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A Revolução Cubana

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Por:   •  18/9/2014  •  2.747 Palavras (11 Páginas)  •  362 Visualizações

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A Revolução Cubana

Revolução Cubana

A Revolução Cubana foi um movimento popular, que derrubou o governo do presidente Fulgêncio Batista, em janeiro de 1959. Com o processo revolucionário foi implantado em Cuba o sistema socialista, com o governo sendo liderado por Fidel Castro.

Origem da Revolução Cubana

Nas primeiras décadas do século XX, Cuba foi governada democraticamente, com presidentes dóceis aos Estados Unidos exercendo mandatos de quatro anos (um deles conseguiu dois mandatos  consecutivos). Tropas norte-americanas intervieram no país apenas entre 1906 e 1909. Em 1929, o então presidente, general Gerardo Machado, reelegeu-se fraudulentamente e implantou uma ditadura, derrubada em 1933 por uma revolta de estudantes respaldada por soldados rebelados. Curiosamente, o líder militar do movimento, Fulgencio Batista, era um simples sargento. Promovido rapidamente a coronel e nomeado comandante do Exército, Batista tornou-se o homem forte de Cuba até  1959, governando por meio de títeres (testas-de-ferro) ou ocupando pessoalmente a Presidência da República (1940-44 e a partir de 1952). Durante esse longo período, a violência contra os opositores e a corrupção político-administrativa atingiram níveis inéditos no país.

Em 26 de julho de 1953, um grupo de pouco mais de cem opositores ao regime de Batista, pertencentes à classe média e liderados pelo jovem advogado Fidel Castro, atacou o Quartel de Moncada  a segunda maior base militar da ilha. Derrotados, os sobreviventes da incursão foram presos e torturados; após dois anos, porém, ditador libertou-os.

Fidel e seus companheiros exilaram-se no México, onde travaram contato com militantes comunistas de diversos países que lá viviam  entre eles, "Che" Guevara, provavelmente o responsável pela conversão do liberal Fidel ao marxismo.

Na Cidade do México nasceu o Movimento 26 de Julho, cujo propósito era derrubar Batista e redemocratizar Cuba. Depois de treinarem táticas de guerrilha e havendo obtido alguns financiamentos, 82 militantes embarcaram no iate Granma (atualmente nome do jornal oficial do Partido), rumo a Cuba. Surpreendidos ao desembarcar por forças governistas, somente 17 deles conseguiram ganhar as selvas de Sierra Maestra, no leste da ilha. De lá, começaram a hostilizar as tropas de Fulgencio Batista.

Aos poucos, os guerrilheiros conseguiram ganhar o apoio dos camponeses locais  o que engrossou suas fileiras  ao mesmo tempo em que continuavam a receber apoio financeiro do exterior. Não logrando debelar o reduto da Sierra Maestra, Batista desencadeou uma perseguição cada vez mais dura contra seus opositores. A brutalidade de seus métodos produziu dois resultados negativos: os Estados Unidos retiraram o apoio a Batista, e frações da burguesia cubana, com tendências liberais e nacionalistas, passaram a estabelecer contato com os rebeldes de Sierra Maestra. Em  1958, foi criada a Frente Cívico-Revolucionária Democrática, que unia as forças populares e a burguesia mais progressista na luta armada contra Batista.

Cuba foi a última colônia americana a libertar-se do domínio metropolitano. Parte do domínio espanhol, sua independência foi obtida após a guerra hispano-americana (1898), com a ajuda militar norte-americana. O envolvimento dos Estados Unidos no conflito com a Espanha foi a única alternativa encontrada pelos norte-americanos, há muito tempo interessados na produção açucareira e nas minas cubanas. Antes da guerra contra a Espanha, os Estados Unidos chegaram a propor a compra da ilha de Cuba, o que foi recusado pelos espanhóis.

Após a libertação da ilha, os norte-americanos governaram por três anos a nova República das Antilhas. Em 1902, a Emenda Platt, inserida na Constituição cubana, assegurava aos Estados Unidos o direito de intervir militarmente no país para garantir sua independência. Em 1903, o governo cubano arrendou aos Estados Unidos a base militar de Guantánamo. A partir daí, não foram poucas as intervenções de fuzileiros americanos para garantir a ordem em território cubano. Durante as primeiras décadas do século XX, a participação direta dos Estados Unidos na vida econômica de Cuba, com investimentos na modernização da produção açucareira, por exemplo, desnacionalizou a economia cubana, tornando a ilha uma moderna feitoria agroindustrial. Com os problemas nacionais, decorrentes da dependência externa, a miséria no campo e a insatisfação social, cresceu o sentimento anti-imperialista e nacionalista, reprimido duramente pelo governo controlado pelos Estados Unidos.

Entre as classes sociais as disparidades eram gritantes. De um lado, uma pequena elite permanecia encastelada e servindo aos interessas do capitalismo norte-americano - que somente entre 1946 e 1958 investiram 80.000.000 de dólares na ilha.

As camadas pobres apresentavam-se como o grupo mais próximo da defesa de um sentimento de nacionalismo, pois a emergência dessa camada deu-se com a penetração de capitais estrangeiros que transformaram os camponeses em trabalhadores assalariados rurais - fato que destoa do restante da história latino-americana, onde esse tipo social surgiu posteriormente ao advento dos Estados nacionais.

Enquanto os trabalhadores rurais da América Latina passavam pelas mãos dos caudilhos, os trabalhadores cubanos conheciam diretamente o poder do capital monopolista norte-americano - que na década de 1950 controlava 40% da produção açucareira. Fato importante a ser destacado com relação a Cuba é que a maioria dos trabalhadores eram rurais e não urbano-industriais, pois a industrialização não foi priorizada pelos investidores estrangeiros.

Os efeitos do imperialismo recaíam sobre esse numeroso grupo, que sofria desde o desemprego até a exploração brutal da força de trabalho, mas que sustentava uma posição política contrária à situação pela qual estava passando.

A classe média encontrava-se dividida entre os apoiadores da elite e os intelectuais sensíveis aos protestos. Comportava-se como um grupo extremamente heterogêneo e desarticulado internamente, sem oferecer um projeto político para Cuba.

Em 1925, subiu ao poder o ditador Gerardo Machado, que, não resistindo aos efeitos da crise de 1929, foi derrubado em 1933 por um movimento popular liderado por Ramón Grau de San Martin.

Em 1934 surge na política cubana a figura de Fulgêncio Batista, um sargento do Exército, que marcará a história cubana por ter se tornado várias vezes "presidente" do país. O período de governo de Fulgênio Batista estendeu-se de 1934 até 1959. Somente foi interrompido entre 1944 e 1952, quando o Partido dos Autênticos elegeu Ramón Grau de San Martin e seguido

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