Relatório A Queda do Céu: Palavras de Um Xamã Yanomami
Por: Arthur V • 16/2/2020 • Relatório de pesquisa • 505 Palavras (3 Páginas) • 195 Visualizações
RELATÓRIO II
REFERÊNCIA: KOPENAWA, Davi. ALBERT, Bruce. A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami – 1º ed. – São Paulo: Companhia das letras, 2015.
Davi Kopenawa, líder yanomami, traz no livro “A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami” relatos de suas histórias e experiências espirituais. As narrativas apresentadas no livro foram traduzidas por Bruce Albert, antropólogo, amigo de Kopenawa, com a intenção de que suas ideais não se limitassem ao seu povo, visando ainda, uma conscientização do homem branco, o qual considera o verdadeiro predador da floresta. O livro foi, primeiramente, publicado em francês e, só então, cinco anos depois, publicado no Brasil.
Percebe-se durante a leitura que Kopenawa trata o povo Yanomami e a floresta como um só. Durante os relatos ele expõe momentos em que a comunidade nativa se deixa seduzir por regalos trazidos pelo homem branco, mas não esperavam que eles trariam consigo a destruição. Apresenta, portanto, um relato sobre o extermínio de seu povo pelas mãos desses que se infiltraram portando com eles, o que interpretei como sendo uma nova forma de catequização. Após a destruição de grande parte do que eram suas terras, a população nativa cria uma proximidade com missionários, talvez com a intenção de não sofrerem mais nenhum tipo de ataque.
Talvez mais impactante que o primeiro livro trabalhado em sala de aula (ideias para adiar o fim do mundo) esse livro traz relatos mais fortes e faz com que nós, leitores, reflitamos acerca do que a floresta, de fato, representa. Nota-se que existe um sentimento de unidade entre os povos yanomami e a floresta e, talvez, através da leitura do livro, ele busque criar um sentimento de empatia no, tão temido, homem branco. Ainda assim, existem alguns pontos em comum entre o primeiro livro e o atual, especialmente quando se trata do consumismo desenfreado.
Existe, atualmente, muito mais consciência, por parte das pessoas, do que a floresta representa para a humanidade, entretanto, o avanço do agronegócio, junto com a ideia (ideia burra, diga-se de passagem) que a extrema direita criou, de que a floresta impede o avanço, tem trazido cada vez mais destruição e desmatamento. Basta ligar a TV para ver desgraças ambientais tomando conta dos noticiários e cada vez menos vontade das autoridades em tentar resolver essas situações. A sensação que fica é de que estão tentando tornar tragédias desse tipo em algo comum, para que a população não mais se choque ao presenciar tamanha atrocidade.
Impossível ler esse livro e não se deixar abalar pelo exposto. Kopenawa vai além de um líder indígena, ele é, acima de tudo, um yanomami. E faz questão de deixar tudo isso muito claro.
As leituras acerca destes tópicos têm me guiado, cada vez mais, a um local de consciência, ao qual eu nunca imaginei chegar. Comunidades como a Yanomami, merecem respeito. Os relatos tanto por Kopenawa quanto por Krenak não podem ser, simplesmente, ignorados. Devem ser difundidos cada vez mais, para que outros possam, a partir deles, desenvolver essa lucidez tão necessária para o crescimento de uma população unificada.
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