PRINCIPAL PATRIMÔNIO POSITIVO, DESTINADO OU RECEBIDO PELA COPA DO MUNDO
Tese: PRINCIPAL PATRIMÔNIO POSITIVO, DESTINADO OU RECEBIDO PELA COPA DO MUNDO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: gjdfhuighduigh • 9/6/2014 • Tese • 2.981 Palavras (12 Páginas) • 299 Visualizações
AS PRINCIPAIS HERANÇAS POSITIVAS DADA OU CONQUISTADA PELA COPA DO MUNDO
Em 2010, a “África do Sul” recebeu um dos maiores eventos esportivos do planeta, a “Copa do Mundo de Futebol”, que, pela primeira vez, foi realizada em um país africano. A décima nona edição da competição, que foi disputada entre 11 de junho e 11 de julho de 2010 com partidas realizadas nas cidades de Bloemfontein, “Cidade do Cabo”, Durban, Nelspruit,Polokwane, “Porto Elizabeth”, Pretória, Rustemburgo e Johanesburgo contou com a participação de trinta e duas seleções nacionais qualificadas para participarem desta edição do campeonato[1] ocorrido em um país em que as torcidas fazia pouco tempo não se dividiam pelas cores da camisa dos jogadores, mas pelas cores da pele dos próprios torcedores.
Com o advento da Copa, os sul-africanos imediatamente acreditaram nas promessas de mais emprego, turistas e investimentos bilionários que viriam a reboque com o megaevento. Mas em prática, conforme começou a ser divulgado na mídia, a realidade, sob a visão de especialistas e da própria população, é de que a Copa não forneceu o que os organizadores prometiam e a mídia fazia questão de divulgar. Mesmo os compromissos apresentados ainda no documento de candidatura se quer foram cumpridos.
Com a proximidade do evento no Brasil em 2014, ressurge todo um momento pré-Copa no qual vem à tona discursos díspares pautados pelas discussões acerca dos potenciais benefícios ou malefícios que o evento pode instaurar no país. Em meio a estes conflitos, pode-se observar claramente a existência de uma palavra central que é sempre proferida exaustivamente quando se trata de tentar legitimar os discursos, sejam estes advindos da corrente dos “pessimistas” ou dos “otimistas”. A expressão: legado vem gerando polêmicas que giram em torno da capacidade do evento deixar heranças que venham a justificar todo o investimento feito, principalmente quando este é realizado pelo Estado, leia-se, automaticamente, advindos dos impostos pagos pela população.
Sendo assim, emerge a questão de se realmente existe um legado significativo que possa ser deixado por um evento esportivo de tamanha magnitude, e para entendê-la pode-se usar como referência o exemplo dado pela ultima Copa do Mundo na África do Sul. compilando números e análises pós-evento que tentam demonstrar, sobretudo, se existiu um legado deixado aos sul-africanos e para quem e onde eles estão direcionados.
Para o entendimento adequado, deve-se começar pela concepção da FIFA sobre o evento na África do Sul, que era tido conceitualmente como um grande motor de desenvolvimento para o País e, consequentemente, de todo o Continente Africano. Conforme apontam os observadores, a primeira Copa em terras africanas chegou ao seu final tendo deixado nova reputação internacional para o país e uma imagem positiva com um valor significativo, mas difícil de mensurar. Em termos de dimensão, a Copa é o evento de maior audiência da TV mundial. Em 2010 as transmissões atingiram 204 países através 245 canais televisivos diferentes, além disto, aproximadamente 310 mil turistas foram à África do Sul durante a Copa, sendo a maioria de países vizinhos. Mesmo contra a expectativa de receber 450 mil turistas (que não se concretizou), esta exposição favoreceu a quebra de determinados paradigmas caricatos e até mesmo preconceituosos do restante do mundo para com a África do Sul e o Continente Africano.
Analisando em termos mais amplos, analistas apontam que a expectativa geral do legado era muito maior do que simplesmente a melhora na imagem. A ideia divulgada foi de que os benefícios começariam com o básico, até mesmo para viabilizar a realização do torneio. Enquadravam-se neste pacote, aspectos como infraestrutura, questões de educação, capacitação, saúde e segurança. Todos esses pontos foram levantados e cogitados inicialmente, o que certamente é necessário para país em desenvolvimento, causando entusiasmo na população.
Para promover essa onda de modificações, o governo sul-africano contratou especialistas em investigação estratégica como Lee-Anne Bac, que coordenou e capitaneou os estudos que tinham como intenção planejar os benefícios para o país com a realização do evento. Foram investidos em torno de US$ 5 bilhões pelo governo central da África do Sul, acrescentando-se US$ 1 bilhão de investimento feito pelas administrações municipais e regionais sul-africanas, para terem o direito de ser sede.
Conforme apontam pesquisas, tal investimento foi feito após os custos terem aumentado sete vezes em comparação às projeções originais, feitas em 2004. Pelas contas oficiais, a FIFA teve receita de US$ 3,2 bilhões com a “Copa do Mundo”. Outros US$ 4,9 bilhões ficaram para a economia sul-africana, sendo recursos que entraram principalmente pelas mãos dos quase 310 mil torcedores estrangeiros que desembarcaram no país durante o Mundial e gastaram cerca de 519,6 milhões de dólares no país, cifra também bem abaixo das estimativas anteriores do governo, conforme disse a repórteres o ministro do Turismo sul-africano, Marthinus van Schalkwyk.
Ainda que substancial e representando 0,4% do PIB da África do Sul, este valor é praticamente o mesmo gasto pelo governo na construção de estádios e na infraestrutura, o que poderia dar a impressão de que as contas da Copa fecharam. Segundo apontam os estudos, o problema é que essa conta não inclui o que províncias e cidades tiveram de gastar, como supracitado . Em reais, à época, a distribuição dos cerca de R$ 10 bilhões investidos na Copa (apenas pelo governo central) foram usados em torno de R$ 2,4 bilhões na construção de cinco estádios e na reforma de outros cinco. O transporte custou R$ 2,4 bilhões; a segurança R$ 273 milhões e as telecomunicações R$ 315 milhões. É importante citar neste contexto que a crise econômica global contribuiu com o baixo número de espectadores estrangeiros, o que tornou difícil ao governo sul-africano recuperar os cerca de 5,8 bilhões de dólares usados só em infraestrutura.
Apesar do retorno abaixo das expectativas, é importante dizer que entre 2010 e 2011 o PIB subiu para a casa dos 3,4% e a inflação ficou controlada em 5%, demonstrando crescimento e estabilidade econômica, que, dentre outras coisas, corroborou também para criação de 130 mil novos postos de emprego, contribuindo com a queda 1% no índice de desemprego no mesmo período de 2010 a 2011.
Muito desses empregos foram criados no ramo do comércio e
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