Casablanca
Resenha: Casablanca. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: meell • 13/6/2013 • Resenha • 495 Palavras (2 Páginas) • 451 Visualizações
O momento mais lembrado dessa tradição é, claro, Casablanca (1942), dirigido por Michael Curtiz. Ele é ícone de uma época, a dos grandes estúdios, em que Hollywood atraía não apenas investimentos para superproduções, mas também os melhores autoresda imprensa e do teatro. Casablanca (leia trecho na página 60) foi desenvolvido a partir de uma peça chamada Everybody Comes to Rick's (Todo Mundo Vai Para o Rick's), escrita por Murray Burnett e Joan Alison. Em 1938, Burnett tomou contato com a realidade do nazismo ao ir a Viena, capital da Áustria anexada, para ajudar parentes judeus que viviam lá. Mais tarde, durante uma viagem ao sul da França, esteve num cabaré onde um pianista negro tocava jazz para uma multidão de franceses, nazistas e refugiados de vários países. Este café foi a inspiração para o cenário da peça, o tal Rick's aonde todo mundo vai.
DE NOVA YORK AO PAQUISTÃO O escritor italiano Umberto Eco redigiu um famoso ensaio sobre Casablanca em 1975, por ocasião de uma exibição do filme na TV. "Há duas semanas todos os quarentões estavam diante do televisor para rever Casablanca. Não se trata de um fenômeno normal de nostalgia. De fato, quando Casablanca é projetado nas universidades americanas, os jovens de vinte anos sublinham cada trecho e cada deixa canônica - "prendam os suspeitos de sempre", ou então "são os canhões ou é o meu coração que bate?". Eco se refere ao fato de os diálogos de Casablanca, de tão fortes, terem entrado na cultura pop. A história do dono de bar cínico - o Rick do título da peça original, vivido por Humphrey Bogart - que se apaixona pela mulher de um herói da resistência (Ilsa Lund, interpretada por Ingrid Bergman) tem, realmente, falas que são citadas até hoje (veja na página ao lado). Entre elas, o brinde "Estou de olho em você, garota", campeão de tim-tins nos réveillons pelo mundo.
Tanto Casablanca quanto Amor Sem Escalas começam com uma voz em off. Este recurso, inicialmente repudiado pelos manuais de roteiro, passou a ser uma tradição no cinema americano que se assenta no diálogo. No início do filme, Ryan Bingham está no aeroporto e somos informados pela sua voz em off de que ele viaja 322 dias e percorre uma média de 350 mil milhas por ano, distância maior do que a necessária para ir da Terra à Lua (238 mil milhas). Os números no início são uma referência explícita a outra abertura antológica no cinema: a de Se Meu Apartamento Falasse (1960), de Billy Wilder. Diz C.C. Baxter, o protagonista do filme, vivido por Jack Lemmon: "No dia 1º de novembro de 1959, a população de Nova York era de 8 042 783 pessoas. Se você pusesse todas essas pessoas deitadas, enfileiradas, imaginando uma altura média de 1,70 metro, elas chegariam da Times Square até os arredores de Karachi, no Paquistão. Sei desses fatos porque trabalho numa empresa de seguros - a Consolidated Life de Nova York."
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