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Ciência Antiga E Medieval

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Por:   •  23/10/2014  •  1.498 Palavras (6 Páginas)  •  3.973 Visualizações

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Capítulo 29 – Ciência antiga e medieval

1) Filosofia e ciência

A filosofia surgiu na Grécia por volta dos séculos VII e VI a.C., Naquele período .filosofia e ciência ainda estavam vinculadas: era o "filósofo natural" que se debruçava sobre questões científicas porque faltava à ciência grega um método próprio que a distinguisse da filosofia.

2) Geometria e medicina

No Egito, os funcionários do faraó sabiam redividir as terras ap6s o refluxo das cheias do Nilo, o que supõe conhecimento de geometria. Tales de Mileto (sécs. VII e VI a.C.), matemático e astrônomo, é considerado o mais antigo filósofo. No entanto, como não deixou nada escrito, o que conhecemos dele são relatos de outros autores, havendo muita discrepância e lendas em torno de suas teorias e atuação. Outro filósofo pioneiro da geometria foi Pitágoras de Samos (séc. VI a.C.), Demonstrou vários teoremas e estudou as relações proporcionais entre os diferentes comprimentos de uma corda, bem como as alterações de tensão ou espessura que mudam os sons emitidos pela lira.

Com a medicina ocorreu semelhante processo de racionalização da prática, ao desvincular-se tanto quanto possível das superstições e da magia, a partir da atuação de Hipócrates de Cós (séc. V a.C.), conhecido como o "pai da medicina'. Hipócrates observou os efeitos do clima e do meio ambiente na saúde e desenvolveu a doutrina dos humores (ou líquidos corporais), que foi aceita até o século XVII.

3) Platão

A concepção científica de Platão (427-347 a.C.) baseia-se na sua teoria das ideias, que fundamenta a hierarquia entre razão e sentidos: a razão tem dificuldade em atingir o verdadeiro conhecimento por causa da deformação que os sentidos inevitavelmente provocam. Por isso, cabe à razão depurar esses enganos, para que o espírito possa atingir a verdadeira contemplação das ideias. Ou seja, elevar o conhecimento da simples opinião (doxa), que é o conhecimento do vir-a-ser, até a ciência (episteme),o conhecimento do ser verdadeiro.

O timeu

As teorias cosmológicas, físicas e fisiológicas de Platão encontram-se, sobretudo no diálogo Timeu.

Platão descreve o Universo como um ser vivo, esférico, uno e indivisível. No centro encontra-se a Terra, imóvel, em torno da qual giram o Sol, a Lua e os planetas, em movimentos circulares e uniformes. Depois de o Universo ter sido organizado, surgem o dia, a noite, o tempo e as quatro espécies de seres (os deuses, os seres alados, os aquáticos e os que se movem sobre a Terra), que, por sua vez, retomando a teoria de Empédocles, são constituídos, respectivamente, pelos quatro elementos: fogo, ar, água e terra.

4) Aristóteles

Recusou o mundo separado das ideias platônicas, voltando-se para a realidade concreta. Tampouco deu continuidade à valorização da matemática como instrumento indispensável para alcançar a ciência, conforme pensavam os que o antecederam. Para ele, a matemática só nos diz sobre a quantidade, mas não explica a natureza das coisas. Para tanto, recorre à observação, habilidade que desenvolveu nos seus estudos de física, astronomia e biologia e a um instrumento que ele próprio aperfeiçoou para garantir o rigor de sua argumentação: a lógica.

A física: a teoria do lugar natural

Por trás das afirmações da ciência aristotélica, há uma série de noções metafísicas quanto à natureza dos corpos e do movimento - aspectos de que já tratamos na unidade "O conhecimento''. Aqui, destacaremos alguns pressupostos teóricos nos quais ela se baseia.

Segundo Aristóteles, o movimento é a transição do corpo que busca o estado de repouso, no seu lugar natural. Para tanto, utiliza a já conhecida teoria dos quatro elementos para explicar como os corpos se encontram em constante movimento retilíneo em direção ao centro da Terra ou em sentido contrário a ele. Ou seja:

• os corpos pesados (graves), como a terra e a água, tendem para baixo, pois esse é o seu lugar natural;

• os corpos leves, como o ar e o fogo, tendem para cima.

A partir dessa teoria, Aristóteles explica a queda dos corpos: um corpo cai porque sua essência é tender para baixo e seu movimento só é interrompido se algo impedir seu deslocamento.

A biologia

Embora a ciência de Aristóteles tenha sido mais valorizada pelas suas contribuições no campo da física e da astronomia, é preciso fazer justiça aos seus cuidadosos estudos de zoologia. Criado em uma família de médicos, herdou o gosto pelo assunto e em suas viagens observou atentamente uma infinidade de animais.

Do mesmo modo que todo corpo pesado tende para baixo, que é seu lugar natural, para Aristóteles também os seres vivos tendem a atingir a forma que lhes é própria e o fim a que se destinam. Assim, a semente tem em potência a árvore que virá a ser, as raízes adentram no solo com o fim de nutrir a planta, os patos têm pés com membranas porque têm como fim nadar. Como se vê, para Aristóteles o fim explica o meio: como o fim de um corpo é o seu lugar natural, ele tende para o alto se for um corpo leve; a finalidade de nutrir a planta leva as raízes a entrarem na terra; como o pato tem por finalidade nadar, tem pés com membranas. Essa teoria marca fortemente a ciência grega como sendo teleológica.

A astronomia: o cosmo hierarquizado

Os gregos privilegiavam o círculo como forma perfeita, diferente do movimento retilíneo dos corpos terrestres. O movimento circular não tem início nem fim, porque volta sobre si mesmo e continua sempre, é movimento sem mudança. Acrescente-se a isso a concepção do

Universo finito, limitado pela esfera do Céu, fora do qual não há lugar, nem vácuo, nem tempo.

Considerações sobre Aristóteles

Física aristotélica é qualitativa, porque construída sobre os princípios que definem as coisas, a partir dos quais são deduzidas as consequências. Trata-se da valorização do método dedutivo, cujo modelo de rigor encontra-se na matemática. Apesar disso, os gregos

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