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BIOGRAFIA DO PADRE JOSÉ MAURICIO NUNES GARCIA

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Por:   •  31/7/2014  •  1.193 Palavras (5 Páginas)  •  1.051 Visualizações

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BIOGRAFIA DO PADRE JOSÉ MAURICIO NUNES GARCIA

Introdução

José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) foi padre brasileiro. Compositor sacro, foi mestre de capela da antiga Catedral da Sé do Rio de janeiro. Nomeado, pelo imperador D. João VI, mestre da música sacra da Capela Real.

José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) nasceu no Rio de Janeiro, no dia 22 de setembro de 1767. Filho de um escravo alforriado e uma mestiça, ficou órfão de pai aos seis anos de idade. Ainda jovem demonstrou vocação pela música, estudando teoria musical com o mestre Salvador José. Tocava vários instrumentos e se apresentava em festas familiares.

Em 1792 ordenou-se padre, depois de superar os "problemas" da cor. Em 1798 foi nomeado mestre de capela da antiga Catedral da Sé do Rio de Janeiro, na época, o mais elevado posto de um músico brasileiro. Logo revelou sua inclinação para compor músicas sacras. Com a instalação da corte de D. João VI no Rio de Janeiro, José Maurício foi apresentado ao rei e este entusiasmado o nomeou mestre da Capela Real, tornando-se o músico mais importante do reino de Portugal.

Ao chegar ao Brasil o compositor português Marcos Portugal, logo entusiasmou-se com a obra do compositor brasileiro. Foi designado diretor do Teatro São João, onde representou várias óperas. Mas, não demorou muito a promover séria perseguição ao músico brasileiro, vendo nele um grande competidor. José Maurício recebeu de D. João VI, durante anos, uma pensão, que foi suspensa em 1822, após a Proclamação da Independência.

Padre José Maurício fundou um curso de música na rua das Marreca, que funcionou durante vinte e oito anos. Seu aluno mais ilustre foi D. Pedro I e Francisco Manuel da Silva, autor da melodia do Hino Nacional Brasileiro.

José Maurício Nunes Garcia morreu no Rio de janeiro, no dia 18 de abril de 1830

Vida

José Maurício era filho de Apolinário Nunes Garcia e Victória Maria da Cruz. Ele, da Ilha de Paquetá, filho de escrava. Ela, também filha de uma escrava da Guiné, que veio para o Rio de Janeiro acompanhando seu "senhor". Aí se conheceram - ambos "pardos forros" - como se chamavam os filhos livres de escravos -, e casaram-se na Igreja de Santa Rita de Cássia. Desde cedo revela-se talentoso para a música. Aos 16 anos compõe sua primeira obra, uma antífona para a Catedral e Sé do Rio de Janeiro: Tota pulcra es Maria (1783).

Sua trajetória, entretanto, não foi tranquila. O músico nasceu na Rua da Vala, caminho para o Valolongo - mercado de escravos do Rio de Janeiro (1767). Aos seis anos perde o pai e passa a ser criado pela mãe com a ajuda de uma tia. As duas mulheres, lavadeiras, percebem o interesse do menino para a música e trabalham em dobro para custear as aulas particulares com o professor Salvador José de Almeida Faria, músico mineiro que trazia na bagagem toda a tradição clássica setecentista. Em 1792, o neto de escravos é ordenado padre e, em 1798 torna-se mestre-de-capela da Sé Catedral do Rio de Janeiro. Como mestre-de-capela, Padre José Maurício Nunes Garcia compunha novas obras e dirigia os músicos e cantores nas cerimônias da Sé, além de atuar ele mesmo como organista.

Em 1808, a chegada da Família Real Portuguesa, além de transformar a cidade do Rio de Janeiro, influi diretamente na vida do compositor. A cidade passa a ser a sede administrativa da corte: ganha a Biblioteca Nacional, a Imprensa Régia, o Jardim Botânico, a Academia de Belas Artes e o Museu Nacional e, o mais importante para o Nunes Garcia, a Capela Real que passa a receber músicos de toda a Europa.nota 5 O Príncipe-Regente D. João VI, grande admirador de música, nomeia o padre José Maurício mestre da Capela Real, recém-criada nos moldes da que existia na corte lisboeta e formada por músicos locais e europeus. A Capela Real funcionava na Igreja do Carmo da cidade, que passou a ser também a catedral.

O período entre 1808 e 1811 é o mais produtivo de Nunes Garcia, durante o qual ele compõe cerca de setenta obras. Em 1809, D. João VI condecora-o com o Hábito da Ordem de Cristo, sinal da grande estima que tinha pelo músico. Não escapou porém do preconceito de alguns membros da corte, que se referiam à sua cor de pele como um "defeito visível".

Em 1811 chega à corte Marcos Portugal, o compositor português mais célebre do seu tempo, que tinha suas obras apresentadas por toda a Europa de então. A fama do recém-chegado leva D. João VI a pôr Marcos Portugal à frente da Capela Real, substituindo Nunes Garcia. O brasileiro continua, porém, a ser custeado pelo governo e a compor esporadicamente novas obras para a Capela Real.

Em 1816 dirige na Igreja da Ordem Terceira do Carmo um Requiem, de sua autoria, em homenagem à rainha portuguesa D. Maria I, morta naquele ano no Rio. Em 1816 chega à corte o compositor austríaco Sigismund Neukomm, que estabelece uma grande amizade com

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