Aspectos Da Filosofia Contemporanea

Aspectos da Filosofia Contemporânea

CHAUÍ, Marilena. Aspectos da Filosofia contemporânea. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000. p. 59 - 67

A primeira observação a ser feita é que a filosofia existe há 25 séculos, e ao longo da história passou por períodos diferentes, houve mudanças significativas e de grande valor. Por estar mais próxima de nós, parece ser mais complexa e difícil de definir. É mais fácil percebemos a filosofia do passado com mais clareza e mais coesão do que percebemos a filosofia atual. Ela pode ser vista como resultado da crise do pensamento moderno que inicia no século XIX. Caracteriza-se por uma visão crítica frente a moral, a religião e a ciência, formou-se a noção que a história é descontinua, não existindo a ideia de cultura única e sim de várias culturas, que são desenvolvidas de acordo com a nação, e influenciadas por aspectos políticos, históricos e geográficos. Essa visão possibilita compreender que nosso presente esta voltado para o futuro. Alguns conceitos que foram desenvolvidos e formulados pelo filósofo Hegel, de que o homem é um ser histórico. A visão progressista da humanidade foi também desenvolvida pelo filósofo Auguste Comte, que atribuía o progresso ao desenvolvimento das ciências. “saber para prever, prever para prover”. O desenvolvimento social se faria por um aumento do conhecimento científico e tecnológico, os mais “adiantados” podem dominar os mais “atrasados”. Confiança total e plena no saber científico e tecnológico para dominar e controlar a natureza, sociedade e os indivíduos, levou a filosofia a supor que, no futuro, só haveria ciências, e que todos os conhecimentos e todas as explicações seriam dados por elas, sendo assim, ela própria deixaria de existir. No século XX, a filosofia passa a desconfiar e a criticar a ideia de progresso das ciências e das técnicas, pois servia de desculpa para legitimar colonialismos e imperialismos, passou também a desconfiar do otimismo revolucionário (anarquismo, socialismo, comunismo) e das utopias e a indagar se os seres humanos, os explorados e dominados serão capazes de criar e manter uma nova sociedade, justa e feliz. Surge a Escola de Frankfurt, que faz a diferença entre a razão instrumental e a razão crítica, onde recusava a noção de progresso e condenava a violência, formulando conceito de indivíduo, reivindicando a autonomia e o direito à felicidade. A filosofia deixa de vista como “rainha das ciências”, assim como tantas outras ciências, está sujeita a constantes transformações e volta a afirmar seu papel de compreensão e interpretação crítica das ciências, discutindo a validade de seus princípios, procedimentos de pesquisa, resultados, de suas formas de exposição dos dados e das conclusões. Voltemos então ao texto, ”[...] um movimento conhecido como desconstrutivismo ou pós-modernismo”, depois de tantas experiências tristes, como guerras, violências, preconceitos, vivemos em um mundo ameaçado pela destruição da moral e da ética. Sendo assim, a cultura contemporânea é diversificada e abrange muitas áreas de conhecimento em muitas sociedades. Fazemos parte da historia atual, o que fazemos agora é nossa responsabilidade. Novas maneiras de se pensar a realidade do mundo, um verdadeiro mosaico de ideias, opiniões e atitudes. A

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