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PRAGMATISMO - FILOSOFIA DA AÇÃO Ε DA VIDA

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Por:   •  20/7/2013  •  1.583 Palavras (7 Páginas)  •  492 Visualizações

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PRAGMATISMO – FILOSOFIA DA AÇÃO Ε DA VIDA

Pe. Leonel Franca – Noções de Filosofia (1918)

PARTE VI

Sexta época – Filosofia Contemporânea (See. XIX – XX)

CAPÍTULO I

FILOSOFIA DA AÇÃO Ε DA VIDA

183. INTRODUÇÃO — Nada mais difícil do que caracterizar e resumir em grandes linhas a filosofia contemporânea. Nos seus grandes representantes o pensamento acha-se muitas vezes na fase de elaboração que não permite ainda a síntese definitiva. No conjunto de todo o período falta-nos o recuo histórico, esta indispensável colaboração do tempo eme separa o joio do trigo e, com o seu trabalho de crítica e de classificação, facilita o discernimento entre as contribuições originais das grandes inteligências e as vulgarizações insignificantes das mediocridades.

À primeira vista o panorama filosófico de nossos dias apresenta-se como um dédalo confuso em oue as mais desencontradas correntes se cruzam em anastomoses inextricáveis. Um exame mais profundo, porém, acaba por distinguir algumas orientações fundamentais que constituem, por assim dizer, as dominantes do quadro. Em geral, os grandes pensadores contemporâneos reagem decididamente contra o materialismo e o positivismo do século XIX. Os problemas ontológicos tomam o passo, na importância que se lhes de-, dica, ao estudo puramente crítico do conhecimento, tão preferido há decênios. Há, sobretudo, um grande esforço de pôr a filosofia mais em contato com a realidade integral do homem, da ação e da vida. Procura enriquecer-se o puro pensamento abstrato e deduzido com os tesouros da intuição e da experiência vital.

BIBLIOGRAFIA

Heinemann, Neue Wege der Philosophie, 1929: Perry, Present. Philosophical Tendencies, 1919; Ruggtero, La filosofia contemporânea, 1920; Francisco Romero, Filosotia contemporânea, β. Aires, 1941.

D. Parodi. La Philosophie contemporaine en France2, Paris, 1920; — Benrubi, Les sources et les courants de la philosophie contemporaine en France, 2 vols., Paris, 1933; — R. Metz, Die philosophischen Strömungen der Gegenwart in Grossbritannien, 2 vols., Leipzig, 1935; — M. Nedoncelle, La Philosophie religieuse en Grande Bretagne de 1850 jusqu’à nos jours, Paris, 1934; MUIRHEAD, Contemporary British Philosophy, 1924; Leisegang, Deutsche Philosophie im 20. Jahrhundert, 1927; Moog Die Deutsche Philosophie des 20. Jahrhundert, 1922; R. Miceli, La filosofia italiana actual, β. Aires, 1940.

ARTIGO I PRAGMATISMO

184. A. O verdadeiro fundador do pragmatismo foi Carlos Pierce (1839-1914) que em 1878, num artigo publicado no Popular Science Monthly, sob o título How to make our ideas clear, expôs as idéias fundamentais do sistema. O nome de pragmatismo (de pragma = ação), ao que parece, surgiu pela primeira vez impresso em 1898, num artigo de W. JAMES, que deu ao sistema uma estru tura mais coesa e ressonância mais ampla.

Natural de Nova-York, outrora adepto da Mind Cure, James (1842-1910) foi professor a princípio de fisiologia e mais tarde de psicologia na Universidade de Harvard. Obras principais: Princí pios de Psicologia (Principles of Psychology. 1890) ; Vontade e crer (The will to believe and other essays, 1897) ; Imortalidade hu mana (Human immortality, 1898); Experiência religiosa em sua várias formas (Varieties of reliqious experience, 1902) ; Pragmatis mo (Pragmatism,, 1907); Significado da verdade (The meaning truth, 1909); Um universo pluralista (A Pluralistic universe. 1909 Β. Para pôr um termo às logomaquias estéreis e às discussões intermináveis, o pragmatismo inaugura um novo método. Em vez de indagar de uma doutrina se é em si verdadeira ou falsa, inven ga-lhe os resultados no domínio prático da vida. Destarte as ques tões da existência de Deus, da sua Providência, da constituição mo nista oú pluralista do universo, do determinismo e do livre arbítrio podem receber uma solução prática pelo exame dos frutos de νez que produzem. O conhecimento não é uma contemplação pura, mas instrumento de ação; não é representação da realidade, mas proga ma de vida; pelos resultados neste domínio é que deve ser julgada

C. Daí a concepção pragmática da verdade, que deixa de uma equação entre o pensamento e o seu objeto, para ser apen índice da utilidade de uma afirmação. O serviço que presta esta doutrina é o único critério ou motivo para admiti-la como verda deira. Ε como a utilidade pode variar de indivíduo para individuo, de época para época, a noção pragmatista da verdade é subjetiva, dinâ ca, relativa e imanente. A uma concepção lógica e intelectual da filo sofia sucede uma visão psico-biológica e voluntarista das relações entre o homem e as coisas.

D.Com esta nova metodologia constrói-se uma metafísica prag matista do universo. A ciência não só se subordina à ação, mas também ação, força criadora e princípio plasmador do mundo realidade não existe independente do nosso pensamento, mas este e aperfeiçoa-se com êle, sem que no todo resultante desta colabora ção seja possível distinguir os elementos objetivos dos subjetivos nhecendo e agindo criamos continuamente o mundo e com êle a reali dade. Falsa, portanto, e inadmissível a noção monista ou mate

ta de um universo sujeito ao determinismo de leis invencíveis. Não há um universo, mas um pluriverso, ou um universo pluralista, dependente, a cada instante, da multiplicidade dos fatores psíquicos que influem na sua estrutura e evolução.

Ε. A idéia de Deus e da religião passa a ser elaborada e avaliada pelos novos critérios. Também aqui primado da ação sobre a inteligência. Aplicando aos fenômenos religiosos, para dar sobre eles um juízo de valor, a pedra de toque pragmatista, verifica-se que a religião é fonte de paz, alegria, coerência interna, energia moral e heroísmo. Nem os indivíduos nem as sociedades encontraram outra fonte de dedicação e desinteresse que a pudesse substituir. Correspondendo a exigências fundamentais da nossa natureza, ela "não é uma sobrevivência, mas uma função eterna do espírito humano". (Exp. relig., tr. franc, p. 423). Útil, necessária e insubstituível, a religião é, por isso mesmo, verdadeira. Só, porém, do sentimento religioso vale esta conclusão. Todo o aparato de dogmas, ritos e instituições é de valor secundário. Apenas a crença, comum a toda experiência religiosa, num "maior

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