Resenha do filme sou Surda e Não Sabia
Por: Josiane Daline Barros Ballin • 18/10/2016 • Resenha • 729 Palavras (3 Páginas) • 6.125 Visualizações
[pic 1][pic 2]ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATOGROSSO-UNEMAT
PROGRAMA DE LICENCIATURAS PLENAS PARCELADAS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO MÉDIO ARAGUAIA
NÚCLEO PEDAGÓGICO DE VILA RICA
LICENCIATURA PLENA EM COMPUTAÇÃO
Resenha do documentário “Sou surda e não sabia”
O preconceito é uma marca muito presente no documentário, nota-se que ao Sandrine, a atriz que faz a personagem de surda, ao conversar com sua amiga pelo telefone as pessoas ao redor ficam observando assustadas, a vendo falar através de língua de sinais por uma vídeo chamada com sua amiga. Ao ver o documentário pode-se notar que o preconceito contra os surdos que se instalava na sociedade há alguns séculos, continua, talvez não com tanta intensidade, mas ele está presente na atualidade.
Um ponto muito importante é quando se discute a nomenclatura utilizada para designar a pessoa surda, o que ficou claro é que elas preferem ser chamadas de “pessoa deficiente auditiva”, fato que gera muita discussão na sociedade.
Outro ponto que chama a atenção no documentário é que a própria Sandrine não sabia da sua surdez, mesmo sendo desde nascença, seus pais só foram realmente saber após vários anos, tendo eles desconfiado disso foram procurar recursos na medicina, onde dispusera-os soluções como a colocação de aparelhos auditivos, o que causou um grande alvoroço na cabeça de Sandrine. Também propuseram o implante coclear, além de tratamento com fonoaudiólogos. Durante o documentário há relatos de alguns especialistas da área, professores, outros surdos, fonoaudiólogos, que discutem a questão da surdez.
Ao ser matriculada na escola regular, Sandrine não entendia nada, ela se sentia em outro mundo, depois de um tempo ela passou a perceber que as outras crianças entendiam o que a professora falava. Seus pais queriam que ela fosse uma criança normal, que falasse como as outras, apesar deles saberem da deficiência dela.
Sandrine passou a estudar em uma escola especializada para surdos, na qual o intuito era ensinar os surdos a oralizar, nesta escola não se podia utilizar a língua de sinais e os alunos eram obrigados a falar. Pode-se contatar que nesta escola o método de ensino aplicado era o oralismo, que defende a integração da pessoa surda na comunidade de ouvintes.
Sandrine se esforçava ao máximo para falar, mas era muito difícil, era pra ela uma coisa muita estranha, ela não conseguia falar com naturalidade. Aos nove anos de idade, Sandrine foi estudar em outra escola, onde tinham alunos surdos, ali ela se encontrou no mundo ao perceber que não era somente ela que era diferente. Aqui se pode perceber que Sandrine passa a poder falar em língua de sinais e vê que não precisava mais falar que nem um ouvinte, é nesta parte que ela acha a sua identidade surda, passa a ser comportar como tal.
No documentário mostra uma escola que utiliza o bilinguismo, na qual os alunos participam de aulas regulares também, durante algumas horas por dia, para promover a interação com outros alunos ditos como “normais”. No bilinguismo, o surdo tem a opção de adquirir a linguagem de sinais como sua linguagem materna, e posteriormente como segunda língua aprender a língua oficial de seu país. Neste método de ensino, os surdos podem assumir sua surdez e adotar sua cultura.
Em um momento do documentário aparece um depoimento de uma mãe de uma criança deficiente auditiva, onde a mesma relata que se sente culpada pela surdez da filha e cita que as pessoas falavam a ela que a língua oral seria a ferramenta mais importante para que a criança pudesse tem uma profissão mais admirável no futuro. De acordo com o texto “A surdez” organizado por Carlos Skliar, e escrito por Gladis T. T. Perlin, há vários estereótipos discriminatórios do surdo, no campo de trabalho, por exemplo, os surdos são geralmente contratados para serviços que há muito barulho, por acharem que os surdos se concentram melhor, falam também que os surdos não são capazes e nem podem assumir papel de gerencia, sendo submetidos sempre aos ouvintes.
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