Resenha filme O nome da rosa
Por: Luana Bernardo • 1/12/2018 • Resenha • 1.137 Palavras (5 Páginas) • 443 Visualizações
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
Este trabalho consiste na análise do Filme O nome da Rosa, interpretando-o a luz do referencial teórico discutido em sala de aula, são eles; Educação Medieval e Iluminismo e Romantismo na Filosofia da Educação.
O filme O nome da rosa é baseado no livro homônimo de Umberto Eco, foi dirigido por Jean-Jacques Annaud em 1986 e conta a história de William de Baskerville, um monge franciscano, e Adso von Melk, um noviço que o acompanha. Eles chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália e Baskerville começa a investigar uma série de assassinatos, que se mostram bastante obscuros fazendo os religiosos acreditarem que se tratava de uma obra do demônio.
Destacam-se no desenrolar da trama, o antagonismo entre personagens que representam o plano platônico e o plano aristotélico. Para Jorge de Burgos, o personagem cego e guardião da grande biblioteca, assim como para Platão e Santo Agostinho, os sentidos e as emoções são ilusórias, são erros e nos afastam de Deus. Já o personagem de William de Baskerville representa uma corrente filosófica que está quebrando a tradição. Percebemos o plano aristotélico nesse personagem pois utiliza os sentidos e permite que a razão dê clareza sobre a realidade. Em alguns momentos ele usa um óculos que funciona como uma lupa que o auxilia na percepção de detalhes que não estão a olho nu. Willian está sempre atento ao que acontece ao seu redor, ou seja, é a partir da análise empírica, da observação dos fatos que ele faz as deduções que o ajudam na resolução dos assassinatos.
MOMENTO DA CENA | DESCRIÇÃO DA CENA |
05:31:00 | No quarto, Willian explica a Adso onde é o banheiro mesmo sem nunca ter visitado aquele mosteiro, apenas observando o comportamento das pessoas. |
16:58:00 | No local em que irmão Adelmo foi achado morto, Willian deduz as circunstancias de sua morte. |
19:50:00 | Em um grande salão, é a hora do jantar. Um monge num pedestal lê as regras que dizem por exemplo, que um monge deve manter o silêncio e nunca deve falar o que pensa. |
21:10:00 | Num quarto, um monge está lendo para Jorge de Burgos um livro que diz: na sabedoria há muita tristeza e quem amplia o conhecimento, amplia também o pesar. |
33:57:00 | No local de trabalho dos copistas, Willian usa o que é descrito por um monge como "olhos de vidro em aros gêmeos" para examinar o livro em que o falecido irmão Adelmo trabalhava. |
34:32:00 | No local de trabalho dos copistas, todos riem do monge que está com medo de um rato, Jorge de Burgos aparece argumentando sobre o porquê um monge não deve rir. |
A educação dos povos europeus na Idade Média teve como ponto de partida a doutrina da igreja, foi um período em que predominou uma concepção de educação que dava extrema importância ao aspecto moral, baseado na caridade e amor cristão. Com a consolidação do Cristianismo, surge um novo conceito de educação que está relacionado à reconciliação com seu criador. Os que se convertiam a religião passavam por uma preparação, era um período em que recebiam instruções na doutrina cristã para serem admitidos como membros. Os membros que faziam votos especiais de vida religiosa viviam em mosteiros, local em que o estudo ocupava um papel preponderante (PILETTI, 2008). O Filme se passa num mosteiro da ordem dos beneditinos, ordem que foi fundada por São Bento (480-547), ele deixou muitas determinações sobre os trabalhos que deveriam ser realizados por um monge e sobre a dedicação a leitura. Piletti (2008) aponta que do regime de trabalho dos monges surgiram diversos benefícios para a educação, tais como; surgimento de escolas, cópias e conservação de livros, estudo da literatura e formação de um ambiente favorável ao estudo e reflexão.
MOMENTO DA CENA | DESCRIÇÃO DA CENA |
33:00:00 | Adso narra o momento em que ele e Willian entram no local de trabalho dos copistas, ele o descreve como o local de maior grandeza da ordem beneditina, a produção e reprodução do conhecimento. |
37:00:00 | Após visita ao local de trabalho dos copistas, Willian questiona Adso sobre o fato de um lugar com tantos escrivães, copistas, pesquisadores, tradutores e pensadores ter tão poucos livros nas prateleiras. |
A Idade Média foi um período em que prevaleceu a ignorância devido a interferência religiosa na economia, na política e na cultura. Para os renascentistas, durante a Idade Média, as artes e as ciências, se comparadas à Antiguidade, haviam declinado por isso a consideravam a Idade das Trevas. É possível identificar essa postura da igreja em várias cenas do filme, a trama de mistério e assassinatos que constroem o enredo é solucionada por Willian ao descobrir a grande biblioteca e os livros escondidos nela.
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