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Feud Sgmund

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Por:   •  19/9/2013  •  1.335 Palavras (6 Páginas)  •  189 Visualizações

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Freud Sigmund

Embora algumas das idéias de Sigmund Freud (1856-1939) sejam realmente geniais, a maior parte delas está por trás de muitos dos estragos que percebemos no campo da moral sexual contemporânea. Isso porque Freud, como bom materialista, reduzia o homem a uma “máquina” biológica movida por desejos sexuais.

O COLOMBO DA PSIQUE

Freud foi o Colombo da psique, da alma humana. Nenhum psicólogo vivo está isento da sua influência. Por outro lado, os seus escritos apresentam lampejos de genialidade ao lado de idéias extremamente bizarras, como, por exemplo, a de que as mães ninam os seus bebês, unicamente, como substituto para as relações sexuais que desejariam manter com eles... Freud era um cientista, e sob alguns aspectos um grande cientista, mas sucumbiu a um dos riscos da sua profissão: o desejo de reduzir tudo o que é complexo a algo que pode ser controlado. Pretendia fazer da psicologia uma ciência, e, mais ainda, uma ciência exata; mas isso é impossível porque o homem, uma vez que é uma pessoa, um “eu”, não somente é o objeto dessa ciência, mas também o seu sujeito. A doutrina mais influente de Sigmund Freud é o reducionismo sexual. Como bom ateu, reduz Deus a um sonho do homem; como bom materialista, reduz o homem ao seu corpo, o corpo humano ao desejo animal, o desejo ao desejo sexual e o desejo sexual ao sexo genital. Todas e cada uma dessas simplificações são excessivas.

Na base da “revolução sexual” ocorrida na segunda metade do século XX, encontra-se uma enorme demanda por satisfação e uma confusão entre desejos e necessidades. Todo o ser humano normal experimenta desejos sexuais; no entanto, os pressupostos freudianos de que esses desejos seriam “necessidades” ou “direitos”, de que ninguém conseguiria viver sem satisfazê-los, ou de que reprimi-los prejudicaria a saúde psicológica, simplesmente não são verdade.

Essa confusão entre necessidades e desejos radica na negação dos valores objetivos e de uma lei moral natural igualmente objetiva. Ninguém fez tanto estrago nessa área como Freud, especialmente no que diz respeito à moral sexual. O atual ataque ao casamento e a família, que foi preparado por Freud, causou devastações maiores do que qualquer revolução ou guerra que jamais houve. Afinal, onde haveremos de aprender a lição mais valiosa da nossa vida, a do amor desprendido, senão em famílias estáveis que o ensinam na prática?

TRÊS DIMENSÕES

Mas, apesar dos seus defeitos, Freud está muito acima das psicologias abaratadas que o substituíram na cultura popular. Apesar do seu materialismo, explora alguns dos mistérios mais profundos da alma humana, pois tinha um senso autêntico da tragédia, do sofrimento e da infelicidade. Ateus honestos geralmente são infelizes, ao passo que ateus desonestos são felizes; Freud era um ateu honesto.

Essa honestidade fez dele um bom cientista, apesar do seu reducionismo. Freud pensava que o simples ato de elevar uma repressão ou um medo das trevas do inconsciente para a luz da razão era capaz de nos libertar do poder que essa repressão ou esse medo exerciam sobre nós. Observamos aí um resquício da fé na vitória da verdade sobre a ilusão, da luz sobre a escuridão. Infelizmente, porém, o fundador da psiquiatria não pôde passar disso, pois julgava que todas as religiões representam apenas a ilusão mais básica da humanidade, e que o materialismo científico seria a sua única luz.

Devemos distinguir claramente três dimensões em Freud.

Em primeiro lugar, enquanto inventor da técnica terapêutica da psicanálise, Freud é um gênio, e todo o psicólogo deve estar-lhe agradecido por ela. Filósofos cristãos como Agostinho ou Tomás de Aquino puderam usar as ferramentas de pensamento dos filósofos pagãos, como Platão e Aristóteles; da mesma forma, os psiquiatras cristãos podem perfeitamente usar as técnicas de Freud sem necessariamente concordarem com as suas idéias sobre a religião.

Em segundo lugar, enquanto teórico da psicologia, Freud é como Colombo: mapeou novos continentes, mas cometeu erros graves. Alguns dos seus erros, tal como os de Colombo, podem desculpar-se porque se trata de um território novo; outros, porém, pressupõem preconceitos implícitos, como a redução de toda a culpa a um sentimento patológico e a incapacidade de enxergar que a fé em Deus está profundamente relacionada com o amor.

Finalmente, em terceiro lugar, enquanto filósofo e pensador religioso, Freud é, estritamente, um amador, e na verdade pouco mais que um adolescente. Exploremos esses pontos um a um.

A PSICANÁLISE E O INCONSCIENTE

A maior obra de Freud é certamente A interpretação dos sonhos. Hoje em dia, encarar os sonhos como manifestação do subconsciente parece óbvio, mas era extremamente inovador na época do autor. O erro consistiu, não em ter enfatizado por demais as forças subconscientes que nos movem, mas em ter subestimado a profundidade e a complexidade dessas forças, tal como um explorador pode confundir um novo continente com uma simples

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