O Mito da Caverna de Platão Visão Maçônica
Por: Rafael Negrao • 13/6/2017 • Dissertação • 1.461 Palavras (6 Páginas) • 1.509 Visualizações
O Mito da Caverna de Platão visão maçônica
Gostaria de falar um pouco aos IIr.´. sobre filosofia, começarei então pela própria palavra que vem do grego e sua etimologia aborda uma sintética de dois conceitos, o primeiro philos ou philia quer dizer amor ou amizade, e sophia que quer dizer conhecimento, provém da Deusa da religião Helenística mãe da sabedoria, assim a junção destas duas palavras significa o amor a sabedoria. Autores clássicos atribuem a origem desta palavra a Pitágoras.
A filosofia é a mãe de todas as ciências, segundo Aristóteles ninguém impõe critérios a ela, ao contrário, se existem regras, se existem parâmetros para chegar a algo específico, é a filosofia que a estabelece, pois é do dedutivo, do geral, que partem as linhas orientadoras que guiam a mente do homem na direção a um determinado conhecimento.
Assim dada a importância desta para o mundo e para a própria Maçonaria, vamos conhecer um pouco mais, a partir de uma das mais comentadas passagens da filosofia e da Ordem Maçônica, “O Mito da Caverna” este é tratado no Livro VII da obra “A República”.
Essa metáfora trata de dois conceitos, esses concernem o mundo sensível e o mundo das ideias, em suma para o pensador esses conceitos definem a realidade como se fosse composta por dois domínios.
Segundo este importantíssimo pensador a humanidade viveria infeliz na condição de completa ignorância, viveriam em uma ilusão sobre as coisas sensíveis as quais são mutáveis, não são universais e nem necessárias, por isso, não são objetos de conhecimento. Este mundo das ideias, percebido pela razão, está acima do mundo sensível (dominado pela subjetividade), só existindo assim na medida que participa do primeiro, sendo apenas sombra dele. Para entender essa colocação poderíamos pensar em uma cadeira, no plano físico, cada uma destas cadeiras que os IIr.´. estão sentados não passariam de uma imagem, uma sombra destorcida do mundo ideal, do plano superior ao qual cada uma das almas viveriam, assim antes de sua queda, para renascerem na terra, aqueles de nós que houvesse visto um maior número de coisas ideais, mais conhecimentos esses teriam, na visão de Platão aqueles que mais vislumbraram conhecimento no mundo ideal no mundo carnal se tornavam filósofos.
Mais tarde Aristóteles criticaria Platão dizendo que ele não havia questionado o que é participar, mas isso trataremos em outro momento.
Lembrando o mito vamos revê-lo em forma resumida, são diversos homens que nasceram e cresceram no interior da caverna, estão presos por correntes, sem a possibilidade de se movimentarem, virados para uma parede, sendo assim forçados a olharem para ela, sem poderem ver uns aos outros nem a si próprio, atrás destes prisioneiros há uma fogueira, separados desta por um muro baixo, atrás deste pessoas caminham, mas o que se projeta na em forma de sombra são as sombras dos objetos que carregam e não de seus corpos, as vozes ecoando pelas paredes da caverna, os prisioneiros que sem poder ver associam com certa razão as sombras que passam com os sons, pensando assim que essas imagens sejam a realidade.
Um dia um dos prisioneiros é libertado, forçado a olhar para o fogo, uma nova realidade, um conhecimento novo se desnuda, a luz fere seus olhos, ele fica a primeiro momento sem poder ver direito, se o disserem que aquilo é a realidade e que o que ele via anteriormente era falso ele não acreditaria, na confusão ele tentaria voltar para sua realidade antiga, mas pensemos que ele se soltasse e saísse por sua vontade e curiosidade em saber mais, mas que posteriormente tentasse voltar a caverna para avisar seus companheiros que a situação que vivem é enganosa, seus olhos que agora acostumados a luz neste momento ficariam cegos por conta da escuridão da caverna, assim como tinham ficado cegos diante da luz, os outros prisioneiros ao verem isso entenderiam que ele por ter saído da caverna tenha sofrido sérios danos, por isso nunca deveriam sair dali e se pudessem matariam quem os tentasse tirar da caverna.
Assim Platão como discípulo de Sócrates descreve esse homem como se fosse Sócrates, transpondo de forma mais clara é como se as pessoas achassem que o mundo fosse de determinado modo, mas Sócrates quis mostrar aos ignorantes que tudo aquilo era falso, seria parcial, ao tentar mostrar novos conceitos totalmente diferentes foi morto pelos cidadãos de Atenas.
O filósofo é exatamente aquele que, através de um processo dialético, se liberta das correntes, saindo assim da ignorância para a opinião e, depois, para o conhecimento, estabelecendo, portanto, etapas bem definidas e dolorosas.
É importante ressaltar que o autor faz uma analogia entre aptidão para ver e aptidão para conhecer, sendo assim o exercício da visão é o exercício da razão e entre faculdade da visão e faculdade da razão. Há aí, também, uma relação entre o mundo visível e o mundo inteligível, sendo como já foi dito, o primeiro uma sombra do segundo. Feito isto, pode-se afirmar que, durante a descrição do mito, as fases pelas quais a visão do sujeito passa são as fases pelas quais passa a razão.
A primeira etapa é chegar à opinião (doxa), ilustrada pela subida do fundo da caverna até às imagens exteriores, tentando superar a inércia da ignorância (agnosis). O sujeito é ofuscado pela luz da fogueira sendo esta (a luz) a representação da verdade a qual lhe causa dor aos olhos que representam o órgão do conhecimento. Neste primeiro instante, ele não consegue distinguir muito bem o que está a ver mas com persistência e olhar investigativo contempla as formas bem definidas dos objetos que geram as sombras do fundo da caverna. Então ele atinge o conhecimento (episteme). Mas a investigação não acaba por aí. A busca pelas ideias gerais, unas e imutáveis é ilustrada pela saída até à luz do Sol que simboliza o bem (alegoria do Sol) que está no topo da hierarquia das ideias universais das quais também fazem parte o belo e a justiça.
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