ‘’toc toc’’, o latido de um cachorro ‘’ au au au ‘’. Ao utilizarmos estas expressões estamos utilizando as onomatopéias.

Um exemplo de onomatopéia é a marca Kodak, pois o nome “Kodak” descreve o som do obturador de uma câmera fotográfica. Outro exemplo de onomatopéia na publicidade é o de um anúncio do Kia Soul em que para enaltecer o sensor de estacionamento, mostra o carro como se estivesse andando de ré e atrás, entre o carro e a parede a expressão “PiPiPi”, imitando o som do sensor.

Zeugma

        Zeugma é a omissão de uma palavra já expressada anteriormente na oração. Trata-se de um caso especial de elipse. Por exemplo, um trecho do Hino Nacional Brasileiro:

“Nossos bosques têm mais vida

Nossa vida mais amores”

        Entende-se que o segundo verso queira dizer: “Nossa vida tem mais amores” mesmo sem a presença da palavra “tem”.

Silepse

A Silepse é uma concordância ideológica, isto é, quando a concordância está não na palavra expressa nas frase, mas na palavra que a palavra sugere. Silepse pode ser dividida por silepse de número, gênero ou pessoa .

A Silepse de número acontece quando se usa a coletividade na frase. Por exemplo:

“A turma veio aqui em casa e deixaram a maior bagunça.”

        A palavra “turma” expressa uma quantidade mas, a frase não inca qual.

Silepse de gênero ocorre quando a concordância vem através da ideia que está implícita. Por exemplo:

“Patos de Minas é muito calorosa.”

Neste caso a palavra “calorosa” diz respeito às pessoas da cidade, que são receptivas e não a própria cidade.

Já a Silepse de pessoa é analisada quando a frase inclui a terceira  pessoa, mas a concordância foi feita com a primeira pessoa. Exemplo:

“Todos estávamos  nervosos.”

Ou seja, temos aqui duas pessoas,  eles e nós.

Polissíndeto

Polissíndetos são repetições de conjunções; acentuando com excessos. Por exemplo:

“Viúva e triste e posta em vida escura, sem marido, sem reino, e sem ventura".

Na frase acima pode-se perceber que são repetidas várias vezes como a viúva está. Portanto, o polissíndeto é quando a frase utiliza várias palavras com o mesmo sentido. Um exemplo de polissíndeto na publicidade está num texto publicitário de uma campanha da Nestlé (Neston) onde há uma repetição da conjunção “ou”:

“Ou você come Neston, ou sua corrida vai pro espaço.”