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A Importancia De Socrates Para A Filosofia

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Por:   •  5/8/2014  •  9.130 Palavras (37 Páginas)  •  36.850 Visualizações

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi analisar a influência de Sócrates sobre a filosofia ocidental, de seu tempo à atualidade e, especificamente, trata da filosofia antes de Sócrates, a educação e o método socrático, os raciocínios indutivos e a definição do universal, as escolas socráticas e os aportes socráticos à conformação atual da filosofia. Com o resultado da pesquisa foi possível concluir que Sócrates separou a filosofia de preocupações vazias e do ceticismo dos sofistas, orientando-se para a moral e a psicologia, além de assinalar o verdadeiro método, a introspecção e a indução, para extrair os conceitos exatos e definições das coisas.

Palavras-chave: Sócrates; filosofia; educação.

INTRODUÇÃO

A figura de Sócrates se apresenta, sem dúvidas, como a mais conhecida no âmbito filosófico, pertencendo à famosa trilogia Sócrates, Platão e Aristóteles, uma tríade imposta pela tradição às suas figuras cuja importância para a filosofia é consagrada.

Sócrates representa, portanto, junto a Platão e Aristóteles, a cúpula do pensamento antigo, levando uma disciplina recém surgida a patamares metafísicos e epistemológicos consideráveis. Sendo o primeiro da série, representa o ponto do qual e graças a cuja inovação surgem dois sistemas filosóficos que iluminam o horizonte da filosofia durante muito tempo.

É o primeiro a se ocupar da filosofia verdadeiramente e, portanto, considerado o fundador da filosofia moral ou axiologia, que tem grande peso na posterior história da filosofia ocidental, sobretudo por sua influência sobre Platão. Sócrates destaca-se também por seu caráter moral e pelo domínio de si mesmo, sua dedicação ao seu país pela dedicação ao ensino e à persuasão aos cidadãos atenienses a realizarem um exame de suas consciências e se ocuparem de sua alma.

Embora não tenha fundado uma escola regular de filosofia, sua a filosofia socrática tem por objeto o estudo do homem e de seu mundo, ou seja, da comunidade em que vive. Sua investigação pretende colocar cada homem, individualmente, às claras consigo mesmo, torná-lo justo, ou seja, solidário com os demais. Por isso, adota como lema de sua filosófica o mandato de Delfos: “conhece-te a ti mesmo”. Desta forma, converte sua filosofia em um exame constante de si mesmo e dos demais, sendo a primeira condição desse exame o reconhecimento da própria ignorância (unicamente é sábio aquele que nada sabe e apenas o que sabe que não sabe procura aprender).

Este reconhecimento da própria ignorância é provocado por Sócrates através da ironia, ou seja, da interrogação que conduz ao homem a descobrir sua ignorância, abandonando a dúvida e a inquietude. É uma etapa de limpeza da mente, na qual buscava retirar de seus discípulos as ideias arrogantes dos sofistas.

O conhecer-se, o buscar a si mesmo é, ao mesmo tempo, buscar o verdadeiro saber e a melhor forma de viver e, por isso, o intelectualismo moral é a teoria que identifica a virtude com o saber, isto é, bom e virtuoso é o mesmo que sábio. O vício e a culpa ou o erro procedem da ignorância e, portanto, somente sabendo que o que é o bom se pode praticar o bem, somente sabendo o que é a justiça se pode ser justo, somente sabendo o que é a virtude o homem pode praticá-la na vida social.

Contrariamente, o ignorante não poderá agir com justiça ou com bondade, com virtude, porque não os conhece e, se realiza alguma ação justa, boa ou virtuosa, é por casualidade. Este intelectualismo moral levaria a uma contradição: o que age injustamente, sabendo que o faz, é mais justo do que aquele que age injustamente por ignorância. Sócrates observou essa contradição e afirmou que esses casos, teoricamente, não são possíveis, porque ninguém age mal sabendo que age mal, mas realiza ações más crendo que são boas e, tendo um conhecimento profundo e preciso das virtudes, ninguém se comporta mal.

Por esse motivo, na teoria socrática não há lugar para a culpa; aquele que age mal não é culpável, mas sim ignorante, e ao homem ignorante não se pode castigar com o encarceramento, mas sim fornecer-lhe instrução necessária para que aprende o que é o bem. Nesse sentido, quando fala do saber, se refere a um saber prático, ou seja, de um saber encaminhado para regular a conduta, as ações individuais e sociais e, portanto, o trabalho que deve dominar o cidadão é o trabalho da virtude, o conhecimento e a prática desta para ser um bom cidadão e consolidar uma sociedade justa.

A contribuição de Sócrates à filosofia, portanto, é de acentuado tom ético. A base de seus ensinamentos foi a crença em uma compreensão objetiva dos conceitos de justiça, amor e virtude e do conhecimento de si mesmo. Acreditava que todo vício é resultado da ignorância e que nenhuma pessoa deseja o mal; por sua vez, a virtude é conhecimento e aqueles que conhecem o bem agem de forma justa. Sua lógica enfatiza a discussão racional e a busca de definições gerais, como se reflete nos escritos de seu discípulo Platão e em Aristóteles. Através das obras de ambos, as teorias socráticas incidiram de forma determinante no curso do pensamento filosófico ocidental posterior, evidenciando que representou a personificação e a guia para alcançar uma vida superior.

O presente estudo, com vistas a essas considerações, tem como tema Sócrates e a fundação da filosofia ocidental, destacando a filosofia anterior a ele, a doutrina e o método socrático, ressaltando as contribuições do filósofo à evolução e desenvolvimento da filosofia até os tempos atuais. O seu objetivo é analisar a influência de Sócrates sobre a filosofia ocidental, de seu tempo à atualidade e, especificamente, trata da filosofia antes de Sócrates, a educação e o método socrático, os raciocínios indutivos e a definição do universal, as escolas socráticas e os aportes socráticos à conformação atual da filosofia.

1 A filosofia antes de Sócrates

Pode-se afirmar que mesmo em suas descontinuidades, na história há sempre um princípio, necessariamente convencional, e que a história da filosofia ocidental se construiu antes e depois de Sócrates. Alguns aspectos devem

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