Condições históricas para o surgimento da filosofia
Tese: Condições históricas para o surgimento da filosofia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Ccherri • 6/10/2014 • Tese • 1.343 Palavras (6 Páginas) • 445 Visualizações
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resumo Aula-tema 02:
Condições históricas para o surgimento da Filosofia
A Filosofia, como instituição e criação humana, também está inserida na história e tem
história.
Estar na história significa que faz parte da sociedade e da cultura específicas do seu tempo.
Procura se inserir revelando possibilidades, caminhos, respostas, mas, acima de tudo,
novas perguntas que, por vezes, são incômodas.
Ter uma história quer dizer que as soluções, as respostas dadas e as novas perguntas
feitas pela Filosofia numa certa época passam a ser incorporadas como saberes para
os próximos filósofos, tanto para serem admitidos como para serem refutados. Passam
a compor, então, os novos problemas que esses filósofos enfrentarão e deixarão como
legado para os que virão a seguir. É preciso considerar também que as mudanças, as
transformações do conhecimento podem estender o leque dos campos de investigação da
Filosofia. Surgem, a partir daí, novas disciplinas filosóficas e outras podem ser reduzidas
ao se desligarem e formarem disciplinas separadas. Como, por exemplo, ocorreu no século
XVIII, quando a física, a química e a biologia se apartaram da Filosofia e, no século XX,
com outras áreas também, como a história, psicologia e antropologia.
A Filosofia, por ter uma história, pode ser estudada em períodos que, por vezes, possuem
consonância na forma como os historiadores dividem a história ocidental.
Cada um dos períodos da Filosofia possui pensadores marcantes, temas e proposições,
ideias, questões, princípios e ideais filosóficos próprios. Não são separadas, apartadas,
mas se relacionam compondo um cenário de transições que, ora se complementam e
aprofundam, ora se distanciam negando ou questionando o que se postulava até então.
Temos então sete grandes períodos da Filosofia na história, que são: Filosofia Antiga (do
século VI a.C. ao século VI d.C), Filosofia Patrística (do século I ao século VII), Filosofia
Medieval (do século VIII ao século XIV), Filosofia da Renascença (do século XIV ao século
XVI), Filosofia Moderna (do século XVII ao início do século XVIII), Filosofia da Ilustração ou
Iluminismo (meados do século XVIII ao começo do século XIX) e Filosofia Contemporânea
(meados do século XIX até os nossos dias).
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A Filosofia, abarcando as muitas disciplinas do conhecimento humano, surge na Grécia, no primeiro
período da história da Filosofia – Filosofia Antiga (do século VI a.C. ao século VI d.C) – numa época
e numa sociedade muito específicas. Esse período, por estar tão distante, deve nos provocar
importantes curiosidades: o que tornou possível o surgimento da Filosofia já no final do século
VII a.C.? Que cenário possibilitou que a Filosofia surgisse e carregasse um conjunto de dúvidas,
preocupações e interesses desde seu nascimento na Grécia e influenciasse até os nossos dias?
Vamos analisar alguns tópicos que, segundo Chauí (2012), propiciaram as condições históricas
para o surgimento da Filosofia:
1. As viagens marítimas
Foi através delas que os gregos desmitificaram o mundo. Ao chegarem aos locais que os
antigos mitos indicavam como habitados por seres fabulosos, como titãs, deuses e heróis,
descobriram que lá viviam outros homens. Esse “mundo real” trouxe a necessidade de
explicação sobre a origem e o funcionamento do mundo, já que a mitologia não oferecia
mais explicações aceitáveis.
2. A invenção do calendário
Ao adquirir a noção de tempo – que se repete incessantemente – os gregos atingiram
uma capacidade de abstração importante que incorpora essa realidade como algo
natural e não mais como uma força divina que não podia ser compreendida ou explicada.
3. A invenção da moeda
A substituição do escambo pela troca abstrata proporcionada pelas moedas, trouxe uma
capacidade de generalização e abstração que os gregos não possuíam até então.
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4. A invenção da escrita alfabética
Tal como a invenção da moeda e do calendário, a invenção da escrita denota o crescimento
das capacidades de generalização e da abstração, mostra o amadurecimento de um
povo. A escrita alfabética, diferentemente das outras escritas da época, não representa
uma imagem da coisa dita, mas carrega símbolos, sinais abstratos – que é a palavra.
Para Chauí (2012, p. 46 - 47),
“[...] enquanto nas outras escritas, para cada sinal corresponde uma coisa ou uma
ideia, na escrita alfabética ou fonética as letras são independentes e podem ser
combinadas de formas variadas em palavras e estas podem ser distribuídas de
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