Resenha sobre o filme "After"

G2 de Introdução ao Cinema (COM1262)

Nome: Giulia C. Oliveira

Turma: 2II

Professor: Renato Schvartz

Resenha sobre “After”, de Lukasz Konopa

Lançado em 2012, vencedor de diversos prêmios, como “Cilect Prize” de 2013, e com duração de sete minutos, o documentário tem como pano de fundo o antigo campo de concentração de Auschwitz, no sul da Polônia, que, atualmente é um memorial e Patrimônio Mundial da UNESCO.

Famoso por ter sido o maior local de extermínio de judeus, negros, homossexuais e imigrantes, o lugar recebe diversos grupos de turistas ao longo de seu funcionamento. E, justamente, a partir disso, a filmagem da película é feita, começando com funcionários trabalhando para a conservação do local e, logo depois, pessoas descendo de ônibus de turismo, iniciando mais um dia de visitação. No plano anterior apareciam sapatos antigos sendo higienizados e organizados para a exposição, numa espécie de aquário e, no seguinte, há um enfoque nos tênis utilizados pelos excursionistas que chegam, fazendo um contraste entre o passado e o presente.

Com um ar melancólico, pode-se perceber os movimentos da câmera sobre os grupos, geralmente alegres e sendo fotografados, assim como os rostos seguidos da cerca farpada, que traz questionamentos ao público que assiste, principalmente o de que muitos que estão ali, pouco sabem sobre o que ocorrera nos tempos sombrios de Segunda Guerra Mundial ou que não têm noção do tamanho da gravidade das atrocidades que ali eram cometidas. Também possui uma filiação com o neorrealismo, no que diz respeito à parte visual, por se tratar de uma obra fora de estúdios cinematográficos e com o modernismo, em sua narrativa.

Um dos momentos mais dramáticos, já ao final, se dá quando um grupo religioso entoa canções, provavelmente de maneira a lembrar das falecidas vítimas. A presença de jovens judeus é constante, assim como a de alguns idosos, que são a voz mais em destaque. Posteriormente, todos se unem e caminham abraçados, indo embora.

Os takes finais, mostram partes do campo de concentração, como as antigas câmaras de gás, fortes de observação por parte dos soldados nazistas, alojamentos, cercas de arame farpado, muros, muitos destes utilizados para o fuzilamento de prisioneiros. Pássaros cantarolam e voam sobre ruínas de uma possível zona de execução e o encerramento se dá com a visão dos trilhos, que chegavam os trens e do verde existente por ali.

Dentre as mensagens que Konopa trouxe para sua obra, uma delas é a dos funcionários, presentes ao longo das imagens, como a representação da preservação do que ali fora.  Isso casa com a ideia principal, de que o Memorial foi criado com a intenção de que não existam outros cenários como os da década de 1940, com milhares de inocentes vitimados pela ganância e o ódio. Tal passado sombrio acaba por ser comprovado com o que ainda existe naquela região.