O que é o amor?

Porque se nasce por amor? Porque se morre por amor? Porque se mata por amor? Porque se pode ser tão feliz por amor? Porque se pode ser tão infeliz por amor?

Que sentimento é este que causa tamanhos contra-sensos e atitudes absolutamente opostas?

O que é o amor incondicional? E o amor condicional? E o amor-próprio? Porque é que alguns têm e outros não? E o amor platónico, existe?

Afinal, O QUE É O AMOR?

Através da consulta a uma vulgar enciclopédia, a palavra AMOR tem o seguinte significado:

1. Movimento de devoção prestado a uma divindade, a um ideal, a uma pessoa, etc.: O amor a Deus, à verdade.

2. Sentimento muito intenso, prendimento que engloba ternura e atracção física entre duas pessoas: sentir amor por alguém.

3. Gosto muito marcado por alguma coisa: O amor pelas pedras, pelos barcos.

4. Representação alegórica ou simbólica do amor (frequentemente sob a forma de uma criança armada com um arco).

Não deixa de ser curioso que a primeira alusão é feita a uma divindade, ou seja, o amor a Deus que demonstra uma ligação de carácter religioso, um sentimento de devoção e adoração, apenas comparável ao amor incondicional que é único e impossível de ser descrito com exactidão.

Só em segundo plano é que surge o tal AMOR que interfere com a ternura, carinho, dedicação, e atracção física entre duas pessoas.

E é aqui que as opiniões divergem. O amor será sensorial, involuntário, ou, pelo contrário, será um sentimento controlável, manipulável e consciente?

Na minha opinião o AMOR é um sentimento absolutamente involuntário sobre o qual não se tem qualquer controlo. Como escreveu a poetisa Florbela Espanca "Ama-se quem se ama e não quem se quer amar."

Para defender esta tese vamos abordar dois tipos de argumentos:

- os que defendem que o amor é algo que não se controla, que é involuntário e sensorial – utilizando como exemplo a letra do tema musical «Não me toca»

dointerprete Anselmo Ralph, e ainda o texto da musica «Love on top» de Beyoncé Knowles;

- os que defendem que pelo contrário o amor é algo controlado, voluntario e baseado em escolhas com base na análise do filme «Casablanca».

Na perspectiva de Anselmo Ralph e Beyoncé Knowles o amor tem natureza sensorial sem qualquer tipo de controlo. O Amor não se escolhe, acontece, e acaba quando não é correspondido.

«Casablanca» demonstra que no amor existem decisões e escolhas que implicam querer o bem do outro independentemente do sacrifício necessário. Tal sentimento leva ao bem de todos. O amor rasga assim o nosso horizonte e só desta forma se desenvolve a capacidade de perdoar.

A música, sendo um canal privilegiado de captação de sentidos, é utilizada por Beyoncé no tema referido anteriormente para manifestação de sentimentos incontroláveis, como tocar, ouvir, ver e sentir e precisar. Estes acontecem espontaneamente, nada é forçado para que tal aconteça.

O amor neste caso manifesta-se com acções como dançar e beijar. Nesta perspectiva o amor é posto em primeiro lugar, mesmo sabendo que é difícil e que vai dar trabalho, acreditamos que vai valer a pena.

Anselmo