Resumo do Filme Ágora
Por: Ana Carolina Almeida • 8/5/2017 • Resenha • 679 Palavras (3 Páginas) • 10.820 Visualizações
AGORA de Alejandro Amenábar de 2009
O filme se passa em Alexandria, no período histórico aonde o catolicismo ganha força em detrimento das religiões pagãs. A personagem Hipácia é filósofa e, portanto, uma importante estudiosa e questionadora do seu tempo. Ela leciona na Biblioteca de Alexandria, templo dos saberes humanos e detentor de uma expressiva parte do conhecimento do mundo antigo. Quando as diferenças religiosas começam a se chocar, há o desenrolar do enredo central do filme.
Hipácia é mulher, escolhe não se casar, e vive no mundo das ciências, um mundo majoritariamente masculino na sua época, pois chamava a atenção pelas suas pesquisas muitas vezes alvo de incompreensões, e consequentemente como veremos mais à frente no filme, perseguições. Desta forma, sendo este filme situado dentro do contexto de uma sociedade em ebulição, a protagonista não possui uma grande vantagem. Ela sofre com a má escolha do pai, de reagir aos ataques dos cristãos, e tem de fugir do seu local de trabalho, em uma cena comovente quando é obrigada a escolher quais pergaminhos salvar da destruição feita por uma massa visivelmente manipulada pela fé cristã piamente cega.
Os anos se passam, e mais precisamente dois deles que um dia foram os seus pupilos, e um deles seu antigo escravo e eventual assistente durante as suas aulas, ascendem na sociedade, um tornando-se integrante do da hierarquia cristã, outro assumindo o governo da cidade, e o último, após liberto pela personagem em uma passagem mostrada antes da passagem dos anos, assume publicamente a sua fé ao se juntar com a massa a qual viu pregando na rua para a população quando jovem, e ainda escravo. A personagem encontra-se acolhida junto ao governador pois tornaram-se bons amigos, apesar dele ter sido rejeitado anteriormente após ter se declarado à ela. Em adicional ao avanço dos anos onde a história se insere, as pressões apresentadas ultrapassam a esfera religiosa e passam a ser também políticas. Mas enquanto a sua ausência de fé cristã não era declarada publicamente, a personagem viveu protegida e progredindo os seus estudos acerca da teoria heliocêntrica, algo revolucionário para a sua época, e naturalmente condenável pela igreja católica por ser divergente da sua visão, à época em fase de expansão da sua fé.
A igreja, interessada em espalhar a sua verdade, e a condenar qualquer pessoa que se opusesse à ela, mostra o auge do progresso do seu poderio no filme na conversa entre os dois ex-pupilos de Hipácia: o membro da instituição do clero e o governador, aonde este último, para manter uma boa política com o clero, se rende durante a discussão e cai de joelhos aos prantos perante ao ex-colega de turma ao ver-se colocado para escolher entre manter um bom relacionamento público, e a protagonista, objeto antigo da sua afeição. Envoltos em uma ética católica de sua época, os dois partem para comunicar à Hipácia de que a sua fé deverá ser anunciada publicamente, através do ritual católico do batismo. E, com a negativa objetiva da moça, ela provou estar disposta a manter a sua devoção aos estudos os quais dedicara toda a sua vida, ao mesmo tempo que selou o seu destino para o desespero do governador de não poder mais protegê-la.
O filme prossegue para os seus momentos finais aonde ela é obrigada a abandonar o asilo do governador, e é capturada nas ruas da cidade. Levada de forma bruta ao local aonde costumava lecionar as suas aulas – agora de posse da igreja – , ela é exposta ao constrangimento de ter as suas roupas arrancadas, e é condenada pelos seus agressores extremistas ao apedrejamento. Por fim neste meio tempo, ela é finalmente encontrada pelo seu ex escravo, –este também dono de um grande afeto pela sua ex ama –, o que leva ao desfecho do filme, culminado em um ato de misericórdia dele ao tirar a vida da sua antiga paixão por asfixia, e em seguida ao declarar desmaiada para seus iguais a fim de poupá-la de uma morte lenta e dolorosa.
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