Resumo Do Livro "Convite à Filosofia" De Marilena Chaui, Unidade 2, Capítulo 1 - "A Razão"
Casos: Resumo Do Livro "Convite à Filosofia" De Marilena Chaui, Unidade 2, Capítulo 1 - "A Razão". Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: julinhabeau • 23/3/2015 • 488 Palavras (2 Páginas) • 27.899 Visualizações
Resumo do livro “Convite à Filosofia” de Marilena Chaui, Unidade 2, Capítulo 1 – “A Razão”
Os vários sentidos da palavra “razão”: certeza, lucidez, motivo, causa. A razão, enquanto consciência moral, é a vontade racional que não se deixa dominar pelos impulsos passionais. Esta orienta a vontade e oferece finalidades éticas para a ação. Na Filosofia, têm-se duas vertentes da razão. A razão objetiva, aquela em que a realidade é racional em si mesma, e a razão subjetiva, na qual a razão é uma capacidade intelectual e moral dos seres humanos.
Princípios Racionais: regras obedecidas pelo conhecimento racional, que possuem validade universal. Não possuem um conteúdo determinado, apenas indicam como as coisas devem ser, mas não dizem quais são. São eles:
Princípio da Identidade: condição para que se definam as coisas e possa-se conhecê-las a partir de suas definições. Ex: “A é A”. Abalado pela lógica.
Princípio da não-contradição: uma coisa ou uma ideia que se negam a si mesmas se autodestroem. Sem o princípio da não-contradição, o princípio da identidade não poderia funcionar. Ex: “A é A, e é impossível que seja, ao mesmo tempo e na mesma relação, não-A”. Abalado pela teoria da relatividade, ao mostrar que as leis da natureza dependem da posição ocupada pelo observador.
Princípio do terceiro-excluído: este princípio define a decisão de um dilema, e exige que apenas uma das alternativas seja verdadeira. Ex: “Ou A é X, ou é Y, e não há terceira possibilidade”. Foi abalado pela física óptica quando descobriu-se que a luz poderia se propagar tanto de uma maneira como de outra.
Princípio da razão suficiente: tudo o que acontece tem uma razão (causa ou motivo), e que tal razão pode ser conhecida pela nossa própria razão. Esta afirma a existência de relações ou conexões internas entre as coisas. A razão procura, mesmo para o acaso e o acidente, uma causa. A diferença entre a causa e a causa casual é que a primeira se realiza sempre, como uma regra, enquanto a outra só vale para aquele caso particular. Ex: “Dado A, necessariamente haverá B” e “Dado B, necessariamente houve A”. Foi abalado por teorias da física quântica.
Alguns abalos ocorridos nos princípios da razão levaram à introdução de um novo princípio: o princípio da indeterminação. Neste, o princípio da razão-suficiente é válido para os fenômenos macroscópicos, enquanto o princípio da indeterminação é válido para os fenômenos hipermicroscópicos.
Com o desenvolvimento dos estudos antropológicos, notou-se que era necessário encontrar uma nova ideia de razão, pois outras culturas poderiam oferecer uma concepção diferente de nossa realidade. Criou-se então, uma “razão alargada”, que exprime a luta contra o etnocentrismo, inserindo os princípios de racionalidade definidos por outras culturas. Observa-se, nessa nova visão, a citação de Deleuze e Guattari (O que é a Filosofia?): “Os conceitos devem ser constantemente reavaliados, transformados, (...) reconhecendo-se não apenas os autores que os formularam, mas também o contexto geo-histórico dentro do qual ou para o qual foram elaborados”.
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