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Análise do Artigo Gestão Integrada: Superando os Paradigmas do Modelo Mental Linear-Cartesiano

Por:   •  10/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  6.429 Palavras (26 Páginas)  •  351 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Disciplina: Filosofia e Ética na Administração – 2015.2 Diurno –  1° Semestre

Integrantes:         Andréa Camila Sousa Silva

Gabriel Augusto Brito Magalhães

Gabriela Parente Pinheiro

Lucas Castro Alencar

Michael Carneiro Sampaio

Wesley de Sousa Bezerra

         

1 INTRODUÇÃO

A filosofia está presente em todas as áreas do conhecimento humano, inclusive nas diversas áreas do conhecimento científico, e por meio dos seus questionamentos é possível se adquirir ainda mais conhecimento, atingir níveis de compreensão ainda não alcançados.

Este trabalho se propõe a apresentar o artigo Gestão Integrada: Superando os Paradigmas do Modelo Mental Linear-Cartesiano (ou Lógica do Terceiro Excluído) de Carlos José Barreto Viegas de Castro, bem como apresentar seus fundamentos filosóficos, de modo que se possa refletir sobre possíveis contribuições da Filosofia para a ciência da Administração.

Para tanto, este trabalho subdivide-se em mais quatro seções. A segunda seção se refere à síntese do artigo, a terceira diz respeito a explanação das ideias principais dos filósofos citados pelo autor do artigo. Já a quarta seção apresentará uma reflexão sobre a contribuição do pensamento filosófico em questão para o artigo anteriormente apresentado e, mais que isso, da Filosofia para a Administração.

2 APRESENTAÇÃO DO ARTIGO

2.1 Resumo do Artigo

2.1.1 Introdução

O objetivo do artigo é refletir sobre as dificuldades que a aplicação das ciências gerenciais enfrenta no dia a dia das empresas de uma forma geral. Muitas vezes a origem desses problemas vêm dos conceitos filosóficos de pensamento e fundamentos básicos em que se apoiam os modelos gerenciais sobre os quais as empresas operam. Empresas que se destacaram em algum segmento empresarial por implementarem práticas inovadoras, de alguma forma, criaram mecanismos que superaram a forma de pensar tradicional.

Para os novos modelos gerenciais emergentes funcionarem adequadamente, é necessário ter a base sólida em termos de fundamentos para que possam apoiar-se e buscar novos paradigmas e bases de pensamento diferentes dos tradicionais. O ato gerencial é o resultado dos modelos de organização das ideias e deve ser reconhecido em sua complexidade, incerteza, instabilidade, contextualidade e singularidade, o que exige do gestor práticas reflexivas e críticas a esses modelos de ideias a que são expostos muitas vezes de forma natural diante das múltiplas necessidades das situações de negócios.

Uma prática gerencial comum é dividir o processo gerencial total em departamentos, onde cada um cuida de uma parte do processo da empresa com eficiência, idealizando que a soma dos esforços fragmentados é igual a soma dos esforços de cada departamento. O problema é que o resultado de cada um desses processos implica em outros processos, e nem sempre tais implicações são positivas. É nesse sentido que se propõe o conceito nas ciências gerenciais de Gestão Integrada, no qual o esforço coletivo integrado na empresa representa um resultado gerencial superior ao esforço somado dos vários departamentos da empresa individualmente.

A utilização da Gestão Integrada nos sistemas mais horizontais de gestão (as culturas coorporativas) tem apresentado resultados diferenciados acima da média, e as empresas têm estado mais preparadas para o enfrentamento dos desafios do mundo coorporativo. Porém, superar os antigos paradigmas cartesianos na gestão das empresas e adotar novos, para construir novas culturas coorporativas mais adequadas aos novos desafios, é o principal desafio para a aplicação dessa nova gestão.

2.1.2 As bases do pensamento moderno

Acredita-se que nenhum tipo de pesquisa consegue apreender a “realidade” ou a “verdade”. O que se tem são medidas de aproximação e de interpretação e percepção do real, que é limitado pelo conhecimento científico disponível em determinado momento histórico. Logo, a forma como se organiza a empresa é limitada pela “realidade”.

Entender os atuais paradigmas das ciências gerenciais pressupõe um retrocesso histórico começando por entender as bases do pensamento racionalista do século XVI como marco do pensamento científico moderno, cujo primeiro grande passo foi a evolução do pensamento da especulação escolástica à filosofia da natureza, da qual René Descartes é o principal expoente pela adoção de métodos para a busca da verdade.

Descartes (1596-1650) propõe preceitos metodológicos complementares ou preparatórios da evidência, como o preceito da análise que consiste em dividir as dificuldades que se apresentem em tantas parcelas quantas sejam necessárias para serem resolvidas, a determinação de duvidar até ser convencido do contrário por fatos evidente e o alinhamento ordenado de pensamentos (cadeia de pensamentos).

Não pretendendo reduzir a enorme contribuição do racionalismo para o desenvolvimento das ciências gerenciais nem das correntes de pensamento que se desenvolveram fundamentadas nesses princípios, mas há evidências de que para que a ciência avance, é necessário, em determinados momentos, superar um patrimônio de paradigmas.

2.1.3 As amarras cartesianas de pensamento

O modelo de pensamento de René Descartes, isto é, o modelo mental linear-cartesiano, está entranhado em nossa cultura, cujos paradigmas se formam na nossa mente ainda na primeira infância através da escola.  Esse pensamento delimita a base do empirismo, que diz existir uma única realidade a qual deve ser aceita da mesma maneira por todos os homens.

Como reflexo do modelo mental linear (lógica aristotélica ou lógica do terceiro excluído) estão as práticas gerenciais atuais, as práticas gerenciais fragmentam o objeto em departamentos na intenção de ganho de eficiência pela soma das partes, excluindo a análise interativa entre elas pela complementaridade e a pela diversidade, excluindo também o ambiente e qualquer ideia que não se ajustar a essa dinâmica. Esse pensamento provocou uma visão errônea de proximidade muito estreita entre causa e consequência, que é responsável pelo imediatismo – a principal barreira para compreensão de fenômenos complexos.

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