A Alice Pataxó Biografia

Nome: Felipe Covelo Pan

Trabalho de Verbete biográfico:

Escolha uma mulher brasileira com relevância social, política ou cultural que ainda esteja viva.

Alice Pataxó

Dados pessoais

Alice Pataxó é uma jovem adulta, ativista e influenciadora indígena de 20 anos da etnia Pataxó, com crença na religião politeísta do xamanismo Pt que faz parte da nova geração de lideranças indígenas que atua principalmente através do meio digital. Nasceu na aldeia Craveiro em Porto seguro, na Bahia^[a]. Atualmente Pt mora no território indígena Barra Velha (aldeia mãe pataxó), dentro do Parque Nacional do Monte Pascoal, na região da Costa das Baleias, também na Bahia.

Dados Profissionais e acadêmicos

        Alice estudou e concluiu o ensino médio em uma escola indígena. Após formada, ela ministrou aulas de cultura para seu povo no colégio de sua aldeia. Atualmente Pt integra movimentos estudantis^[b], atua como jornalista em um jornal independente: “Projeto Colabora” e é graduanda em BacharelSE interdisciplinar em Humanidades, na Universidade Federal do Sul da Bahia. Ela também fundou um canal no youtube, chamado canal Nuhé (nome relacionado à força e resistência de seu povo), onde compartilha diversos conteúdos sobre diversidade, ancestralidade e resistência a partir de um olhar indígena de descolonização.

Trajetória e atuação

        Sua trajetória teve início em 2016, quando aos 14 anos participou de um encontro da ONU para mulheres sobre os direitos femininos, no qual era a mais jovem das participantes indígenas. Neste evento teve seu primeiro contato^[c] e ingressou nos movimentos estudantis. Alice foi influenciada por sua mãe, uma pedagoga que foi para a cidade e retornou à aldeia para dar aula aos Pataxó. ^[d]

Também no ano de 2016, antes da influência nas redes, a moradora da Aldeia Craveiro passou por reintegrações de posse na Aldeia Aratikun, também do povo Pataxó. Em 2017, com apenas 15 anos, já era considerada uma líder em sua comunidade.

        <Alice mantém diversas contas digitais em redes sociais como Instagram, twitter e youtube, algumas com centenas de milhares de seguidores, que usa para compartilhar notícias e seus conteúdos sobre pautas sociais atuais relacionadas ao povo indígena, como feminismo, capacitismo, inclusão no mundo digital, questões raciais, desmatamento e o genocídio do povo indígena, a pandemia do Covid-19, entre outros.> Ela escreve diversos artigos sobre a relação entre o povo Pataxó e a pandemia e o antagonismo entre o desenvolvimento do país e o desmatamento^[e], que são publicados no jornal para o qual trabalha.

Em agosto de 2020, Alice começou a publicar^[f] sobre a defesa do meio ambiente, contra os incêndios criminosos no Pantanal e na Amazônia; sobre os despejos de aldeias indígenas e a divulgar os saberes dos povos tradicionais, como pintura corporal, conhecimento de botânica, literatura, entre outros, em sua conta no Twitter, onde possui um alcance maior, com mais seguidores.^[g]

Em junho de 2021 Pt participou e compartilhou em suas redes sociais, junto de centenas de pessoas, de diversos atos em um protesto pacífico contra o PL 490/2007, que dificulta a demarcação de terras indígenas ao delimitar a criação de um marco temporal para definir o que são terras tradicionalmente ocupadas por indígenasR.