Os Corpos Dóceis
Por: Jhonatan Bode • 30/10/2023 • Resenha • 587 Palavras (3 Páginas) • 34 Visualizações
Nome: Jhonatan da Silva Corrêa
Texto: FOUCAULT, M. Corpos Dóceis. In: FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. Portugal, 2013.
Foucault (2013) traz uma discussão muito interessante sobre o corpo e o poder. Podemos entender o poder como uma rede, que está presente em todas as relações sociais. O poder não pertence a ninguém, ele é uma ação e é exercido, ora você sofre as suas consequências e ora você exerce poder sobre algo (FOUCAULT, 2017). Durante os séculos XVII e XVIII houve modificação na estruturação dos poderes que atingem os corpos reestruturando um sistema, que outrora buscava controlar a corporeidade por meio da violência, agressão como foi no caso dos escravizados.
A maneira de controle supracitada se apresenta por meio da disciplina, que molda os corpos os tornando dóceis, máquinas capazes de desempenhar funções específicas e que se enquadrem em um sistema onde o máximo é cobrado do seu potencial corpóreo em busca de um bom desenvolvimento econômico e eficácia. Sendo assim, temos na disciplina o ponto central de controle, onde o corpo vai ser mais entendido como uma máquina sendo desterritorializado de qualquer reivindicação política que ele possa vir a ter.
A disciplina não foi inventada no século XVII ou XVIII, ela já existia em algumas instituições como exército e conventos, por exemplo, contudo, somente no século XVII e XVIII foram reestruturadas e se espalharam pela sociedade por meio de absorções não violentas. Com o intuito de estabelecer o controle sobre as mínimas parcelas de vida, para controlar o indivíduo, seu Espaço Geográfico e o seu lugar tornou-se essencial compreensão da arte das distribuições.
O modelo de internato vai se impondo gradualmente, com base nos conventos, esse sistema era visto como a maneira disciplinar ideal de controle sendo aplicado aos colégios. Além do mais, as fábricas também passaram a ter alojamentos culminando em um maior controle dos indivíduos. O controle espacial e temporal também pode ser feito pelo som, o sino indicando o início das atividades. Pode-se entender que a disciplina: "[..] organiza um espaço analítico" (FOUCAULT, 2013, p. 214).
O corpo é disciplinado para que suas ações exerçam ritualmente uma atividade, como o processo de escrita e a caligrafia que deve ser instituída e padronizada por meio de um "ritual". Ademais, o corpo deve manter uma relação próxima ao objeto e com isso perder sua essência, se tornando cada vez mais máquina.
Quando se trata no adestramento dos corpos a vigilância hierárquica, a sanção normalizadora e o exame visam deixar o indivíduo e seu corpo ainda mais controlados. A hierarquia faz com que haja extrema vigilância criada para que todos fossem observados, a sanção está presente na penalização dos corpos e o exame presente na maneira de classificar, muitas vezes tendo sua ação de maneira dócil. Embora seja uma forma de punir.
Nesse modelo no qual o corpo passa por diversos cercamentos que visam seu controle não há castigos dolorosos e físicos, são fragmentos diários que vão tirando a autonomia das pessoas do controle de suas reflexões e atitudes, culminando em um corpo desumano, sem essência.
Referências
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