Arte e cultura
Por: julianamor • 27/11/2015 • Trabalho acadêmico • 775 Palavras (4 Páginas) • 171 Visualizações
Como é possível escapar à relação entre dominadores e dominados, quando percebemos, por exemplo, que grandes 665 Cultura e resistência: a criação do popular e o popular como criação R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 92, n. 232, p. 663-677, set./dez. 2011. empresas transnacionais e governos de países-potências decidem, muitas vezes, o rumo de vários povos, culturas, vidas?
Progresso, civilização, cultura, democracia, emancipação, humanidade e tantos outros conceitos traduziram a Modernidade como um projeto necessário e incondicional. No entanto, ao colocarmos uma lente de aumento nessas ditas universalidades, percebemos que fizeram a defesa de um modo de ser, excluindo tudo e todos que não se identificavam ou não se enquadravam nelas. O universal se sustentou desse modo, por meio de uma violência totalitária, imanente a sua compreensão.
Ao pensarmos em povos que estão ameaçados de desaparecer, em deslocamentos e reconfigurações culturais que são frutos de um processo violento de expulsão e não reconhecimento do outro, em camadas expressivas da população que vivem na marginalidade, em novos processos de colonização que vêm travestidos por uma necessidade de diálogo entre grupos humanos, mas que, na verdade, transformam a diversidade cultural em produto de mercado, vamos percebendo a necessidade e a urgência de refletir sobre a cultura como e da resistência. Com isso, queremos mostrar que o exercício da resistência, em muitos momentos, constitui as culturas, em um movimento constante de autoafirmação; mas quando falamos da cultura da resistência também queremos mostrar um modo demarcado de resistir que imprime, aos coletivos, regras, formatos e jeitos de se organizar e de fazer resistência
Para pensarmos a cultura enquanto resistência, faz-se fundamental entender os diferentes significados de cultura.
cultura desde uma perspectiva antropológica, abarcando nesta dimensão “conhecimento, crenças, arte, moral, leis, costumes e outros hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade”
pular como resistência ao modelo hegemônico escolar.4 É dentre o viver/aprender/resistir cotidianos, das práticas de educação para além da instituição escolar, que os movimentos sociais emergem e se impõem como importante espaço de luta e resistência, fomentando, especialmente, o reconhecimento de uma dada cultura. Nesse sentido, os movimentos sociais são, antes de tudo, movimentos de cultura (popular), o que lhes atribui, obviamente, caráter político.
ESCREVER NO FINAL: Portanto, resistir significa, em última instância, gritar coletivamente por diferentes alternativas de vida.
Como exemplo de uma cultura em resistência hoje, temos a historia da cultura negra. Sabe-se que o racismo, sempre muito forte e presente, segregou os negros do resto da sociedade e estes foram tomados como lixo, a parte “ruim” da sociedade. Esse racismo, advindo de uma escravidão de anos, trouxe e traz sofrimento aos negros.
Não suportando a dureza do trabalho ou a perda dos laços afetivos e culturais de sua terra natal, muitos negros preferiam atentar contra a própria vida. Nesse mesmo tipo de ação de resistência, algumas escravas grávidas buscavam o preparo de ervas com propriedades abortivas. Além disso, podemos salientar que o planejamento de emboscadas para assassinar os feitores e senhores de engenho também integrava esse corolário de ações contra a escravidão.
Segundo a perspectiva de alguns estudiosos, as manifestações culturais dos negros também indicavam outra prática de resistência. A associação dos orixás com santos católicos, a comida, as lutas (principalmente a capoeira) e as atividades musicais eram outras formas de se preservar alguns dos vínculos e costumes de origem africana. Com o passar do tempo, vários itens da cultura negra se consolidaram na formação cultural do povo brasileiro.
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