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1992: Conclusão Do Canal Meno-Danúbio

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Por:   •  27/8/2013  •  793 Palavras (4 Páginas)  •  1.166 Visualizações

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1992: Conclusão do Canal Meno-Danúbio

No dia 31 de julho de 1992, foi inundado o último trecho do Canal Meno-Danúbio. A passagem para navios de grande porte liga o Mar Negro e o Mar do Norte. A obra sofreu duras críticas pelos danos ecológicos que provocou.

Vista de um trecho do canal Meno-Danúbio, no vale de Altmühl

Qual é o momento certo de abandonar um negócio que só dá prejuízo? Não só os investidores do chamado "novo mercado" oscilam entre a intenção de pôr fim ao susto e a esperança de que as perdas ainda possam ser compensadas por futuros ganhos. O que é melhor: apostar numa visão ou aceitar o fracasso?

Esse dilema é bem ilustrado pelo projeto de construção de uma ligação fluvial contínua através dos rios Reno e Danúbio. A primeira tentativa foi feita por Carlos Magno há mais de 1.200 anos.

"Vala de Carlos"

Cerca de 10 mil pessoas ocuparam-se, a partir de 793, da construção da chamada "Vala de Carlos" e o difícil abastecimento dos operários. Apesar de dispendioso, o plano de ligar um afluente do Danúbio a um afluente do Meno tinha sua razão de ser. No início da Idade Média, o transporte fluvial e marítimo era bem mais confortável, seguro e rápido que o rodoviário.

A visão de Carlos Magno esbarrou em seus limites, pois a vala era constantemente fechada por quedas de barreiras decorrentes de enxurradas, e não era mais possível abastecer a mão-de-obra com os mantimentos necessários. A escavação não chegou a atingir dois quilômetros, mas a idéia nunca morreu.

"Canal de Ludovico"

A segunda tentativa de concretizá-la só ocorreu mais de mil anos depois. O rei bávaro Ludovico 1º entusiasmou-se com a construção de uma via fluvial entre o norte e o sul da Baviera. Em 1836, começou a abrir o "Ludwigskanal", entre Kehlheim, no Danúbio, e Bamberg, no Meno.

Dez anos depois, o canal estava pronto e, nos primeiros anos de atividade, até deu lucro. No entanto, era muito estreito e, com o tempo, não aguentou a concorrência da rede ferroviária. Em quase 100 anos de atividade, sequer o capital investido pôde ser amortizado. O tesouro público da Baviera pagou caro pelo sonho do rei.

"Maior tolice desde a Torre de Babel"

A terceira tentativa de realizar o projeto foi fruto do delírio tecnológico dos anos 1920. A ideia era ligar o Mar do Norte ao Mar Negro, através dos rios Meno e Danúbio. Num esforço inédito, o Meno foi completamente canalizado e tornou-se navegável até Bamberg. Já no Danúbio foi construída uma série de represas e comportas. Algumas dessas obras ainda estavam em andamento em pleno século 21.

Finalmente, em 1960, começou a construção do canal propriamente dito, paralelo ao antigo Ludwigskanal. Nos primeiros 20, foram investidos 2,9 bilhões de marcos na obra. Em 1981, Volker Hauff, então ministro dos Transportes, tentou puxar o freio de emergência.

Ele não queria investir mais cerca de 2 bilhões de marcos numa obra que considerava "a maior tolice já vista desde a construção da Torre de Babel". Hauff, porém, foi obrigado a mudar de ideia. Admitir o fracasso, depois de 60 anos de construção,

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