MITO DA CAVERNA
Dissertações: MITO DA CAVERNA. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: MariaCarlaaa • 15/10/2014 • 1.411 Palavras (6 Páginas) • 1.204 Visualizações
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Departamento de Educação
Disciplina: Filosofia da Educação I – turma C 02
Professor: Stefano
Goiânia, 14 de dezembro de 2011.
MITO DA CAVERNA DE PLATÃO
Platão representa a busca pela educação ideal na metáfora da “alegoria da caverna”, mostrando o momento em que um dos homens que ficavam presos no fundo de uma caverna consegue se libertar da escuridão (conhecimento da doxa), enxergando a luz da realidade verdadeira que existia fora dali. ‘’Para Platão, o caminho da filosofia era o de conhecer a realidade por conceitos, até perceber que a própria realidade é, ela mesma, o mundo das idéias, dos conceitos puros, ou mais exatamente, das formas puras”(Ghiraldelli, 2001, p.32-33). Na visão platônica, a filosofia deveria transcender a contingência histórica, contribuindo para o processo de esclarecimento da verdadeira sabedoria, na superação das falsas crenças, lançando a idéia de uma educação para a virtude, uma educação perfeita, com a qual o homem se torna culto e erudito.
O Mito da Caverna estabelece uma relação interna ou intrínseca entre a paidéia e a alétheia: a filosofia é educação ou pedagogia para a verdade. O mito propõe uma analogia entre os olhos do corpo e os olhos do espírito quando passam da obscuridade à luz: assim como os primeiros ficam ofuscados pela luminosidade do Sol, assim também o espírito sofre um ofuscamento no primeiro contato com a luz da idéia do Bem que ilumina o mundo das idéias. A trajetória do prisioneiro descreve a essência do homem (um ser dotado de corpo e alma) e sua destinação verdadeira (o conhecimento das idéias). Esta destinação é seu destino: o homem está destinado à razão e à verdade.
A paidéia, alegoricamente descrita no mito, é "uma conversão no olhar", isto é, a mudança na direção de nosso pensamento, que, deixando de olhar as sombras (pensar sobre as coisas sensíveis), passa a olhar as coisas verdadeiras (pensar nas idéias). O Mito da Caverna recupera o antigo sentido da alétheia como não-esquecimento e não-ocultamento da realidade. Alétheia é o que foi arrancado do esquecimento e do ocultamento, fazendo-se visível para o espírito, embora invisível para o corpo. A verdade é uma visão, visão da idéia, do que está plenamente visível para a inteligência e, por ser visão plena, a verdade é evidência.
A idéia do Bem, correspondente ao Sol, não só ilumina todas as outras, isto é, torna todas as outras visíveis para o olho do espírito, mas é também a idéia suprema, tanto porque é a visibilidade plena quanto porque é a causa da visibilidade de todo o mundo inteligível. A filosofia, conhecimento da verdade, é conhecimento da idéia do Bem, princípio incondicionado de todas as essências. Assim como o Sol permite aos olhos ver, assim o Bem permite à alma conhecer. A luz é a meditação entre aquele que conhece e o aquilo que se conhece.
A idéia essencial da pedagogia de Platão é a formação do homem moral dentro do Estado justo. A pedagogia platônica, que incluía não só a formação intelectual mas também os exercícios físicos, a disciplina do corpo, revela assim, uma propedêutica, da política, pois sua razão de ser é a formação do homem de acordo com a paidéia (modelo ou ideal de cultura) e sua preparação para a vida na cidade.
0 curso de estudos, para Platão deveria ser de cinco períodos. Primeiramente, a educação física proporciona ao corpo uma saúde perfeita, permitindo que a alma ultrapasse o mundo dos sentidos e melhor se concentre na contemplação das idéias. Caso contrário, a fraqueza física torna-se empecilho à vida superior do espírito. Da mesma forma, o amor sensível se subordina ao amor intelectual. Essa transposição pode ser favorecida com a educação do corpo e do espírito pela ginástica. Também pela música, entendida no amplo sentido de formação literária e artística. As crianças aprendem o ritmo e a harmonia, condição para alcançar a harmonia da alma.
Para que o processo do conhecimento seja possível, é necessário o estudo da matemática. Segundo uma tradição antiga parece que na entrada da Academia destacava-se a inscrição: "Não entre aqui quem não souber geometria" Isso porque a matemática descreve as realidades não-sensíveis e é capaz de se dissociar dos sentidos e da prática; na geometria, a figura sobre a qual raciocinamos independe da figura sensível que representa. 0 objetivo, não era o de formar especialistas, mas preparar para a mais elevada atividade humana, o filosofar. Portanto, a matemática e a geometria são consideradas como prelúdio da ciência que é a dialética.
Cabe ao sábio ensinar e dirigir. Trata-se da necessidade da ação política, da transformação dos homens e da sociedade, desde que essa ação seja dirigida pelo modelo ideal contemplado. É nesse sentido que Platão imagina uma cidade utópica, a Callipolis (Cidade Bela). Etimologicamente, utopia significa "em nenhum lugar" (em grego, ou-topos).Platão imagina uma cidade que não existe, mas que deve ser o modelo da cidade ideal.Partindo do princípio de que as pessoas são diferentes e por isso devem ocupar lugares e funções diversas na sociedade, Platão imagina que o Estado, e não
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