Uma perfeição que se transmite
Por: anaflavy • 7/6/2015 • Trabalho acadêmico • 650 Palavras (3 Páginas) • 190 Visualizações
FACULDADE CATÓLICA DE UBERLÂNDIA
DISCIPLINA: CARTAS CATÓLICAS E HEBREUS
PROF.: FREI FLÁVIO TRINDADE
ALUNOS: Wilson Viana
DATA: 1º semestre/2012
8. UMA PERFEIÇÃO QUE SE TRANSMITE (Hb 10, 1-8)
Resumo:
O décimo capítulo da Epístola aos Hebreus enfatiza o sacrifício perfeito de Jesus Cristo, oferenda perfeita a nós, em contraste com os sacrifícios imperfeitos que eram oferecidos sob a antiga aliança. A antiga lei não tinha uma solução válida a propor remediar a culpabilidade humana. O sacerdócio superior de nosso Senhor pertence a uma ordem superior, a de Melquisedeque, não de Aarão. Opera com base numa aliança superior, a nova aliança. A antiga lei estava circunscrita a recomeçar infinitamente as mesmas tentativas ineficazes de mediação, isto é, em oferecer animais imolados, essas oferendas eram exteriores ao homem (10,4) e exteriores a Deus (10,5). Em lugar desse culto ritual, Cristo oferece generosamente ao Pai a sua total obediência pessoal: “Eis que eu vim para fazer a tua vontade” (10,9; cf. Jo 6,38; Lc 22,42). E tal oferenda é evidentemente aceita por Deus, já que consiste em cumprir o que Deus quer e, longe de ser exterior ao homem, ela o toma inteiramente, pois parte do coração e vai até a “oferenda do corpo”. Os cristãos têm sido santificados pela oferta definitiva do corpo de Cristo (10,10). Nenhum sacrifício poderia realizar essa obra. O resultado é que o sacrifício nos tira do impasse em que estávamos bloqueados. Cristo ofereceu um sacrifício único pelos pecados (10,12) e esse sacrifício foi eficaz: “Somos santificados pela oferenda perfeita, Deus pode por fim, realizar o seu projeto de restabelecer uma comunicação vivificante entre Ele e nós (10,10; cf. 2 Cor 5,18-19).
Segundo o Antigo Testamento, quando um descendente de Aarão era ritualmente “levado à perfeição”, isto é, consagrado sumo sacerdote, sua consagração valia apenas para sim próprio. Ou seja, ele era o único habilitado a penetrar uma vez por ano no santuário (Hb 9,7); nenhuma outra pessoa era autorizada a acompanhá-lo, mesmo de longe (Lv 16,7). No caso de Cristo, o sacrifício da consagração sacerdotal, vale não somente a Ele e sim para todo o povo crente. Esse é o sentido da frase de 10,14. Os que o aceitaram como Salvador não precisam temer, pois, Ele os consagrou para sempre os que Ele santifica (Hb 10,14). Assim, ao mesmo tempo em que apresenta um aspecto passivo (Cristo foi “levado à perfeição”, recebeu o sacerdócio), a Paixão também apresenta um aspecto ativo: Cristo nos tornou perfeitos, nos transmitiu o sacerdócio. É compreensível a razão dessa novidade: a consagração sacerdotal de Cristo não se efetuou como a dos Sumos Sacerdotes Judeus, por meio de um acontecimento no qual Ele ao extremo a sua solidariedade para conosco.
Cristo foi levado à perfeição ao receber o sacerdócio que passou a todos nos e que sabemos que a temos diante de Deus, pelo testemunho do Espírito Santo mediante a palavra (Hb 10: 15-18). O testemunho é baseado na obra do Filho e é dado por meio das palavras das Escrituras.
O autor reconhece nessa transmissão da perfeição sacerdotal o cumprimento da nova aliança (10, 15-18), que segundo Jeremias, devia se caracterizar pela ação de Deus nos corações. Em (Hb 10: 16,17) cita Jeremias (31, 33; Hb 10,16): Deus havia prometido sua intervenção para “por a sua lei” nos seus corações. O autor de Hebreus compreende a realização dessa promessa, recordamos aqui a descrição que ele fez anteriormente ao acontecimento do Calvário (Hb 5,7-8; 10,5-9). Cristo Jesus aceitou em seu ser de Homem a necessária transformação, enfrentou os sofrimentos que essa transformação implicava. Fez a vontade de Deus (10, 7-9) imolou o seu próprio corpo (10,10), aprendeu por nós a obediência (5,8). Assim, passa a existir um novo homem, formado na perfeita obediência: ele tem a lei de Deus inscrita no mais profundo do seu ser.
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