Figuras de Linguagem
Por: fafadil • 24/8/2016 • Relatório de pesquisa • 2.669 Palavras (11 Páginas) • 1.150 Visualizações
FIGURAS DE LINGUAGEM
Maria de Fátima Santos Pereira
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo apresentar algumas das várias figuras de linguagem usadas em nosso dia a dia, nas canções e em muitos textos bíblicos. As figuras de linguagem nos ajudam a entender, compreender e interpretar os ensinamentos bíblicos. São estratégias que escritores usam para conseguir um determinado efeito na interpretação do leitor. Podemos afirmar que a maioria dos textos bíblicos são constituídos por metáforas, parábolas, tipos, provérbios, dentre outras.
Palavras-chave: Figuras. Linguagem.
1. INTRODUÇÃO
Figuras de linguagem são recursos que tornam a língua viva e expressiva e podem ser utilizadas com o fim de esclarecer, ocultar, enriquecer, ou dar mais inteligência à comunicação.
O conhecimento da estrutura de cada figura de linguagem permitirá ao estudante da Bíblia extrair do texto figurado o seu sentido real ou concreto. A chave para a interpretação da figura de linguagem é traduzir o sentido conotativo (secundário) da figura através do conhecimento das suas características estruturais, retornando o texto ao sentido denotativo ou comum.
Linguagem figurada diz respeito à significação secundária (conotativa), além da significação habitual. Na língua diária usamo-la muito freqüentemente, sem nos darmos conta disso. O profeta Ezequiel era acusado por seus contemporâneos de falar somente por meio de comparações: “Então disse eu: - Ah! Senhor Jeová! Eles dizem de mim: Não é este um dizedor de parábolas?” (Ez 20.49).
O próprio Senhor Jesus utilizou muito da linguagem figurada em seus ensinamentos: “Disse-vos isto por parábolas; chega, porém, a hora em que vos não falarei mais por parábolas, mas abertamente vos falarei acerca do Pai;” (João 16.25).
A linguagem figurada é de díficíl interpretação e requer do leitor muito conhecimento, principalmente se trantando de textos bíblicos. É importante saber identificar as diversas figuras de linguagem, porque desta forma é possível compreender melhor diferentes textos.
Compreender e saber usar figuras de estilo nos capacita a usar de forma mais eficaz a linguagem como fenômeno social e nos ajuda a vislumbrar o simbolismo de algumas conversas e obras escritas.
As figuras de linguagem podem ser subdivididas em figuras de palavras, figuras de pensamento e figuras de construção. Neste artigo definiremos algumas das figuras de linguagem e faremos algumas citações Bíblicas para fixação do conhecimento.
2. FIGURAS DE LINGUAGEM – DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
São recursos que tornam as mensagens que emitimos mais expressivas. Subdividem-se em figuras de palavras, figuras de construção e figuras de pensamento.
2.1 Figuras de Palavras:
a) Metáfora: Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende entre elas certas semelhanças. É importante notar que a metáfora tem um caráter subjetivo e momentâneo; se a metáfora se cristalizar, deixará de ser metáfora e passará a ser catacrese (é o que ocorre, por exemplo, com "pé de alface", "perna da mesa", "braço da cadeira"). Toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento comparativo não aparece. Exemplos:
- Ao dizer Jesus: “Eu sou a Videira Verdadeira”, Jesus se caracterizou com o que é próprio e essencial da videira (pé de uva); e ao dizer aos discípulos: “Vós sois as varas”, caracterizou-os com o que é próprio das varas”
- “Eu sou o Caminho”, Eu Sou o Pão Vivo”, etc.
b) Metonímia: Consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido, ou seja, emprega-se a causa pelo efeito, ou o sinal ou símblo pela realidade que indica o símbolo. Exemplos:
- Jesus emprega a causa pelo efeito: “Eles tem Moisés e os profetas; ouçamos”, em lugar de dizer que têm os escritos de Moisés e dos profetas. (Lc 16.29);
- Jesus emprega o símbolo pela realidade que o menino indica: “Se eu não te lavar, não tem parte comigo”. Lavar é o símbolo da regeneração. c) Catacrese: É a figura de linguagem que consiste na utilização de uma palavra ou expressão que não descreve com exatidão o que se quer expressar, mas é adotada por não haver uma outra palavra apropriada - ou a palavra apropriada não ser de uso comum; são como gírias do dia-a-dia, expressões usadas para facilitar a comunicação. Consiste também em dar à palavra uma significação que ela não tem, por falta de termo próprio, empregando-as fora do seu significado real. No entanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que estão sendo usadas no sentido figurado. Exemplos:
- “E tomou a mulher a tampa, e a estendeu sobre a boca do poço, e espalhou grão descascado sobre ela; assim nada se soube.” (II Sm.17.19)
A rigor, quem tem boca são as pessoas e os animais, e não poço. Mas, por falta de um termo mais específico para designar a abertura do poço, chamamo-la de boca, uma forma de comparação com a boca humana.
Da mesma forma, espalhar, como se percebe, vem da palavra palha e deveria, portanto, designar o ato de separar a palha. Mas já está consagrado o uso de espalhar para quaisquer elementos que se dispersem.
d) Perífrase: Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. Exemplos:
- O Divino Mestre (=Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem.
- O rei dos animais foi genoroso (=o leão).
2.2 Figuras de Construção:
a) Pleonasmo: Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é realçar a ideia, torná-la mais expressiva. Exemplo:
- O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo.
Nesta oração, os termos "o problema da violência" e "lo" exercem a mesma função sintática: objeto direto. Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pronome "lo" classsificado como objeto direto pleonástico.
- Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas. Aos funcionários, lhes = objeto indireto. Nesse caso, há um pleonasmo do objeto
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