Resenha Do Filme A Vila E O Mito Da Caverna

-RESENHA DO FILME “A VILA” E “O MITO DA CAVERNA”-

- A Vila, de M. NIGHT SHYAMALAN, estrelado por Joaquin Phoenix, William Hurt e Sigourney Weaver, e o Mito da Caverna, PLATÃO. A República. Tradução de Pietro Nasseti, São Paulo: Martin Claret, 2000. Livro VII. Pág.210/238. Resenha: Nas duas obras relatam alguns assuntos semelhantes como o isolamento social, o medo, a verdade do ponto de vista de cada um, a descrença com a justiça ou a ignorância dela, a não existência do capitalismo, o aprisionamento, o muro limitador, a visão ignorante sobre o mundo exterior (fora do lugar onde nasceram e cresceram).

Os jovens da vila, apesar de não viverem acorrentados, como os moradores da caverna, também tinham a sua visão de mundo limitada. Eram impedidos de conhecer mesmo sabendo da existência de vida além do marco limitador que se iniciava com a floresta, de onde moravam, e havia punições aos que desobedecessem. O medo também era uma forma de encenar e inventar seres ou criaturas para inibir os mais novos na vila, e na caverna eles eram forçados a permanecer sempre no mesmo lugar olhando apenas para á frente, não podendo girar a cabeça nem para trás e nem para os lados. O isolamento social no vilarejo foi uma opção pessoal, tragédias e a violência urbana que vitimou pessoas amadas por seus familiares, é que fizeram e decidiram criar um mundo só deles, isolando crianças e adolescentes da sociedade. Enquanto, na caverna o isolamento social era uma imposição que acontecia desde a infância, de geração após geração, viviam aprisionados e acorrentados naquele local. Tanto os prisioneiros da caverna como os prisioneiros da vila viviam acorrentados a preconceitos, mentiras e idéias enganosas e as falsas crenças. A cegueira também foi um fato que pode ser relacionado entre as duas obras, no mito da caverna, apesar de estarem na semi-obscuridade, imaginavam que as sombras vistas eram as próprias coisas, assim sendo, como jamais viram outra coisa, não podiam saber se aquilo eram sombras e nem podiam saber se são imagens de estatuetas e que tinham outros seres humanos reais fora da caverna. Enquanto no vilarejo a moça cega que sempre nasceu e cresceu na vila, era a que mais enxergava (tinha a sua visão definida de mundo exterior) e que lá fora é que estava a salvação para o seu amado, percorrendo um caminho então desconhecido e amedrontador para qualquer ser humano normal.

O filme não mostrou o que ocorreu após o retorno da cidade da moça cega, que foi buscar remédios, se ela relatou aos outros moradores o que encontrou e vivenciou fora dali. E Platão igualmente não disse se o prisioneiro foi libertado ou se ele voltou para contar as novidades aos seus companheiros, deixando que as pessoas imaginem o que aconteceria a seguir.

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