Universidades e sua História
Por: JULIO CESAR MARTINS • 7/12/2016 • Trabalho acadêmico • 1.387 Palavras (6 Páginas) • 291 Visualizações
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
POLO EAD - UDF - BRASÍLIA
LICENCIATURA EM FILOSOFIA
HISTÓRIA DA FILOSOFIA MEDIEVAL
JULIO CESAR MARTINS - RGM 15253155
Brasília
2015
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
POLO EAD - UDF - BRASÍLIA
LICENCIATURA EM FILOSOFIA
HISTÓRIA DA FILOSOFIA MEDIEVAL
JULIO CESAR MARTINS - RGM 15253155
Trabalho apresentado à disciplina História da Filosofia Medieval - Unidade IV - O Pensamento Medieval entre o Século XI e o XII, do curso de graduação de Licenciatura em Filosofia, como requisito parcial para obtenção da nota do 2º Semestre.
Orientador-Tutor: Professor Edson Alencar Silva
Brasília
2015
Qual a importância da universidade ao longo da história? Ainda são necessários centros de conhecimento?
Em nossa cultura, o processo de conhecer, específico do ser humano, está profundamente vinculado à escola, componente básico do sistema educacional, em nosso país. O nosso sistema educacional, por sua vez, no que se refere à escola, compreende os graus: primeiro inicial; segundo médio, profissionalizante ou técnico; terceiro superior, com a função ambígua de profissionalização. Diante do sistema educacional, como um todo, e da universidade, nível superior, essa reflexão busca de entender a universidade que temos e de clarear a nossa tentativa de construir a universidade que pretendemos, ou seja, não uma mera consumidora e repetidora de informações importadas para "profissionalizar", mas sim um recanto privilegiado onde se cultive a reflexão crítica sobre a realidade e se criem conhecimentos com bases científicas. Para isso é necessário um rápido mergulho na história da universidade, a fim de buscarmos os sinais e os esforços de construção de uma universidade onde inteligências se unem para conhecer, criar e produzir conhecimento. Ao final desse texto, direi, como sonho uma universidade, hoje, para o Brasil. A origem de meu sonho, de minha utopia, está no esforço dos homens, das culturas, através da história, para conquistar um espaço em que possa o homem se constituir plenamente homem. Na Antigüidade Clássica, o Ocidente, principalmente na Grécia e em Roma, já dispunha de escolas, tidas como de alto nível, para formar especialistas de classificação refinada em medicina, filosofia, retórica, direito. Discípulos se reuniam em torno de um mestre, cuja considerável bagagem de conhecimentos era zelosamente transmitida. Aos discípulos cabia aprender do mestre, espelho e modelo de aperfeiçoamento. Cada mestre conduzia a sua escola, fazia escola. Tinhase, pois, nesses tempos, uma comunidade de discípulos gravitando em torno de um mestre, de um cabeça de escola. As tumultuosas invasões bárbaras, entre os Séculos V e X, interromperam esse processo de ensino "superior". É, no entanto, entre o final da Idade Média e a Reforma (entre os Séculos XI e XV) que propriamente nasce a universidade, identificandose logo "com sua sociedade e sua cultura, tornandose efetivamente o órgão de elaboração do pensamento medieval". A Igreja Católica desse tempo é a responsável pela unificação do ensino superior em um só órgão, a "universidade", Isto ocorre como resultante de todo um esforço da Igreja no sentido de fundamentar a sua ação política e religiosa, enquanto preparava seus quadros, o clero especificamente. Observamos nessa época, por um lado, o forte clima religioso, determinado pela Igreja Católica, que, naquelas circunstâncias, gerava o dogmatismo, a imposição de verdades, tão a gosto dos ambientes autoritários ainda em nossos dias; as universidades não ficaram ilesas do ambiente dogmático. Por outro lado, é nesses tempos que nasce e se cultiva, nas escolas universitárias, o hábito das discussões abertas, dos debates públicos, das disputas como elementos integrantes do currículo e especificidade de certas disciplinas. É claro que tais debates sempre aconteciam sob a vigilância do professor que, além de moderador, garantia a ortodoxia das idéias e eventuais conclusões. Manter a unidade do conhecimento básico para todas as especialidades e proporcionar aos futuros especialistas urna formação inicial unitária e geral é um esforço característico desse tempo. É claro que não podemos falar ainda de conhecimento científico, ao menos como é entendido hoje. Grande parte do trabalho intelectual desenvolvido nesses tempos gravita em torno das verdades da fé, religião e, para tanto, os estudos filosóficos a Filosofia são bastante cultivados. Aristóteles, Platão e outros filósofos gregos são muito explorados pela escolástica, cuja influência no pensamento ocidental é ainda hoje sentida. Não obstante, muitas das qualidades hoje requeridas para o trabalho científico, como por exemplo, rigor, seriedade, lógica do pensamento, busca da prova, eles iniciam a sistematizarse por esses tempos. Outrossim, grandes pensadores surgem, organizam suas doutrinas, criam suas "escolas" de pensamento, formadas por crescentes grupos de estudiosos, que aderem a tais sistematizações e as defendem com ênfase. Não nos esqueçamos, entretanto, de que a Igreja Católica mantinha severa vigilância sobre qualquer produção intelectual da época, talvez como exigência do próprio contexto social de então. No Século XVIII surge, com os enciclopedistas, o movimento iluminista que questiona o tipo de saber estribado nas "summas" medievais". Será, porém, o Século XIX, com a nascente industrialização, o responsável pelo "golpe" à universidade medieval e pela entronização da universidade napoleônica na França caracterizada pela progressiva perda do sentido unitário da alta cultura e a crescente aquisição do caráter profissional, profissionalizante, na linha do espírito positivista pragmático e utilitarista do Iluminismo A universidade napoleônica, além de surgir em função de necessidades profissionais, estruturase fragmentada em escolas superiores, cada uma das quais isolada em seus objetivos práticos. A universidade, não menos do que a Igreja Romana e a hierarquia feudal encabe- çada pelo Imperador Romano, representa uma tentativa de concretizar um ideal de vida em um dos seus aspectos. Ideais convertem-se em grandes forças históricas pela sua corporificação em instituições. O poder de corporificar seus ideais era o gênio peculiar do pensamento medieval, assim como seu defeito mais evidente assenta-se na correspondente tendência para materializá-los (...) Nossa atenção estará voltada em sua maior parte confinada às primeiras e típicas universidades (...) quando nós comparamos Bolonha com Paris e Paris com Oxford e Praga, verificamos que as universidades de todos os países e de todas as épocas são, na realidade, adaptações, sob várias condições, de uma e mesma instituição. Para concluir - A universidade que não queremos: Não queremos uma universidadeescola, em que se faça tão somente ensino, onde não exista efetivamente campo, abertura e infraestrutura que permitam e incentivem a pesquisa. Uma universidade sem pesquisa não deve, rigorosamente, ser chamada de universidade. O ensino repetitivo é, geralmente, verbalístico, livresco e desvinculado da realidade concreta em que estamos. As aulas são constituídas por falações do professor e audições dos alunos, normalmente desmotivados. O aprendizado é medido pelo volume de "conhecimentos", informações memorizadas e facilmente repetidas nas provas, nunca refletidas ou analisadas. - A universidade que queremos: Queremos construir uma universidade, não uma simples escola de nível superior. Presumimos que, nessa universidade, todo o seu corpo seja constituído por pessoas adultas: todos já sabem muitas coisas a respeito de muitas coisas; portanto, por pessoas capazes de refletir e abertas à reflexão, ao intercâmbio das idéias, à participação em iniciativas construtivas. Nestes termos, todo o corpo universitário, professores alunos administração, precisa comprometerse com a reflexão, criandoa provocandoa, permitindoa e lutando continuadamente para conquistar espaços de liberdade que assegurem a reflexão, Sem um mínimo de clima de liberdade, é impossível uma universidade centro de reflexão crítica. Nesse centro buscaremos o máximo possível de informações a todos os níveis, a fim de que a realidade seja percebida, questionada, avaliada, estudada e entendida em todos os seus ângulos e relações, com rigor, para que possa ser continuamente transformada, Buscaremos, ainda, estabelecer unia mentalidade criativa, comprometida exclusivamente com a busca cada vez mais séria da verdade, através do exercício da assimilação não simples deglutição da comparação, da análise, da avaliação das proposições e dos conhecirnentos. Sendo assim pelo texto dissertado, fica explicito a importância das universidades e ainda centros de distribuição de conhecimento, visto que o ser humano é e sempre será o ser do conhecimento, mesmo possuindo necessidades biológica como qualquer outro animal existente na Terra, o ser humano tem como sua maior necessidade o conhecimento, conhecimento de seu passado, de seu presente e consequentemente o conhecimento do que virá em seu futuro.
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