Averroes

AVERROES

Averroes (1126 – 1198) nasceu em Córdoba, Espanha, em um período de grandes conflitos na Penísula Ibérica. O século XII foi marcado pela mescla das culturas religiosas na Península Ibérica ; judeus, cristãos e mulçumano se socializam de maneira harmoniosa entre si em relação às religiões. O movimento de ascese mística do islamismo que se espalhou e as tendências místicas árabes, apresentavam visar o aparecimento de uma sabedoria em que a razão fosse a predominante. Averroes foi um homem religioso que se surpreendeu com a elevada cultura e culminante memória do emir em relação à filosofia e a partir disso, começou a desenvolver as próprias ideias , as quais se tornaram o tema essencial de sua filosofia. É importante salientar que Averroes, de acordo com seus biógrafos, tinha uma tendência para os estudos jurídicos e uma certa capacidade para medicina, embora seu pensamento tenha sido mais influente em questões que despertaram grande interesse nos físicos dos mundos judaico, cristão e islâmico. É importante ressaltar que Averroes dintinguiu três tipos de conhecimento, tais como, o conhecimento voltado para o senso comum, o conhecimento específico para os teólogos e outro para os filósofos.

Em relação à fé e à razão, Averroes ponderou que apenas os filósofos eram propensos para usar o silogismo de Aristóteles sem prejudicar e difamar a verdadeira essência da razão filosófica e da revelação. Dessa forma, é possível perceber que Averroes defendia a ideia de que somente os filósofos eram capazes e

possuíam o intelecto mais elevado para compreender que não havia uma separaçãp entre fé e razão, pois . havia verdadeiramente uma união na qual as mentes culminantes entendiam a sutileza da revelação. Por isso, Averroes por ter exposto tais ideias diferentes e controversas do que a maioria pensava, ele foi considerado herege e , por conseguinte, incompreendido. As dúvidas sobre a verdade que Averroes defendia, persistiram, mas, os islâmicos não demonstraram interesse por sua filosofia, somente o público cristão e judaico se interessaram em investigar sua filosofia. No âmbito islâmico, as reflexões de Averroes se repercurtiram através do esforço que ele fez para elucidar uma resposta que não fosse negativa à filosofia árabe com influências gregas. Averroes se dedicou em conciliar a harmonia entre a religião e a filosofia, para isso, ponderou que a lei religiosa é capaz de admoestar o estudo racional e a reflexão sobre todos os seres e, como evidência, se apoiou em versículos do Corão, nos quais se mostrou eufórico no estudo de homens que refletiam a respeito da criação do céu e da Terra.

Inicialmente, para explicar a concepção de alma do ponto de vista de Averroes, é necessário passar pelo pensamento de Aristóteles a respeito de tal assunto, para isso, é importante ressaltar que Aristóteles se dedicou no estudo de coisas concretas, animais, fenômenos naturais e a alma, no tratado De Anima. A partir dessa posição naturalista, Aristóteles ponderou que a alma é o início da vida e define a ordem ao conjunto de órgãos, isto é,

o primeiro corpo físico orgânico, o qual tem a vida como potência. Com a concepção de que a alma é una e possui uma essência simples, Aristóteles por conseguinte, elucidou que ela pode exercer vários funções e diferentes operações, tais como ; sensação e pensamento. As potência vegetativas, sensitivas, intelectivas, apetitivas e locomotivas, foram divididas por Aristóteles como princípios acidentais que variam em função dos próprios atos. Sendo a alma um ato particular, posteriormente, é possível interpretar que ela terá diversas atividades em relação a cada ser vivo, seja humanos, plantas ou animais, pois de acordo com Aristóteles, os homens não são os únicos seres constituídos de alma, porque a alma é o princípio de tudo que é vivo e, especialmente, fonte das atividades próprias de cada ser vivo. Dessa forma, a melhor definição na concepção de Aristóteles a respeito da alma, é de que ela é o princípio da vida na forma de um corpo orgânico que terá a própria função a partir do ato e potência, não sendo um objeto tangível, mas, o resultado do ser em uma potência. Sendo assim, se a alma é um corpo orgânico, de acordo com Aristóteles, os poderes intelectuais dela são apresentados parcialmente e morrem junto com corpo, mas, se o intelecto compreende verdades eternas ele deverá ser em si próprio, indestrutível e não perecível.

Na concepção de Averroes, a alma está constituída de partes relativas, as quais estão sempre se movimentando.Por isso, o filósofo reconheceu a influência que os nervos e o cérebro atuam sobre a

vida psíquica, pois o cérebro pode ser considerado o órgão que recorda os acontecimentos da vida, a partir dessa ideia, é possível perceber o sistema antagônico de Averroes em relação à Platão, o qual ponderava que a alma está dividida no corpo através do membros e que é em tais membros que se realiza e rememora diversas ações. Dessa forma, é possível observar a partir dessa oposição de Averroes em relação às ideias de Platão, que para o filósofo nascido na Espanha, a inteligência é exercida somente no cérebro na medida em que o homem atua várias funções como totalidade, sendo isso, uma característica da alma única cada indivíduo, unificando-se ao corpo. Averroes também elucidou que é inexistente um órgão específico para o intelecto ; no entanto, a imaginação, a memória e o pensamento estão contidos em várias partes do cérebro. Averroes corroborou que o intelecto não é uma faculdade que pertence à alma, pois se fosse, o intelecto seria a parte sublime de um corpo e isso não é possível, porque ele é eterno e não está junto ao corruptível. Por isso, o intelecto não está unido às faculdades da alma, na medida em que se estivesse, não seria capaz que ele atuasse através de outros meios sem tal faculdade. Assim, é possível perceber que na concepção de Averroes o intelecto não está localizado em um corpo e pode ser definido como um elemento espiritual capaz de compreender a si mesmo e às outras coisas.

Dando continuidade à concepção de Averroes em relação ao intelecto, é possível observar que o filósofo pretende

esclarecer que o intelecto é independente e autônomo na medida em que não se relaciona com o corpo e com os elementos da alma, mas, o intelecto material precisa de formas imaginativas que precedem as sensações e , por conseguinte, apreende o inteligível universal. Os elementos constituídos de substrato material estão conectados ao corpo e, possivelmente identificam-se com o intelecto material passivo, mas, de acordo com Averroes, é um equívoco classificar