Artico
Seminário: Artico. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: wattter • 16/3/2014 • Seminário • 557 Palavras (3 Páginas) • 335 Visualizações
O acelerado degelo do Ártico, em consequência do aquecimento global, abre caminho a inéditos movimentos migratórios de agentes patogênicos, que representam um risco para os mamíferos marinhos e, potencialmente também, para os seres humanos, alertaram os cientistas.
– Com as mudanças climáticas, percebemos que existe uma possibilidade sem precedentes de que os agentes patogênicos migrem para novos ambientes e causem doenças – disse Michael Grigg, parasitólogo do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
– O gelo é uma enorme barreira ecológica para os patógenos, que ao aumentar as temperaturas no Ártico conseguem sobreviver e acessar novos anfitriões vulneráveis que não desenvolveram imunidade contra estes micróbios e parasitas por não ter ficado expostos anteriormente – disse nesta quinta-feira, durante conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), celebrada em Chicago entre 13 e 17 de fevereiro.
Uma nova cepa do parasita Sarcocystis pinnipedi, até agora sequestrada no gelo, emergiu recentemente causando uma ampla mortalidade em focas cinzas e outros mamíferos ameaçados no Ártico, como leões marinhos, morsas, ursos polares e ursos pardos no Alasca e até no sul da província canadense da Columbia Britânica.
Outro parasita que está comumente nos gatos, chamado Toxoplasma gondii, foi encontrado em baleias brancas (belugas) em águas do Ártico, algo nunca visto, disse o cientista.
A descoberta, há alguns anos, provocou um alerta sanitário nas populações de esquimós que tradicionalmente comem a carne destas baleias, acrescentou.
Quem precisa de mais provas de que as variações climáticas decorrentes do aquecimento global estão mesmo ficando mais e mais intensas precisa saber desta.
Medições realizadas em outubro na região do Oceano Ártico pelo satélite CryoSat, da Agência Espacial Europeia (a ESA), indicam que o volume de gelo marinho subiu cerca de 50% em relação ao mesmo período de 2012. Esta é tradicionalmente a época em que o gelo no Ártico atinge seu menor volume no ano.
Em outubro de 2013, o Ártico tinha 9 mil quilômetros cúbicos de gelo marinho. No mesmo mês do ano passado, a quantidade de gelo marinho registrada foi bem menor: 6 mil quilômetros cúbicos.
"No começo da década de 1980, havia 20 mil quilômetros cúbicos de gelo marinho no Oceano Ártico a cada mês de outubro. Assim, a medida obtida neste ano fica entre as mais baixas observadas no intervalo de 30 anos", afirmou o pesquisador Andrew Shepherd, do University College London, na Inglaterra, durante a divulgação dos dados.
A região, no hemisfério Norte, atravessa um outono marcado por forte queda nas tGelo multi-ano
Do volume de gelo marinho medido no Ártico, 90% se refere a um crescimento no chamado gelo multi-ano, que sobrevive a mais de um verão sem derreter.
De acordo com a ESA, uma camada grossa de gelo multi-ano indica um oceano mais saudável —em média, o gelo multi-ano identificado na última medição do CryoSat estava 30% mais espesso do que no ano passado.
Porém, enquanto esse aumento no gelo marinho do Ártico pode ser visto como uma boa notícia, não há garantia de que ele indique uma reversão na tendência observada anteriormente, de encolhimento no volume
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