Marxismo Cultural e civilização ocidental
Por: 809180 • 5/6/2018 • Artigo • 2.663 Palavras (11 Páginas) • 173 Visualizações
INSTITUTO DE FILOSOFIA E TEOLOGIA MATER ECCLESIAE
MARXISMO CULTURAL E CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL
DENILSON GOMES DA SILVA[1]
RESUMO
Marx e Engels acreditavam que a essência do homem era o trabalho, esta essência tinha sido alienada pelo sistema capitalista burguês. A classe trabalhadora explorada pelas superestruturas: pátria, religião e família. Marx propõe um novo sistema de governo onde os meios de produção passariam para as mãos dos trabalhadores e a riqueza seria distribuída de forma comum. Marx observava a necessidade de uma união da classe trabalhadora tanto em âmbito nacional, como mundial. Com o inicio da primeira guerra mundial (1914-1918). Houve o fracasso teórico do marxismo tradicional. Um pensador marxista chamado Antônio Gramsci, analisando os possíveis motivos que levou ao fracasso do marxismo notou a existência de duas estruturas de classes, a dominante e a dirigente. A dominante que exerce o poder sobre as pessoas e a dirigente formada pelos intelectuais que dirigem as mentes. Para Gramsci a classe dirigente poderia influenciar a classe dominante, sendo assim a cultura seria o novo campo de trabalho desta nova fase do marxismo que será denominado pelos estudiosos do tema como marxismo cultural, onde através da transformação da cultura, se alcançara a implantação do comunismo. Em nosso país,o marxismo cultural teve grande influencia e nos dias de hoje dominam os meios educacionais e políticos,e também grande parte da mídia. Fazendo um balanço, quais os ganhos e os riscos desta ideologia. E os perigos por detrás da mesma.
Palavras-chave: Marxismo. Proletariado. Cultura.
1-INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo uma analise histórica do pensamento marxista tradicional e sua teoria fazendo um apanhado através dos acontecimentos que culminaram no seu fracasso. E a relação do pensamento de Antonio Gramsci sua influencia na cultura ocidental e seus efeitos em nosso pais.
2-INÍCIO DAS LUTAS DA CLASSE PROLETÁRIA E FRACASSO DO MARXISMO TRADICIONAL
Marx e Engels acreditavam que a essência do homem era o trabalho e que esta essência tinha sido alienada pelo sistema capitalista burguês, devido à sua ganância em mercadoria. A partir deste momento o homem passou a valer menos do que esta mesma mercadoria, o salário do operário não pode pagar o que ele próprio produzia. Assim para Marx, o capital nasce da exploração do trabalho imposta ao homem pelo mercado. Explorando a classe trabalhadora alienada pelas superestruturas: pátria, religião, família etc.
Diante de tal situação da classe trabalhadora, onde ela é explorada pela burguesia Marx propõe um novo sistema de governo onde os meios de produção passavam para as mãos dos trabalhadores e a riqueza seria distribuída de forma comum. Mas para isso seria necessário um levante contra a própria classe dominante a burguesia. No âmbito nacional e assim numa esfera global.
No princípio a luta do proletariado com a burguesia tem o caráter de uma luta nacional, não em sua essência, mas em sua forma. É claro que o proletariado de cada país deve primeiramente ajustar as contas com sua própria burguesia. Esboçando em linhas gerais as fases do desenvolvimento do proletariado, descrevemos a guerra civil mais ou menos oculta, existente na sociedade atual, até a hora em que essa guerra explode numa revolução aberta e a derrubada violenta da burguesia estabelece a dominação do proletariado. (SUDERMANN, 2003, p. 36).
Tal tomada dos meios de produção e econômico só poderia acontecer a partir da união da classe trabalhadora. E para Marx seria inevitável o uso da força, isso significa uso de todos os meios incluindo as armas. Tais ideias foram publicadas pela primeira vez, no dia 21 de fevereiro de1848. O momento favorecia a publicação, que possuía uma analise histórica do trabalho e da exploração do homem. Tal abordagem não foi feita do dia para a noite. O momento era de grande agitação política e de lutas urbanas da revolução de 1848, mesmo ano em que foi publicado.
Pela primeira vez a classe burguesa experimentava uma forte oposição ao seu sistema capitalista e se via ameaçada e assim seus interesses. Começava ai uma nova etapa. Onde era necessária uma união da classe trabalhadora. Pois era de se esperar que a classe burguesa ao ver seus interesses postos em risco, iriam procurar um meio para combater a recente ameaça e Marx de certa forma já esperava tal reação. E a reação, veio logo no mesmo ano. O czar foi aclamado o líder da reação européia.
Todas as potências da velha Europa uniram-se numa Santa Aliança para exorcismá-lo: o Papa e o czar, Metternich e Guizot, os radicais franceses e os espiões da polícia alemã. (SUDERMANN, 2003, p. 25).
A Itália e a Alemanha enfraquecida por lutas internas, e que por isso teriam caído sob domínio estrangeiro era ambiente propício para uma investida revolucionária por parte da classe operária e isso se deu no mesmo ano da publicação do manifesto comunista de 1848. Exatamente no dia 18 de março daquele ano aconteceu simultaneamente a revolução de Milão e de Berlim. Assim pouco a pouco o proletariado deixava de lutar somente em âmbito nacional, isto é, na Rússia. Mas agora começava a se expandir pelos países circunvizinhos.
Sempre houve uma tensão entre as classes dominantes, geralmente a que governa e a que vê seus interesses ameaçados. Isto é, a classe que detém o poder econômico. Os marxistas da primeira fase anteriores a 1914. Souberam explorar esta fraqueza, pois justamente era este o ambiente propicio para a revolução do proletariado e também por setores da burguesia vendo seus interesses ameaçados por outros setores da própria burguesia aderiram à causa revolucionária.
Em geral, os choques entre as classes da velha sociedade favorecem de diversas maneiras o desenvolvimento do proletariado. A burguesia vive em guerra perpétua: primeiramente com a aristocracia; mais tarde com os setores da própria burguesia cujos interesses entraram em conflito com os progressos da indústria; em todas as épocas, com a burguesia dos países estrangeiros. Nessas lutas vê-se obriga- da a apelar para o proletariado, em busca de auxílio, arrastando-o para a arena política. A própria burguesia, portanto, fornece ao proletariado os elementos de sua politização, em outras palavras, as armas contra ela própria. (SUDERMANN, 2003, p.34-35).
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