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A Produção Agrícola

Por:   •  4/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  958 Palavras (4 Páginas)  •  228 Visualizações

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A Produção Agrícola no Município de Moita Bonita-SE

Assim, para facilitar o entendimento do aluno sobre a pesquisa, relataremos aqui o desenvolvimento e a modernização da agricultura no município já citado.

A agricultura na região era regida pelos fatores naturais com dependência das chuvas de inverno para iniciarem o plantio de mandioca, milho, batata feijão, macaxeira, repolho, vagem, quiabo, amendoim e pimentão sempre em consorcio e baseado nas experiências que eram passadas de pai para filho. No verão apenas a mandioca era cultivada para a produção de farinha. O preparo do solo era manual e não tinha assistência técnica, à predominantemente familiar e nas épocas do cultivo eram contratados trabalhadores diaristas para o preparo do solo, plantio e colheita. A ocorrência de atividades como ajuda mútua, o mutirão e a troca de dias de serviço aconteciam principalmente nas casas de farinha, mas essas atividades foram perdendo espaço no cotidiano dos agricultores. Os produtos colhidos destinavam de parte da farinha de mandioca. O produto era comercializado na feira intermediários da região.

Assim com o surgimento do projeto de irrigação ver (figura 2), na década de 80, os agricultores tinham desconfiança que não funcionasse e ao mesmo tempo de perder as terras, pois se tratava de algo novo com informações desencontradas e por tratar de uma transformação na relação do agricultor com a terra. Após anos de funcionamento do projeto os agricultores foram selecionando o que era economicamente mais vantajoso plantar, como batata-doce, amendoim, pimentão e quiabo, sendo assim os mais cultivados, além do tomate, vagem, repolho, cenoura, milho, maxixe, pepino e feijão.

Figura 2: Agricultor irrigando a plantação

[pic 1]

Foto: BARRETO, Helenilson Jesus

Nos primeiros anos de funcionamento da agricultura irrigada familiar foram perfurados poços artesianos e construídas barragens nos casos em que não encontravam água no subsolo, além de investirem nos kits de irrigação de forma individual e independente, desprezando acesso a recursos financeiros de agências governamentais e de bancos, devido às dificuldades e muitas vezes por falta de informação. Com a introdução da tecnologia de irrigação em alguns povoados do município de Moita Bonita, ocorreram impactos na natureza da atividade agrícola ali desenvolvida: O cultivo de produtos de subsistência deu lugar a produtos comerciais que visam o mercado.

A farinha de mandioca, que era o principal e às vezes o único produto destinado a venda, foi substituída pela produção de batata doce, que passou a ser o determinante das decisões dos agricultores quanto à exploração de terra. A existência de infraestrutura de irrigação já traz em si, mudanças no comportamento e na visão dos irrigantes. O mercado é o horizonte a ser conquistado, o elemento definidor das ações desses produtores, assim como o movimento de compra e venda de insumos e implementos agrícolas, mão-de-obra e de diferentes serviços, em que a relação dos pequenos produtores irrigantes com o mercado passa a ser indispensável à reprodução social do grupo familiar. Outro aspecto importante nesse novo contexto diz respeito à necessidade do estabelecimento de um padrão de organização social dos produtores diferente daquele a que estavam acostumados, haja vista as exigências impostas pela irrigação.  Os irrigantes com rendas mais altas optam por proporcionar aos filhos melhor formação escolar e qualificação profissional, a mantê-los no trabalho agrícola.

A maioria não dispõe desta possibilidade, o que os leva a incorporar nas atividades agrícolas todos os membros da família inclusive as crianças. Em outras palavras, a utilização da totalidade da força de trabalho familiar passa a ser indispensável às novas exigências que a irrigação traz, não só a respeito da produção, mas quanto à comercialização. A organização da produção e o uso da tecnologia obedeceu ao objetivo único de maximização de lucros com a agricultura irrigada, com a diversificação da produção de hortaliças, em que os irrigantes procuraram seguir aquilo que as suas condições econômicas permitiam e que entendiam como sendo de menor risco econômico, isto é, utilizar a tecnologia de irrigação em culturas que já dominavam o cultivo e tinham um certo conhecimento e experiência do processo de comercialização, como é o caso da batata doce.

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