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Resenha do filme Persépolis

Por:   •  3/4/2016  •  Resenha  •  474 Palavras (2 Páginas)  •  579 Visualizações

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Thaís Okomeske da Silva                                   4° Química Vespertino

Resenha do filme Persépolis

        No filme notamos a forte presença do comunismo, que terá base para questionamentos e pensamentos da personagem principal. Sartre iniciou uma flutuante relação com o comunismo. Em sua última obra filosófica (Crítica da Razão Dialética), Sartre propôs uma reconciliação entre o materialismo dialético e o existencialismo, ao qual começou a considerar como uma ideia parasita do marxismo, vemos esta ideia claramente presente em Persépolis, onde Marsha conversa com Deus, o questiona, e mais para o final do filme, Deus está ao lado de Marx tendo um diálogo.

        Angústia, desamparo e desespero são fundamentais dentro do existencialismo. A angústia para o existencialismo é determinante do engajamento e da escolha. Marsha se vê diante de várias questões e escolhas que têm que fazer, escolhas que não afetam somente a ela, mas também aqueles que se envolvem e estão ao seu redor, em função disso, não temos como escapar da condição de responsabilidade que envolve esse ato. Quando ela cresce e começa a dizer “tanto faz” para suas escolhas, podemos notar que a personagem age de má-fé.

        O desamparo no existencialismo está identificado com a afirmação de que não temos Deus ou uma natureza humana universal que nos determine; isto implica diretamente a escolha, quando a personagem se põe em um papel de indiferente, em questão de opiniões, afetando diretamente nas consequências, pois não fazer escolhas, ela ainda está fazendo uma, que é de não escolher. Isso traz consequências como o isolamento da protagonista durante sua vida. Já a noção de desespero se instaura no existencialismo a partir dos limites e possibilidades que cercam nossas escolhas.

        O desespero vem do fato que somos limitados pelo nosso ser no mundo, por condições universais impostas por nossa humanidade como o documentário mostra que, o medo nos faz perder nossa consciência. Todos temos escolhas, e todos são livres para tomar suas decisões. Não existem garantias que, por exemplo, numa ação conjunta com outras pessoas, seja uma escolha certa que se manterá. É preciso manter a integridade para sermos uma pessoa digna. Segundo Sartre, a moral no existencialismo assemelha-se a uma criação artística, pois sempre é um processo de escolha, criação e invenção; como observamos no contexto do filme, que é uma história representada por meio de uma animação de maneira sarcástica, se passa no Irã e a autora até brinca com a questão de que as mulheres vestem burca preta, fazendo o filme todo em preto e branco.

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