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Filosofia na Europa Medieval

Por:   •  18/6/2019  •  Dissertação  •  1.227 Palavras (5 Páginas)  •  236 Visualizações

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Introdução à Filosofia Medieval

A Idade Média é constantemente chamada de Idade das Trevas, implicando dizer que não se produziram conhecimentos ou que não houve progresso da Humanidade nesse período. Essa determinação se dá devido às grande influência da Igreja Católica sob a sociedade do ocidente Europeu, que significou uma dominação de seus dogmas e doutrinas e o consequente desestímulo ao pensamento racional.

 Ainda assim, não se pode afirmar que o pensamento ocidental europeu foi interrompido na Idade Média, mas sim que houve uma mudança no perfil da produção de conhecimento. Tendo a Igreja Católica como centralizadora de todo conhecimento produzido no período, entende-se que os filósofos medievais serão em sua maioria, clérigos.

Contudo, percebe-se a influência da filosofia grega na medieval e a íntima relação que essas conjugam. A filosofia medieval consiste numa adaptação do pensamento grego para a fundamentação dos dogmas cristãos.

A patrística

A Patrística é o primeiro período da filosofia medieval, que divide-se em dois. O nome patrística tem origem no termo padre e se refere ao período de estruturação da filosofia medieval cristã, sendo os padres sua fundadora.

Compondo a patrística, destaca-se a participação dos filósofos apologistas, que estabeleciam uma analogia de seu pensamento com o pensamento grego. Muitos de seus textos eram construídos com o intuito de converter pagãos e instaurar a tradição cristã.

Destaca-se também a escola neoplatônica, que através de Justino, buscou a valorização do logos (discurso verdadeiro na filosofia grega).

Santo Agostinho

Mesmo tendo forte contribuição para a Patrística, os apologistas e neoplatônicos em geral não imprimem o mesmo impacto que Agostinho de Hipona.

Santo Agostinho é aquele que melhor fez uso dos ideais platônicos. O filósofo medieval adaptou as oposições platônicas às dualidades da realidade cristã. Assim, Agostinho formula os conceitos de Cidade de Deus e Cidade dos Homens a partir dos conceitos de Mundo Inteligível e Sensível. Também relaciona a ideia das essências com a alma individual, através da teoria da iluminação. Nesta, o filósofo explica o corpo como prisão da alma e esta como única forma de aproximação a Deus. Conclui que, pelo afastamento dos pecados carnais é que se aproxima da Cidade de Deus.

O mal, para Agostinho, se traduz na ausência da figura divina, ou seja, ausência do bem.

A escolástica 

A escolástica é o segundo período da filosofia ocidental e está intimamente relacionada à transição da formação do conhecimento dos bispados (durante a patrística), às universidades que foram surgindo ao longo da Idade Média. É nesse contexto que se destacam alguns filósofos medievais, que provocaram uma mudança nas relações entre os pensamentos medieval e grego.

Avicena e Averróis

Essa dupla de filósofos árabes surge no contexto das Invasões Mouras na Península Ibérica, que resultaria na ocupação desta pelos árabes até a Reconquista Cristã.

Com esse intercâmbio cultural na Europa, diversos textos de Aristóteles começaram a ser traduzidos e introduzidos nas universidades cristãs. Os principais pensadores e debatedores desses pensamentos nas universidades foram Avicena e Averróis.  

A reação da Igreja, inicialmente, foi de combate ao pensamento aristotélicos introduzido pelos árabes. Porém, logo percebeu que seria mais benéfico aproveitar a dispersão dos ideias de Aristóteles pelas universidades para adaptar a sua filosofia aos dogmas cristãos. E a Igreja Católica o fez através de vários clérigos, com destaque a São Tomás de Aquino.

São Tomás de Aquino

Aquino dedicou-se, desde o início de sua vida, aos estudos teológicos. O filósofo sofreu duras críticas dos cristãos por ir contra a filosofia agostiniana, ao pensar de acordo com a lógica aristotélica como os árabes. Ainda assim, não concordava em muito com os árabes, uma vez que esses não viam a possibilidade de explicar a existência de Deus pela razão lógica.

Aquino destaca-se justamente por alcançar a prova da existência de Deus, que se deu através da utilização da metafísica e lógica aristotélicas e se traduz em 5 vias.

A via do movimento, que é influenciada pelo conceito de motor e ato de Aristóteles; a via da causa eficiente, que segue linha similar à do movimento mas está relacionada à produção e causa; a via do contingente, que debate a respeito da criação do mundo e os conceitos de espaço-tempo; a via dos graus da perfeição, que demonstra através da comparação a perfeição de Deus; e a via da ordem, que explica as leis do universo através da ordem de alguém, que seria Deus.

O Renascimento Europeu

O renascimento científico-cultural é um importante evento histórico devido às mudanças de paradigmas medievais e início das articulações dos paradigmas da Idade Moderna. Esse fenômeno ocorreu na Europa Ocidental e recebe esse nome pela retomada aos valores clássicos greco-romanos nos campos da arte e ciência.

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