CHAPECÓSC - O AGRONEGÓCIO, O SETOR TERCIÁRIO EM EXPANSÃO E A CRESCENTE DESIGUALDADE SOCIOESPACIAL
Por: Cassio do Sul • 28/8/2019 • Trabalho acadêmico • 4.188 Palavras (17 Páginas) • 194 Visualizações
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Departamento de Geografia
Disciplina: Rede Urbana
Professora: Eliane Melara
CHAPECÓ/SC:
O AGRONEGÓCIO, O SETOR TERCIÁRIO
EM EXPANSÃO E A CRESCENTE DESIGUALDADE
SOCIOESPACIAL
Cassio do Sul Gonçalves
Rio de Janeiro
2018
SUMÁRIO
1. OBJETO DE ESTUDO E METODOLOGIA 3
2. INTRODUÇÃO...........................................................................................................3
3. DESENVOLVIMENTO4
3.1 A CIDADE E SEU PAPEL NA REDE URBANA..........................................4
3.2 ORGANIZAÇÃO INTERNA DA CIDADE...................................................6
3.3 A CIDADE E O AGRONEGÓCIO................................................................10
3.4 EMPREGOS E COMÉRCIO..........................................................................12
3.5 CRONOLOGIA DA CIDADE.......................................................................14
4. CONCLUSÕES..........................................................................................................15
4.1 PROCESSOS REDEFINIDORES IDENTIFICADOS.................................15
4.2 ESQUEMA DE ORGANIZAÇÃO INTERNA.............................................17
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS18
1. OBJETO DE ESTUDO E METODOLOGIA
O objeto de estudo deste trabalho é a cidade média de Chapecó e os objetivos são: fazer um breve balanço da história da cidade e de seus processos geradores de certas formas de viver e produzir a cidade; sua posição na REGIC e sua organização interna, através da criação de um mapa no software ArcMap e de um esquema de sua organização interna.
A metodologia deste trabalho foi a consulta bibliográfica à livros e artigos, seja de forma direta ou indireta para a construção deste trabalho.
2. INTRODUÇÃO
Chapecó é um município pertencente à Mesorregião Oeste Catarinense, localizado a aproximadamente 588 quilômetros de distância de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina. Com população aproximada de 183.500 habitantes em 2010 (IBGE, 2010), é a maior cidade da região, sedia a Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (AMOSC) e exerce influência regional sobre 118 municípios, distribuídos não só no Oeste e meio oeste de Santa Catarina, mas também no Norte do Rio Grande do Sul e no Sudoeste do Paraná, abrigando uma população estimada em 1,6 milhão de habitantes. Sua população está crescendo continuamente desde 1917 – atualmente é a sexta cidade mais populosa do Estado -, sendo mais de 90% destes residentes moradores da área urbana; porém, Chapecó está com índices de crescimento decrescentes já há algumas décadas. Seguindo uma tendência nacional, a população urbana ultrapassou a rural entre as décadas de 70 e início de 80. (Sposito e Maia, 2016).
A atividade agroexportadora da erva-mate e da madeira, bem como do comercio de excedentes agrícolas em escala nacional, constituíram a base para a formação do capital regional que está presente até hoje por meio das agroindústrias, sendo boa parte delas voltadas para o mercado internacional, são elas: a suinocultura, a avicultura e a bovinocultura de leite. Conhecida como a “Cidade do agronegócio”: Cidade cuja função de atendimento às demandas do agronegócio globalizado são hegemônicas sobre as demais funções exercidas pela cidade (em relação aos processos de reprodução do capital). Chapecó também é um polo do setor terciário na região, antes dominado por capitais locais e que recentemente passou a enfrentar a concorrência de capitais nacionais e internacionais. (Sposito e Maia, 2016).
A cidade passou por um desenvolvimento acompanhado da incapacidade das políticas públicas em atender a demanda por moradia da população de baixa renda; o atendimento da demanda por habitação e estrutura a ela relacionada ficou condicionadas aos interesses privados, estes que sofrem pouca regulação das instituições, ajudando a agravar a desigualdade socioespacial. (Sposito e Maia, 2016).
[pic 1]
Figura 1: Localização da cidade no país.
Fonte: (Sposito e Maia, 2016)
3. DESENVOLVIMENTO
3.1 A CIDADE E SEU PAPEL NA REDE URBANA
Chapecó, considerada Capital Regional B na REGIC de 2007, já foi considerada nas REGICs anteriores Centro Regional B em 1966 e Capital Regional em 1978; em 2007 ela influenciava 27 Centros Locais, 5 Centro de Zona B, 2 Centros de Zona A, 3 Centros Sub-regionais B (REGIC,2007); Chapecó e sua região de influência se destacam por estarem relativamente isoladas, abrangendo aproximadamente uma população de 890 mil habitantes distribuídos por 98 municípios; a formação da rede urbana de Chapecó está ligada à reestruturação produtiva da agropecuária, dos investimentos locais e estatais para o crescimento da agroindústria e da inserção destas atividades produtivas nas dinâmicas econômicas internacionais. (Sposito e Maia, 2016).
A cidade também faz parte da rede urbana de Florianópolis, e se conecta com as de Curitiba e Porto Alegre exercendo papel de intermediação de fluxos de consumidores e serviços nelas (Sposito e Maia, 2016). Certamente hoje isto está bem diferente, na próxima REGIC veremos como a cidade estará influenciando muito mais centros, demonstrando o crescimento da cidade média e provavelmente um isolamento menor.
O mapa abaixo de elaboração própria no software ArcMap com os dados da REGIC de 2007, mostra a conexão de Chapecó com os municípios vizinhos, quanto maior o número e mais forte a cor, maior é a intensidade do deslocamento daquele município para adquirir bens e serviços em Chapecó.
[pic 2]
Mapa 1: Legenda: Soma das preferencias no que tange a uso dos Aeroportos, compras, viagens para estudos (curso superior), local da produção de jornais, deslocamento para o lazer, serviços de saúde e ligações no transporte público;
[pic 3]
Legenda: Chapecó e sua posição na Regic de 2007, note a semelhança com o mapa acima feito no ArcMap.
Fonte: REGIC 2007
3.2 ORGANIZAÇÃO INTERNA DA CIDADE
Chapecó obteve um crescimento populacional de 25% em 10 anos (2000 – 2010) e possui uma taxa de urbanização de cerca de 91% da população distribuída em 31 bairros; seus bairros se consolidaram a partir do centro e dos principais eixos viários de acesso à cidade, o que é algo semelhante ao que aconteceu com as metrópoles brasileiras e com as cidades médias do Centro Sul, como por exemplo o Rio de Janeiro, São Paulo, Dourados (MS) e Marília(SP). A maior parte de seus bairros estão localizados na região central e existe uma outra concentração na porção oeste da cidade (Figura 1), onde está o bairro mais populoso: Efapi (com 12,18% da área urbana, o dobro (26 mil) do bairro Centro. (Sposito e Maia, 2016).
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