A ROTULAÇÃO

LEONARDO HENRIQUE: A ROTULAÇÃO É ALGO QUE EXISTE NA SOCIEDADE DESDE QUE O MUNDO É MUNDO E  HOJE SE MOSTRA ESSENCIAL PARA A FORMAÇÃO DE UM INDIVÍDUO. ESTAMOS SEMPRE TENTANDO NOS ENQUADRAR EM ALGUM PADRÃO QUE A SOCIEDADE NOS IMPOE, POIS QUEM NAO PERTENCE A NENHUM, É VISTO COMO DIFERENTE, ANORMAL. NA MAIORIA DAS VEZES ESSA ROTULAÇÃO CAUSA PREJUIZOS AS PESSOAS, POIS CRIA O PRECONCEITO,  E FAZ CRESCER DENTRO DE CADA UM O SENTIMENTO DE SUPERIORIDADE SOBRE AQUELES QUE NAO SE ENQUADRAM EM CERTO PADRÃO.PORÉM, OUTRAS VEZES ESSA ROTULAÇÃO É BENEFICA, POIS NOS AJUDA A CRIAR A NOSSA IDENTIDADE, NOSSO CARACTER, A CONSTRUIR A NOSSA PERSONALIDADE, COMO OCCORRE NAS TRIBOS.

Sara otoni:  Como exemplo de rotulação temos hoje os grupos sociais, ou como são mais conhecidas, as tribos urbanas E hoje para um grupo se formar é preciso que, além da interação entre os participantes, haja também valores, princípios e objetivos em comum, onde a individualidade acaba e o “eu” é trocado por “nós”. A identidade é deixada de lado, sendo que as ideias que prevalecem são os ideais coletivos. E como a união faz a força, as pessoas se sentem mais fortalecidas e acabam por defender com “unhas e dentes” a filosofia do grupo.

O que vimos nas cidades interioranas é bem diferente das tribos dos grandes centros urbanos. No interior não existem regras, não existem encontros, Porém nos grandes centros, cada grupo social tem suas próprias regras e normas, e se reunem frequentemente para praticar a filosofia do grupo.  

Maria:  QUANDO ADERIMOS A UMA TRIBO NA MAIORIA DAS VEZES  O QUE QUEREMOS É NOS SENTIR MENOS DESLOCADOS, POSSUIR UMA VOZ NUMA SOCIEDADE ONDE O ANONIMATO É O MAIOR MEDO DA POPULAÇÃO.  AS TRIBOS REPRESENTAM PRA MUITOS UM REFUGIO. é  Através delas que expomos nossa essência, nossos valores, nossas crenças, nossos gostos, por meio da musica, das roupas, da maquiagem, e do próprio linguajar que é característico de cada uma. O problema é que muitas vezes as pessoas aderem tais grupos muitas vezes sem conhecer sua filosofia, seus princípios, aderem apenas porque acham bonito a maneira como se vestem, se maqueiam, ou para praticar a violencia e se impor contra outros grupos, criando uma imagem ruim sobre as tribos, que prevalece na midia. Como é o caso dos skeanheads.

Alana: os Skinheads é um grupo que teve inicio na década de 1960 na Inglaterra por jovens da classe operária. Chamados inicialmente dessa forma por causa do corte de cabelo,  seu estilo foi uma influência dos mods britânicos e dos rude boys jamaicanos que imigraram para Inglaterra nesse período, trazendo seu estilo de vida, roupas e sua música.

A cultura skinheads da década de 60 ficou famosa por promover confrontos nos estádios de futebol e por alguns skins demonstrarem preconceito para com os paquistaneses e asiáticos. Mesmo tendo apatia por essas duas culturas, os skinheads dessa época eram contra os grupos neonazistas e não aceitavam o racismo contra negros, já que muitos deles eram descendentes de negros. A “segunda geração” de skinheads surgiu no final da década de 1970, a cultura skinhead sofreu grandes mudanças e a principal delas foi a fragmentação da cultura em diversos submovimentos. Muitos desde começaram a promover o racismo contra negros, a xenofobia, a homofobia e a cultivar as ideologias neonazistas.

Laninha: O motivo dessa fragmentação e desse inicio do preconceito dentro da cultura skinhead, foi a prosperidade econômica e abertura do pós-guerra que a Inglaterra ofereceu tanto aos imigrantes quanto aos cidadãos ingleses, o que fez com que alguns destes pensassem que estrangeiros não mereciam regalias do governo,  gerando a xenofobia dos ingleses. Por esse motivo, hoje temos skinheads de todos os estilos, esquerdistas chamados de Redskin,  Trojan (ainda com influências mod dos anos 60), S.H.A.R.P. (Skinheads contra o preconceito racial), R.A.S.H.  (skinheads comunistas e anarquistas)…  Mas popularmente as pessoas só reconhecem pela mídia os Boneheads (White Powers)  e Hammerskins, ligados ao nazismo