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Prondhoun

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Por:   •  26/11/2013  •  Seminário  •  2.431 Palavras (10 Páginas)  •  296 Visualizações

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"Aquele que puser as mãos sobre mim, para me governar, é um usurpador, um tirano. Eu o declaro meu inimigo!"

Proudhon foi o primeiro a referir-se a si próprio como um anarquista. Em O que é a propriedade, publicado em 1840, ele definiu anarquia como sendo "a absência de um mestre, de um soberano", e em A Ideia Geral de Revolução (1851) ele argumentou em favor de uma "sociedade sem autoridade." Proudhon ampliou sua análise para além das instituições políticas, argumentando em O que Propriedade? que "proprietário" é "sinônimo" de "soberano". Para Proudhon:

"Capital"... no campo político é análogo a "governo"... A ideia econômica de capitalismo, as políticas de governo ou de autoridade, e a ideia teológica de igreja são três ideais idênticos, de várias formas, vinculados. Atacar uma delas é o equivalente a atacar todas elas... o que o capital faz ao trabalho, e o Estado à Liberdade, a Igreja faz com o espírito. Esta trindade do absolutismo é tão perniciosa na prática quanto o é na filosofia. O meio mais efetivo de oprimir os povos seria simultaneamente escravizar seu corpo, sua vontade e sua razão3

Proudhon em seus primeiros trabalhos analisou a natureza e os problemas da economia capitalista. Enquanto fora profundamente crítico do capitalismo, ele também criticou os socialistas de seu tempo que idolatravam a ideia de associação. Em uma sequência de argumentos, do O que é Propriedade? (1840) até Teorias da Propriedade (Théorie de la propriété - publicado postumamente entre 1963-64), ele declarou contraditoriamente que "propriedade é roubo", "propriedade é impossível", "propriedade é despotismo" e "propriedade é liberdade". Quando afirmava que "propriedade é roubo" e que "propriedade é despotismo" ele se referia ao proprietário de terras ou ao capitalista que em sua perspectiva "roubava" a mais valia dos trabalhadores. Para Proudhon, o trabalho assalariado capitalista era uma posição voluntária de subordinação e exploração, uma condição permanente de obediência.4

Ao afirmar que "propriedade é liberdade", ele se referia não só ao produto individual do trabalho, mas também daquilo produzido em coletividades - a propriedade coletiva de camponeses e artesãos, capaz de possibilitar pertences pessoais, habitação, ferramentas de trabalho, e o valor justo pela venda de seus produtos. Para Proudhon, a única fonte legítima de propriedade é o trabalho. Aquilo que alguém produz é propriedade desse alguém e tudo para além disso não é. Este pensador defendia a auto-organização dos trabalhadores e que estas organizações teriam legitimidade para possuir elas próprias os meios de produção. Ele se contrapos veementemente a apropriação dos produtos do trabalho pela sociedade, argumentando em O que é Propriedade? que enquanto "propriedade do produto [...] não deve estar vinculada à propriedade dos meios de produção"5 [...] O direito sobre o produto é exclusivo de quem produz [...] o direito aos meios é comum e aplicando isso a terra ("a terra é [...] algo comum"6 ) e locais de trabalho ("todo o capital acumulado tornar-se propriedade social, ninguém poderá ser seu proprietário exclusivo".7 ) Proudhon portanto, não aprovava a ideia de uma "sociedade" possuindo os meios de produção ou a terra, mas ao invés disso que o "usuário" tivesse possuísse (sob a supervisão da sociedade), com a organização e regulamentação social" de forma a "regular o mercado".8 Proudhon chamou a si mesmo de socialista, mas se opôs a propriedade estatal dos bens capitais em favor da propriedade dos trabalhadores por si próprios em associações. Isso faz com ele seja considerado uma dos primeiros teóricos do socialismo libertário. Proudhon foi uma das principais influências sobre a teorização, ao fim do século XIX e no século XX, de auto-administração dos trabalhadores, também chamada autogestão.

Este uso-propriedade ele chamou de "posse", e este sistema econômico foi chamado por ele de Mutualismo. Proudhon foi autor de inúmeros argumentos contra a titulação da terra e do capital, incluindo razões baseadas na moralidade, economia, política, e liberdade individual. Um destes argumentos afirmas que este tipo de titulação de um lado permitiu o lucro, do outro levou a instabilidade social e guerra criando círculos de débito e eventualmente a superação da capacidade do de ser pago. Outro é que esta titulação produziu "despotismo" e tornou os trabalhadores em assalariados submetendo-os à autoridade de um chefe.

Em O que é Propriedade? Proudhon escreveu:

Propriedade, atuando pela exclusão e transgressão, frente a uma população em crescimento, tem sido o princípio vital e a causa definitiva de todas as revoluções. Guerras religiosas, e guerras de conquista, se comparados aos extermínios raciais, estes têm sido apenas distúrbios acidentais, logo reparados pela progressão matemática da progressão da vida das nações. A queda e a morte de sociedades se dão decido ao poder de acumulação implicado na propriedade.

Joseph Déjacque atacou o apoio de Proudhon à noções de Patriarcado, que os anarquistas do século XX classificaram como uma forma de sexismo, uma pré-noção reconhecida por estes, como estando em oposição aos princípios anarquistas.

Próximo ao fim de sua vida, Proudhon repensou alguns elementos de sua perspectiva política. Em Do Princípio Federativo (1863) ele reviu sua perspectiva anti-estatal anterior, ponderando "o equilíbrio entre autoridade e liberdade", levando adiante uma "teoria de governo federal" descentralizado. Ele também definiu anarquia de uma forma distinta como "o governo de cada um por si próprio", o que significava "que funções políticas deveriam ser reduzidas a funções industriais, e que a ordem social deveria surgir de nada além de transações e trocas." Neste trabalho Proudhon chamou seu sistema econômico como uma "federação agro-industrial", considerando que esta ordem poderia prover "arranjos federais específicos para proteger aos cidadãos dos estados federados do feudalismo capitalista financeiro, tanto no interior como fora deste sistema" e dessa forma acabar com a reintrodução do "trabalho assalariado". Isto se dava porque o "direito político deve estar apoiado no direito econômico."

Na publicação póstuma Teoria da Propriedade, este autor argumentou que a "propriedade é a única força capaz de agir como um contrapeso ao Estado." Portanto,

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