A Origem da Filosofia

A filosofia surgiu no Ocidente há aproximadamente 3.000 anos como uma forma de dar explicações, além das existentes ligadas ao mito e à religião, aos fenômenos naturais pois a mitologia não exige comprovação, se tem apenas que acreditar nela tal qual acontece na religião e diferentemente do que ocorre na filosofia.

 Cada filósofo traz uma definição diferente do que é a filosofia e algumas delas são até divergentes, uns dizem que é reflexão, outros criar conceitos ou então questionar as coisas do mundo e para fazer tudo isso a filosofia percorreu um longo caminho.

A arte, como a filosofia, não tem uma utilidade imediata, mas aparece no mundo como forma de transformar as experiências de vida em objetos de conhecimento utilizando o sentimento, fato que alguns filósofos não aceitavam.

Na Idade Moderna, o imenso campo filosófico se fragmentou e despertou estudos especializados, como por exemplo, em matemática, física, química, biologia e etc, era a separação entre filosofia e ciência.

No período pré-socrático da história da filosofia grega, que recebeu esse nome por surgir antes de Sócrates e dos sofistas, tinham como principal preocupação o mundo exterior, os problemas cosmológicos.Houve três Escolas Filosóficas nesse período: estoicismo, epicurismo e cinismo. A primeira divide a filosofia em lógica, física e ética. A segunda diz que o único bem é o prazer e o único mal é a dor, esse prazer não é imediato e sim avaliado pela razão. O terceiro questionava a ordem social. Esses primeiros filósofos escreviam geralmente em prosa, deixando de lado a forma poética utilizada nas epopéias e nos relatos míticos.

Sócrates, Platão e Aristóteles viveram no período socrático. Aristóteles foi pupilo de Platão que por sua vez foi pupilo de Sócrates. Há uma certa polêmica sobre se Sócrates realmente existiu ou se foi um personagem inventado por Platão pelo fato de não ter deixado nada escrito e as informações que se tem sobre ele foram conseguidas através de seu pupilo. Esse período foi de grande desenvolvimento para a filosofia grega e alguns modos de pensamento dessa época ainda são utilizados hoje, com uma versão um pouco modificada, como a noção de mundo das idéias criada por Platão em que o mundo sensível, do aqui e do agora, é o reflexo desse mundo ideal, o mundo das idéias e que para Aristóteles o mundo sensível vale de algo para chegar ao mundo ideal.

No medievo foi onde houve a nova “versão” do mundo das idéias de Platão em que Deus substitui a noção de ideia e o resto da estrutura platônica se mantém intacta e isso é usado até os dias atuais pela Igreja. Ela preservou muitos elementos da cultura pagã greco-romana e conseguiu se manter como a instituição mais organizada e detentora de grande riqueza, poder e influência na Idade Média, atualmente vem perdendo pouco a pouco sua influência e seus fiéis. Há uma ideia errônea de denominar período medieval de época das trevas afirmando que não houve um desenvolvimento cultural pois se sabe que houve uma evolução sim e nessa época viveram filósofos importantes como São Tomás de Aquino e Santo Agostinho, ambos foram os responsáveis pelo cristianismo usar as filosofias de Platão e de Aristóteles.

O renascimento é o período de transição entre a Idade Média e a Idade Moderna.Na modernidade ocorreu a separação entre filosofia e ciência e com isso a especialização do saber só que isso traz conseqüências negativas, entre elas a perda da visão mais ampla do conhecimento humano. Cada ciência passa a se ocupar de um objeto específico e observam apenas partes da realidade. A filosofia então passou a ter um novo papel que é recuperar a unidade do saber, basicamente passou a questionar e refletir sobre os conhecimentos alcançados por todas as ciências além dos métodos e critérios usados, ou seja, a visão é do conjunto, da totalidade.

Na filosofia há a constante procura da maneira de evitar os erros e é onde entra a questão do método, como por exemplo o de Descartes em que existe a preocupação com o problema do conhecimento. É dessa época filósofos como Kant, Francis Bacon, John Locke, David Hume.

Na pós-modernidade a ciência já levou às duas grandes guerras mundiais, às destruições ecológicas, às brigas políticas. Como principais filósofos se tem: Freud, Marx Niezstche, entre outros.

O trabalho filosófico é essencialmente teórico, mas isso não quer dizer que a filosofia está a margem do mundo, na verdade ela questiona o saber instituído por ele. É disso que surgiu um dos inúmeros conceitos da filosofia que é a decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, os valores da existência cotidiana. A atitude filosófica é uma busca criativa de soluções aos problemas intermináveis da realidade humana, o que permite uma conscientização do homem e para permitir o desenvolvimento dessa consciência é necessário que o homem se distancie das coisas do mundo para poder interrogar a si mesmo.

A primeira característica da atitude filosófica é dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos e é chamada de atitude negativa.A segunda é se interrogar sobre as coisas, as ideias, os fatos e é chamada de atitude positiva.A filosofia acaba se realizando como uma reflexão que é quando o pensamento interroga a si mesmo.Já para Sponville o ato de questionar não é totalmente filosófico e que a filosofia é o limite de todo o nosso conhecimento e é necessário usar a palavra para o estabelecimento de ideias.

O ser humano é o único animal que tem consciência de que um dia vai morrer e para conseguir lidar com essa realidade alguns se refugiam na religião, na crença em Deus, na ideia da salvação, que quando morrer irá para um local onde encontrará seus amigos e familiares que já morreram e esperar pelos outros e alcançar a imortalidade.O filósofo não acredita em um Deus salvador e para conseguir vencer seus medos, entre eles o da morte, através da lucidez é preciso conhecer o mundo e com isso conhecer a nós mesmos e os outros.Só que a morte não é apenas no sentido de deixar de viver, pode também se referir a algo que não voltará a encontrar.Na religião a salvação se da através da fé e de uma característica fundamental para o ser humano que é a humildade, o que vai de encontro com a filosofia que procura a salvação pelas próprias forças da pessoa e de sua razão.Na concepção de Luc Ferry a filosofia é mais a arte de dar respostas do que a de questionar pois isto é algo que se pode fazer mesmo sem ser filósofo.

Para Deleuze a filosofia é criação de conceitos e o filósofo é aquele que mantém uma relação de amizade com o conceito, mas o conceito não mantém uma relação de amizade com o filósofo. Para conseguir criar esses conceitos pode-se utilizar palavras que já existem na língua como fez Platão com Ideia e Simulacro, criar novas como o Cogito de Descartes ou para citar um exemplo do próprio Deleuze a palavra Acontecimento, que é como foi traduzida para o Brasil, ou então pegá-las de outros campos de atuação e novamente um exemplo de Deleuze com Rizonia e Cérebro.