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Parmênides

Por:   •  28/10/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  975 Palavras (4 Páginas)  •  442 Visualizações

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5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

“O SER É E NÃO PODE NÃO-SER”

        A palavra ser percorre toda a história da filosofia, desde o seu inicio. Séculos antes já havia sido colocada na Filosofia Indiana, mas foi Parmênides[1] que introduziu no ocidente a definição de ‘Ser’ que carregamos até os tempos atuais e que é causa de embate e discussões.

Parmênides toma como principio de verdade a máxima: ‘o ser é e não pode não ser’.  O Ser é, já que podemos senti-lo e pensa-lo enquanto mundo sensível e também das ideias. Já o não-ser, não é considerado porque não consideramos algo que não é. No poema Sobre a Natureza Parmênides justifica o ser e o não-ser em uma fragmento que diz: "Necessário é o dizer e pensar que (o) ente é; pois é ser, nada não é; [...]"[2], ou seja o não-ser é inexprimível.

        O Ser é uno já que não pode existir algo além do ser, que se existisse seria o seu contrário, o não-ser, e este não pode ser pensado. Parmênides coloca o discurso a seguir na boca da deusa da justiça no inicio do seu poema, para justificar a sua máxima:

E agora vou falar; e tu, escuta as minhas palavras e guarda-as bem, pois vou dizer-te dois únicos caminhos de investigação concebíveis. O primeiro diz que o ser é e o não-ser não é; este é o caminho da convicção, pois conduz à verdade. O segundo, que o não-é é, e que o não-ser é necessário; esta via, digo-te, é completamente sem conhecimento, porque não se pode conhecer o não-ser nem expressá-lo [...] Necessário é dizer e pensar que só o ser é [...] Jamais se conseguirá provar que o não-ser é; afasta, portanto, o teu pensamento desta via de investigação, nem te deixes arrastar a ela pela múltipla experiência do hábito.[3]

O Ser tem muitos predicados, ou seja, qualidades essenciais próprias. O Ser ele é primeiramente ingênito e incorruptível, porque ele não pode proceder do não ser já que ele não existe, e nem do ser, porque este já existiria. O Ser é sem fim, e também não tem nem passado e nem futuro:

[...] o ser é ingênito e também imperecível; pois é um todo, imóvel e sem fim; nem era nem será, pois é todo junto agora, uno, contínuo. Que origem, de fato, buscarás dele? Como e de onde teria crescido? Do não-ser não te permito nem dizê-lo nem pensá-lo: como efeito, não é possível nem dizer nem pensar que não é. Que necessidade o teria impelido a nascer depois ou antes se ele derivasse do nada? [...] e nem mesmo do ser concederá a força de crença veraz que nasça algo que não seja ele.[4]

O Ser é ainda absolutamente imutável e imóvel, já que ele não muda sua essência durante a sua existência, ele fica em si mesmo, por isso imóvel, e perfeito, por isso imutável, como nos apresenta Wigvan Pereira; “Só percebemos a mudança de um objeto A porque no passado ele era A e, no momento presente, ele é B. É por isso que Parmênides diz que o Ser jamais foi nem será, pois é, no instante presente.”[5]

O Ser é indivisível:         

Se o Ser pudesse ser dividido, da divisão resultariam seres múltiplos – o que é impossível, como vimos no ponto 2. Do mesmo modo, cada um desses múltiplos seres seria o não ser do outro, o que também é impossível. Também presumiríamos, a partir da divisão, a existência de um Ser que dividiria o outro ser. Logo, como disse Parmênides no fragmento B8: ‘[O Ser] Nem é divisível, visto ser todo homogêneo (...), mas é todo cheio do que é.[6]’. [7]

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